O editorial de hoje do Estadão revela um posicionamento muito diferente daquele que o jornal vinha assumindo e pode ser sinal de uma mudança de orientação da oligarquia paulista que ele, como ninguém, representa.
Referindo-se à defesa incondicional feita ontem em Portugal por Sérgio Moro, o tradicional jornalão ressalva que faltam, frequentemente, provas para sustentar o que é dito pelos delatores.
(…)as múltiplas acusações feitas pelo Ministério Público contra figurões do mundo político estão baseadas somente, ou principalmente, nas delações, sem que venham acompanhadas de provas materiais suficientes para uma condenação. Quando muito, há provas testemunhais, nem sempre inteiramente dignas de crédito ou confiança. Criou-se um ambiente em que as delações parecem bastar. Se é assim, o objetivo não é fazer justiça, mas uma certa justiça.
Certamente isso não foi escrito para Lula, mas recomendo que os advogados do ex-presidente recortem e colem nas suas alegações finais sobre o processo do “triplex”, porque o encaixe é evidente e completo.
E isso não é tudo, leia só como Dr. Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, não teria escrito melhor:
Há tempos ficou claro que certos membros do Ministério Público têm a pretensão de purgar o mundo político daqueles que consideram nocivos. Para esse fim, basta espalhar por aí, por meio de vazamentos deliberados, que tal ou qual político foi citado nesta ou naquela delação para que o destino do delatado esteja selado, muito antes de qualquer tribunal pronunciar sua sentença.
Meu Deus, o Estadão “lulou”, virou “petralha”, avermelhou-se?
Fique calmo e leia mais uma linha, para entender:
Foi exatamente o que aconteceu no episódio envolvendo o presidente Michel Temer. Em mais um vazamento de material em poder do Ministério Público, chegou ao conhecimento dos brasileiros uma gravação feita pelo empresário Joesley Batista com Temer na qual o presidente, segundo se informou, teria avalizado a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha. Quando a íntegra da gravação foi finalmente liberada, dias depois, constatou-se que tal exegese era, no mínimo, controvertida. Mas em todo o episódio prevaleceu a interpretação feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para quem o diálogo é expressão cabal de uma negociata – e isso bastou para Temer ser visto por muitos como imprestável para permanecer no cargo de presidente.
Ah, sim, não há provas contra Michel Temer, exceto um assessor seu carregando uma mochila de R$ 500 mil, um encontro às escuras com Joesley Batista e um “pode tratar de tudo com ele” do presidente referindo-se ao homem da mala.
No caso de Lula, não havia um centésimo disso, mas o Estadão jamais teve dúvidas em pré-condena-lo e endeusar o agora criticado Moro.
Portanto, não é santa a declaração dos Mesquita de que “agenda nacional, em meio a uma das mais graves crises da história, foi definitivamente contaminada pelo pressuposto de que o Brasil só será salvo se a classe política for desbaratada, como se fosse uma quadrilha.” Leia-se, no lugar de classe política, os políticos “com classe” do PMDB e do PSDB.
Não é santa, mas serve, porque é preciso que quem embalou este Mateus o reduza ao que é: um dissolvedor da ordem democrática, não da corrupção que, como se viu no episódios das malas rochalourdinas e aecianas.
O Estadão, que já chocou a ditadura militar, parece que percebeu que caminhamos para outra, onde será preciso colocar um data venia entre os ingredientes.
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E por que esse vagabundo tanto viaja para o exterior? Quem paga suas passagens e estadias?
ESSE BANDIDO ATROPELADOR DA LEI,PORTANTO CRIMINOSO,PARECE TER PRETENSÕES DE SER ALÇADO (ALGUM DIA) A CONDIÇÃO DE SALVADOR DA PÁTRIA.ESSAS VIAGENS FAZEM PARTE DE SUA CAMPANHA INTERNACIONAL(IMAGEM) E A MÍDIA SAFADA FAZ A CAMPANHA INTERNA.
QUEM PAGA? QUEM LIBERA? NÃO DEVIA ESTAR TRABALHANDO? OS OPERÁRIOS QUE PAGAM SEU SALÁRIO,ESTÃO TRABALHANDO.
Elementar :Nós,você, feito trouxas.
nos amigo
A Lava Jato na visão do Moro tem a função de desconstituir a política dos últimos 13 anos, do governo do PT. Na sua concepção foi nesse período que a corrupção no país atingiu o seu ápice. Ele já declarou que não interessa investigar o que ocorreu anteriormente. Na sua ideologia é necessário apagar, degradar, incriminar as lideranças políticas ligadas ao PT, como não tem provas, estas são forçadas. seja por prisões arbitrárias ou por delações fraudulentas ou provas falseadas. Como o grosso da corrupção provem de partidos "tradicionais de direita", por vezes políticos sabidamente corruptos são delatados e Moro para manter sua áurea de moralidade manda investigar esses figurões o que para mídia é uma heresia. A lava jato não foi feita para moralizar o país, mas par acabar com as lideranças políticas de esquerda.
síntese quase perfeita, faltou apenas o componente estrangeiro, aquele que ficou contrariado com a ascensão do Brasil e de olho grande em suas riquezas.
perfeito Walfredo, disse tudo. Não podemos deixar de fora os EUA em nossas análises.
