Nos próximos dias terminam os pagamentos do auxílio emergencial, ficando apenas alguns resíduos de pagamentos que foram solicitados mais tarde e de outros, que mais tempo levaram para serem liberados.
Daí em diante, rudo indica, a injeção de recursos no consumo cairá à metade, ou menos, dependendo dos critérios que se adotarão para a concessão do benefício, bem mais estreitos.
E não é pouco: estão se colocando, todo mês, algo em torno de 70 bilhões, à custa de uma dívida que só um governo “de mercado” poderia fazer, porque em qualquer outro seria tratado como heresia e absoluta irresponsabilidade fiscal.
Claro que boa parte da injeção de recursos públicos na economia retorna em receita e, se isso está sendo positivo para as contas públicas agora, mas amanhã, com sua redução e, depois, o seu fim, terá impacto negativo.
É absolutamente impossível prever, com grau razoável de certeza, se a situação econômica na virada do ano será ruim, muito ruim ou desastrosa, mas, como se vê, positiva não será.
A economia mundial seguirá retraída, as compras externas dos produtos brasileiras tenderá a cair com a recomposição dos estoques mundiais, com a cessação da tendência de alta dos preços das commodities, que estão segurando nossas contas, junto com uma insustentável alta do dólar que, cedo ou tarde, irá arrefecer.
Se a pura e simples distribuição de dinheiro, sem políticas de geração de trabalho e renda. resolvesse, dezenas de governos já a teriam feito.
As decisões econômicas do governo Bolsonaro, até agora, são de apenas adiar o encontro com a realidade, que virá, inexoravelmente, por que este governo não fugiu, nem mesmo com a pandemia, de que reduzir despesas e investimentos é o remédio para a economia.
E, de fato, corta as despesas miúdas, mas relevantes socialmente, como a da área ambiental e corta os investimentos com poder reprodutivo, como os da energia e da construção civil.