O dedo de Bolsonaro nas prévias do PSDB

A lavação de roupa suja no tucanato promete.

A tentativa do grupo de Eduardo Leite, que tem Aécio Neves como um de seus comandantes, de adiar as prévias marcadas para este domingo parece fadada ao fracasso como, agora, parece ter o mesmo destino a candidatura do governador gaúcho.

Se é mesmo que houve, um dia, a pretensão de sê-lo.

Porque, ao que parece, o objetivo central era tirar do páreo a candidatura do governador paulista, João Doria e evitar que ele “tome” uma parte do eleitorado paulista que, sem ela, poderia migrar para Jair Bolsonaro.

A confirmação de uma candidatura Sergio Moro, porém, limita a importância de Doria, porque também encarna um “bolsonarismo sem Bolsonaro” ao qual agora parecem estar convertido o governador paulista e o ex-juiz.

As prévias serão realizadas e o resultado dificilmente apaziguará as duas correntes do PSDB.

Uma, irá com Bolsonaro; outra, com Doria ou Moro, ou com ambos, na nada difícil possibilidade de se unirem ao longo da campanha.

É este contexto que parece explicar, também, as evoluções midiáticas de uma ainda remotíssima aliança entre Lula e Geraldo Alckmin, que parece interessado em se apresentar, sob outra sigla, como “o verdadeiro” PSDB, embora sem voz nacional.

A direita de São Paulo estará irremediavelmente dividida, e não mais entre PSDB e PT apenas, como sempre foi, desde que o então PMDB quercista enfraqueceu-se, nos anos 80.

 

Fernando Brito:
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