As eras históricas, que se mediam em milênios, depois em séculos, vão se tornando cada vez mais curtas, encolhimento que provém do desenvolvimento produtivo-tecnológico do ser humano, que vai miniaturizando o mundo.
Aconteceu algo hoje que, embora todos o esperassem, é um marco nesta mudança global.
A China tomou o lugar de maior potência comercial do planeta dos Estados Unidos, que o haviam roubado da Inglaterra no início do século passado.
Ano passado haviam empatado, com ambos com 3,8 trilhões de dólares em importações e importações, somadas.
Esta ano, com crescimento de mais de 7% e quase 4,2 trilhões de dólares, abriu folga para os EUA, que devem ficar estagnados em valor.
O Brasil anda pouco acima da vigésima posição nesse ranking, ainda. Beiramos o meio trilhão de dólares, com valor semelhante de entrada e saída de mercadorias.
Tornar-se o maior centro do fluxo comercial não faz da China a maior potência econômica do mundo.
Seu PIB é ainda perto de 20% menor que o dos EUA e, no PIB per capita, com sua população gigantesca, menor que o do Brasil.
Mas é como dizia o telefonista de um jornal que se acabava, aqui no Rio quando lhe perguntavam: alô, é da Gazeta?
E ele respondia: por enquanto...
Dependendo do critério (paridade de poder de compra ou conversão cambial direta) o PIB chinês superará o dos EUA um pouco antes ou um pouco depois de 2020.
Um estudo, do ano passado, da consultoria PWC, fusão da Price Waterhouse e Coopers & Lybrand inglesas , mostra que em 2050 já será a vez da Índia, outro gigante asiático, deixar para trás os EUA.
O Brasil, segundo este estudo, terá passado o Japão e se tornado a quarta economia mundial.
Os tigres asiáticos serão outros, porque é preciso tamanho territorial e populacional para ocupar a posição de maiores numa economia que, com todos os seus males, caminha no sentido do distributivismo.
Este é o mundo novo que vai se afirmando, para o qual nossas elites não têm olhos – e nem antevisão.
Os chineses mandam os seus jovens estudarem português , aos milhares, para se prepararem para o relacionamento comercial com o Brasil e a África portuguesa.
Aqui, o mandarim ainda é “folclore”.
Julgam que o centro mundial do comércio é em Miami e que os chineses colocaram uma nave na Lua porque são bons em fogos de artifício.
E se acham…
Nós temos é de olhar esse mundo novo e melhorar nossa inserção nos negócios mundiais.
E escolher se vamos ser parceiros de quem cresce ou vassalos de quem obsolesce.
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Só discordo de uma coisa, caríssimo jornalista: os brasileiros não estão tão assim, de olhos fechados. Há trinta anos atrás, meu mais querido cientista, já desenvolvia uma TESE DE DOUTORADO DE UM ARTIGO CHINÊS, desencravado nos confins da Internet em BRASÍLIA. Digo isto para lhe mostrar que, dentro das UNIVERSIDADES, as coisas fervem e, há muito, lá se descobriu que o futuro esta na China.
Trinta anos atrás! Internet?!?
da 1ª guerra ate agora, ja estamos no terceiro ciclo de disputa de blocos -alianças - tecnologia e assalto à africa e fontes de materia prima...
O sinal de partida deste ultimo ciclo foi o 11/9.
A vantagem deve ser q se sabe quem nao vai ganhar.
Gostei mesmo foi do "obsolesce".
Pude observar isso um pouco antes de Hin Taw deixar o comando, quando foi recebido na Casa Branca pelo casal Obama. O "vermelho" predominava, quando normalmente eles privilegiam o azul, inclusive a Primeira Dama Michelle Obama, enfiada num longo vermelho, sorridente e bastante amavel para com os Chineses. Ca com meus botoes, fiquei a imaginar - caso fosse na França, onde na época era comandada pelo casal Sarkozi e Carla Brune, a imprensa "livre" logo diria que o Sarkozi estava a oferecer a Carla para o Hin.