EXATAMENTE
As reportagens e publicações falaciosas e tendenciosas daquela desgraça que apelidaram de Estadão pode ser classificadas como o estrume do cavalo do bandido. É podridão pura ao nível da toda poderosa Globo que até ontem defendia Temer, Aécio e Cia. Vergonha, vergonha, mídia sem-vergonha.
Bom dia,
Ele viaja para os EUA pra tomar cursos, informações, orientações...
Enquanto a lava jato só mirava o PT e os petistas tava tudo beleza, agora que bateu as portas do PSDB e PMDB trazendo a lama suja pelo tsunami das provas coletadas e não apenas meras delações mais provas materiais em áudios, vídeos e malas de dinheiro, só agora, é considerada irregular pela grande mídia que sempre patrocinou, junto com o STF esse estado de exceção e seletividade investigativa.
http://jornalggn.com.br/noticia/wikileaks-revela-treinamento-de-moro-nos-eua
https://www.conversaafiada.com.br/politica/que-servicos-moro-presta-aos-eua
http://cartacampinas.com.br/2016/03/estranho-whashington-post-diz-que-sergio-moro-e-nerd-treinado-nos-eua/
Alô, BRITO!!! A multa de JBS não foi de 10 bi, mas de 7 bi - é o que diz o Valor!
Vejam esta notícia do Valor. A multa da JBS já foi abatida em quase 2 bi - porque as ações da empresa subiram 9,5% com o acordo. .
Além disto, em valor PRESENTE, a multa não foi de 10bi, como anunciado, mas de 7,2 BI !!!!!!!!!!
Leiam também onde foi firmado o acordo com a Odebrecht. (link a seguir)
http://www.valor.com.br/agro/4988518/donos-da-jbs-assumem-onus-do-acordo-de-leniencia?origem=G1&utm_source=g1.globo.com&utm_medium=referral&utm_campaign=materia
A justiça do moro não apenas é apoiada na mídia, que lhe é sócia no processo, como também faz uso das mesmas ferramentas atualmente utilizadas pela mídia: Define-se a pauta que atenda o objetivo proposto e mandam ao campo os operacionais jurídicos e policiais, equivalentes aos jornalistas, para atenderem o que a dita reza, pouco importando se há provas ou não, basta a pós verdade das delações, onde o delator é prisioneiro condicionado a delatar conforme a pauta, caso contrário, permanece preso indefinidamente, dada a excepcionalidade dos donos da pauta, relativa ao objetivo proposto. O problema desse método de "fazer-se justiça" (preenche a pauta, julga e condena na mídia, setencia e apena na justiça), é quando a "vítima selecionada" da hora reúne condições de resistir e não submeter-se a pauta traçada. Aí é um perereco, como acontece com a "vítima anunciada" há três anos, Lula da Silva, onde o não preenchimento satisfatório da pauta estendeu-se tanto, com tantas delações pós verdades repetidas, que passou do ponto e quanto mais marcha a ré engatam, mais o caso vai escancaradamente fugindo do controle dos autores, deixando ao maestro da planejada e pretensa etapa prima final, que fecharia com chave de ouro a Farsa Vaza Jato, apenas um desmoralizado pobre ato com cara de chanchada de teatro de revista de "cais dos portos de, Curitiba e Jardim Botânico".
Isso só comprova o tanto quanto essa mídia dos tucanos e cia que se auto intitula imprensa, assume o que disse o Seandor Requião, são canalhas. E canalhas não fazem reportagens, mas canlhices.
Lamento discordar. Gostaria muito que nossa mídia pudesse ter uma lampejo de honestidade e passar a apoiar uma cruzada moralizadora. Porém isto é utopia, pois ela só sobrevive no mundo do crime. Dela e, de seus malvados preferidos. Não por acaso temos as gravações do Sergio Machado com Jucá e outros. Todos na mesma linha, "estancar esta porra". E é nesta direção que a Globo, Estadão, Folha, Veja, Quanto É, Época e similares estão abandonando o REI MORO PRIMEIRO E ÚNICO. Estão cortando aos poucos, a "CABELEIRA DO SANSÃO" não podendo cortar de imediato para não dar na cara.
Mouro vai enfrentar agora a ira da plutocracia, ou cleptocracia para ficar mais adequado, já que são o mesmo grupo nesse país. É bom que não viaje de avião nem frequente bares noturnos.
O editorial traz uma tese e a ilustra justamente com o caso que não cabe na tese!!!! É o único caso em que existem provas cabais!!!! Diz-que-diz tem nos outros casos, não no caso do Temer. Má-fé pura do jornalão paulista.