O general rola em seu precipício

Ontem escreveu-se aqui que, se o domingo foi terrível para o governo federal e para o general da Saúde, Eduardo Pazuello, a segunda-feira também seria cheia de desencontros por conta do festival de improvisos que deriva da militarização do Plano Nacional de Imunização e de um esquema feito às pressas, em busca de conveniências políticas e não de rotinas administrativas.

E não aconteceu diferente, com uma completa bagunça em algo simples como mandar as vacinas do Aeroporto de Guarulhos para as capitais brasileiras.

“Senhores, houve atraso e problemas no embarque das cargas. Algumas capitais não receberam conforme previsto. Estou aguardando nova informação do DLOG (Departamento de Logística) e Coordenação da Vacinação”, diz mensagem de Pazuello, obtida pelo Estadão, aos governadores estavam que nem baratas tontas esperando pelos containers, como aqueles passageiros cujas bagagens se perdem no aeroporto.

No Rio, tão longe de São Paulo que um voo não leva nem 50 minutos, as caixas chegaram quase às 17 horas e estão sendo levadas às pressas para a base da estátua do Cristo Redentor, para o que seria um ato solene de início da vacinação que, do jeito que as coisas vão, pode simbolizar um “Que Deus nos Ajude”. Lá pelas 18:30, com uma réstia de luz, o cartão postal vacinal “deu ruim”.

O dia D virou dia “dããã…” e a Hora H virou hora “hããã?

Na entrevista sobre a situação do Amazonas, Pazuello demonstrou estar à beira de um ataque de nervos, destratando os repórteres e mentindo descaradamente quando afirmou que ele ou o ministério jamais falaram em tratamento precoce (que é a tal hidroxicloquina), mas em “atendimento precoce”. Falso, e a mais recente prova disso é o “twitter” que foi marcado pela rede social (veja abaixo) como enganoso e prejudicial justamente por sugerir que haveria um tratamento precoce.

Pazuello, portanto, acrescentou ao seu currículo, além do inepto, desorganizado e confuso também o nada honroso título de mentiroso.

Ah, e fujão, porque encerrou a entrevista abruptamente, aos berros, quando foi confrontado com isso.

 

Fernando Brito:
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