Em mais um momento de sua doentia obsessão sexual, Jair Bolsonaro saudou o presidente da Câmara, Arthur Lira, dizendo que o Executivo e o Legislativo ” é o Judiciário e nós para o lado de cá, porque nós formamos ‘heteramente’ um casal. ”
Horas antes, Bolsonaro havia dito que o ministro (devastador) do Meio Ambiente e a titular da pastada Agricultura, Teresa Cristina, tinham um casamento “quase perfeito”.
A mente de Bolsonaro é tão doentia que não escaparia a um estudante de Psicologia.
As relações de poder, para ele, são como sexo primitivo, no qual um “possui” e outro é outro “é possuído” concessivamente, seja à força, seja por interesse, seja por medo.
É claro que isso não funcionaria se houvesse alguém zeloso de sua dignidade.
Mas , podem crer, por menos que dignidade seja artigo abundante na política, este tipo de postura vai nutrindo um desejo de vingança sobre o abusador.
Bolsonaro se afirma degradando a dignidade alheia e isso é uma mola que se vai pressionando até que volta com força.
Artur Lira torna impossível o desejo de impeachment do presidente e isso parece irreversível, porque impeachment em ano eleitoral é um pleonasmo.
Mas, a menos que uma reversão do quadro político devolva fôlego a Bolsonaro – e é improvável – a vingança virá em traição eleitoral.