O “estabilishment” crê que vai domar Trump

A onipotência dos mercados só é menor do que a sensação de onipotência que os mercados têm, na sua soberba.

Afinal, desde a globalização , o fim da União Soviética e da adesão da China a um “socialismo expansionista de mercado”, o capital é a religião universal, contra a qual ninguém ousa blasfemar.

Hoje, a posse de Donald Trump abre um ponto de interrogação que ainda não se tem condição de avaliar quão perturbador será.

O mercado ainda não acredita que  Trump vá perturbar a harmonia dos fluxos financeiros mundiais.

Tudo vai bem, os processos de acumulação seguem de forma satisfatória e a bola de neve das dívidas públicas vem sendo equacionado com a supressão de direitos.

O discurso do politicamente correto e do canibalismo “civilizado” de bilhões de seres humanos, afora a desgraça que recai sobre uns árabes “loucos”, uns africanos “primitivos” e uns latinos “indolentes e improdutivos” vai muito bem.

Trump pensa assim também, mas ele o diz e isso quebra o condão do cinismo do capitalismo do século 21.

O espetáculo Trump de hoje, mais de marketing que de fundo, não será ainda causa de abalo. Afinal, será só mais munição para apresenta-lo como um troglodita.

O problema vem a seguir, quando o “make America great again” começar a mexer, se é que o fará, com as correntes de capital, da qual o mundo tornou-se dependente ao extremo.

Os processos de tensão com a Europa (leia-se, Alemanha) e a China tocam em alguns dos principais canais por onde flui o dinheiro.

Trump é uma incógnita? Sim, é.

Mas o monstro criado pelo ressentimento de um país que se desindustrializou e se tensionou internamente pode ser mais difícil de domar do que pensa o “estabilishment” e sua mídia, que está perdida como barata tonta desde que “o impossível aconteceu”.

O muro “perigoso” de Trump não é o que impediria os mexicanos de entrarem, são as regras para reter o capital dentro dos EUA.

Fernando Brito:

View Comments (7)

  • A guerra entre economia produtiva e economia rentista-parasita-predatória internacional derrubou a PresidentA do brasil. Vamos ver o que vai acontecer por lá.

  • Vai ser interessante assistir as primeiras decisões de Trump se ele fechar as fronteiras físicas, financeiras e econômicas. O "Deus Mercado nos acuda" que se seguirá vai tornar o mundo um caos. Mas não acredito que ele será o Anti-Cristo. Ele deve conhecer as histórias de Kennedy e Lincoln. Ele pode parecer um trem desgovernado, mas não acho que seja idiota.

  • Pode ser que o estabilishment não consiga domar o tal de Tramp, mas é certo que o estabilishment comprou o impe atchim ment pagando a alguns grandecíssimos filhos da pátria, daqui.

  • Ainda existe a possibilidade de ele sofrer impeachment ou coisa pior. A CNN colocou no ar a pergunta "o que aconteceria se Trump e seu vice morressem no dia da posse?".

  • Figuras caricatas como Trump foram pensadas para serem "líderes" de países colônias, não dá metrópole. Por isso esse reboliço todo.

  • Pois eu acho que,com sua aparência física semelhante a um BISÃO,seu cérebro não é tão atrasado ,pois se lançou candidato,após a morte de John Wayne,pois se vivo fosse,ia abate-lo com sua carabina potente.Mas duvido que consiga muita coisa,contra os ABUTRES AGIOTAS INTERNACIONAIS.Sua luta aparente,no discurso,apostando na produção de riquezas genuínas,internamente,tem alguma lógica,contudo sua luta vai ser contra o IMPERIALISMO,FASE SUPERIOR DO CAPITALISMO! Esse,somente A REVOLUÇÃO PARA ABATE-LO! Quem viver,verá.

  • Vai domar. Já domou 50 em 200 anos, marionetes na mão do Sistema (inércia de uma manada de elefantes em disparada) sejam de que facção forem no Partido Único: Republicatas.

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