“O escândalo do petróleo”, 2ª edição. Por Nílson Lage

Há exatos 80 anos, meses antes de meu nascimento, rodava no prelo da Editora Nacional um livro-denúncia que apontou caminhos e iluminou esperanças na história política do Brasil: “O Escândalo do Petróleo”, de Monteiro Lobato. Lançado em 5 de agosto numa edição de cinco mil exemplares que logo se esgotaram, trazia dedicatória “às Forças Armadas”: “Exércitos, marinhas, dinheiro e mesmo populações inteiras nada valem diante da falta de petróleo”.

O texto fundiu-se com outro, de 1931, do mesmo Lobato, sobre o minério de ferro abundante no país: “O Escândalo do Petróleo e do Ferro”, editado pela Brasiliense, tirou dezenas de milhares de exemplares, leitura obrigatória dos homens que criaram a Companhia Siderúrgica Nacional e a mineradora Vale do Rio Doce, no início da década de 1940; e a Petróleo Brasileiro, Petrobrás, nos anos 1950 – todas obras de Getúlio Vargas.

Para fundar as duas primeiras empresas, Getúlio negociou com os Estados Unidos o apoio estratégico e militar do Brasil na Segunda Guerra Mundial; fundou a terceira – iniciativa que está na raiz imersa do golpe que o levou ao suicídio, em 1954 – quando se tornou patente que a exploração do petróleo no Brasil não estava na agenda das empresas estrangeiras, ancoradas na afirmação insubsistente de que não havia no país reservas economicamente exploráveis.

Enquanto foram estatais, a CSN e a Vale serviram como base e fonte de recursos para a industrialização do país. A siderúrgica, montada com equipamentos no valor de US$ 18 milhões, idêntica a outras instaladas na década de 1930 nos Estados Unidos, foi modernizada por engenheiros brasileiros a ponto de se tornar tão mais produtivas que isso motivou um episódio de espionagem industrial na década de 1980: queriam saber “como nós fizemos isso”.

Hoje, a CSN, privatizada em 1993, é presidida por um sujeito que, há dias, em vídeo, defendia que os trabalhadores não tivessem horário de almoço: poderiam comer seu sanduíche na linha de produção. Já a Vale, que Fernando Henrique Cardoso doou por preço vil numa operação criminosa de lesa-pátria, fabrica buracos no Brasil e no exterior, competindo em desprezo pelas pessoas e pelo meio ambiente com outras sinistras corporações.

A entrega do petróleo do pré-sal e a posterior liquidação da Petrobras – já dirigida por renomado executivo de massa liquidante – é o fecho de um período histórico que começou com a rebelião dos tenentes, na década de 1920 e de um sonho de independência que motivou minha geração

Fernando Brito:

View Comments (8)

  • Fabio Angelo Peinado mesmo depois de peidado e cagado ainda não lhe deram descarga. Milicos brasileiros são traidores lesa patria, não valem nada como padrão de comportamento. Mais um caso de moralistas sem moral. Usando um lemo coxinha muito edificante vai caçar uma rola e tomar no cú.

  • Boa tarde,

    o problema é que os coxinhas não sabe ler ML, aliás são analfabetos funcionais ou capacho de U,S. Fiquei em duvida!...

  • PT aliado ao PSDB? Esses caras devem ter fumado um baseado do tamanho de um cabo de vassoura. Só faltou citarem a fonte que lhes deu essa "informação". Mas eu desconfio qual fonte "fidedigna" pode ter dito um barbárie dessa. Como coxinha acredita em tudo que o PIG escreve, isso não me causa surpresa alguma.

    • … Que general é este que expõe a segurança da família presidencial ao tempo em que protege um nazigolpista &$ [mega]corrupto LIBANÊS usurpador ilegítimo e interino decorativo?!…

  • CSN, Vale, Petrobrás (Petrobrax para Serra e Parente), meninas de ouro dos olhos dos traidores entreguistas de sempre. Sabemos do sonho
    fundamentalista de FHC, esse tucano com alma de Fausto, de "acabar com a ERA VARGAS" .Como nem o diabo aceita sua alma, os "gringos"
    fazem o "negócio".

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