O fabricante de crises foi pego por uma delas

Provérbio destes que atravessa os séculos, mesmo já quase sem cântaros ou fontes, o português “tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia lá deixa a asa” bem que se aplica a Jair Bolsonaro.

Criou e usou as crises, repetidamente, para aumentar seu poder e de seu clã: “desovou” seus colaboradores da campanha – Gustavo Bebianno à frente – enquadrou os militares com a demissão do general Santos Cruz, fez murchar Paulo Guedes, humilhou Sérgio Moro e cortou-lhe as assas de pré-candidato.

Agora, porém, mexeu onde não devia, arvorando-se em chefe de polícia.

Teve, por isso, de recuar de sua bravata do “sou eu que mando” e dizer que a indicação do superintendente do Rio de Janeiro é da direção geral da PF, diante da ameaça de demissão das chefias da instituição.

O enfraquecimento de Bolsonaro não resultou, porém, num fortalecimento do Ministro da Justiça, que foi devidamente registrado pelos delegados, que sabem que Moro não pode ir, enfraquecido como está pela “Vaza Jato” e pelo fracasso de suas relações com o Legislativo, para o “sereno” de uma demissão já sem toga.

Mas, se Moro não pode prescindir do posto que lhe dá o governo Bolsonaro, Bolsonaro também não pode prescindir de Moro, sob pena de perder parte de sua matilha, a quem o ex-símbolo da luta contra a corrupção empresta – ainda que capenga – o falso discurso “moralista” do combate aos desvios de dinheiro.

Idem a PF, transformada em “remédio” para os males brasileiros.

Bolsonaro criou um impasse para si mesmo: cães ferozes acabam por rosnar para o dono.

 

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

11 respostas

  1. Ca entre nos, Fernando: voce ta falando muito em agua, barco… Sera q vc ta sabendo de alguma reaçao da Marinha ja q o Exercito so tem cabra frouxo?
    Sabemos q as revoluçoes no Brasil começam no meio da marujada…

  2. Mas o “governo militar” parece estar satisfeito com isso.

    Basta ver o silêncio sepulcral do Clube Militar – aquele que rosnava a qualquer pio do PT.

    PS: Vencimento integral trabalhando meio expediente também quero.

    1. Com aposentadoria especial, “imexível” em qualquer reforma da previdêcia, filhas que não casam para mamar nas aposentodorias do velho…

    2. Trabalhando onde cara pálida?
      Vc quis dizer, conspirando contra o povo brasileiro.
      Vc não é o alvo, mas o sujo, sei muito bem quem são.
      Desculpa aí o trocadilho, mas estou tentando sobreviver na minha insanidade chamada Brasil.

    3. So fica no quartel quem ta de serviço e laranjeira. E quem tiver detido no quartel. Esses podem arranchar.
      Mas devia ter reduçao no vencimento mesmo.

  3. Sejamos realistas. O canalha comete crime de responsabilidade, homofobia, misoginia, xenofobia todos os dias. Massas acontece. Ele não só vai terminar o mandato como é capaz de se reeleger. Brasileiro é um povo muito menos fraterno do que gostaríamos e imaginávamos.

  4. A PF pelo que se transformou ainda no governo Dilma merece toda a humilhação possível eu o Bolsonaro queira lhe impor.
    Os delegados que hoje reclamam não abriram um pio quando seus colegas usaram uma foto da presidente para fazer tiro ao alvo e manifestarem apoio irrestrito ao Aécio Neves.
    Que porcaria de polícia federal é essa que aceita dinheiro dos EUA a pretexto de combate às drogas?
    A PF, a maior parte do judiciário, as forças armadas perderam a razão de existir há muito tempo!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *