Quatro séculos nos separam dos tempos em que o inglês John Donne escreveu os versos que se tornariam conhecidos por Heminguay : “Somos parte de um continente; se um simples pedaço de terra é levado pelo mar, a Europa inteira fica menor. A morte de cada ser humano me diminui, porque sou parte da humanidade. Portanto, não me perguntem por quem os sinos dobram: eles dobram por ti.”
Não vou discutir se houve ou não excesso policial na ação da PM do Rio, ontem, na ponte Rio-Niterói, não tenho informações suficientes para dizer se realmente o desequilibrado Willian Silva, de 20 anos, ia ou não atear fogo nas garrafas de gasolina. Até o comandante do Batalhão de Operações Especiais, Maurilio Nunes, demonstra ter esta compreensão, ao declarar que “uma vida não tem preço” e que gostaria que tudo tivesse terminado sem mortes.
Mas não é assim com o energúmeno que está no Governo do Rio de Janeiro.
Quem assistiu a cena de seu desembarque do “teatro de operações”, ontem – eu, por força de uma intervenção médica, só a vi hoje – deve ter reparado no pressuroso gorduchinho que desembarca do helicóptero atrás dele, de celular apontado para o chefe, registrando a macabra comemoração da morte de um ser humano.
Diz mais que as imagens da vibração e dos pulinhos de Wilson Witzel.
Afinal, tal como o louco do ônibus, poderia ser apenas um caso de perda da saúde mental ou mesmo de degradação dos valores humanos.
Não, é pior: é a morte usada como marketing, embora isso não retire os traços doentios de quem o faz. Seja o demente que “sequestrou” o ônibus, seja o governador, ambos procuram chamar a atenção para si, não importa com que métodos e sem ligar para a vida humana.
Talvez o caso do “sequestrador” morto – vão as aspas porque o ato é mais de loucura do que de sequestro, porque não exigiu nada pelos reféns – seja menos grave do que o governador “muito vivo” que se exibiu depois de liquidado o fato, já sem risco algum.
Ao contrário daquele, Witzel quer votos, muitos votos em troca de seu espalhafato, devidamente registrado pelo gordinho do celular.
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Quando vejo essa foto, penso que os snipers perderam uma boa oportunidade.
Desde que não fossem bolsominions.
Na foto o policial ao lado dele com as maos na cabeça deve ser o piloto do helicoptero. Deve ter pensado "pronto acabou agora vou levar esse banhudo daqui"
Este governador idiota é evangélico de selecionada cepa. As ffaa e os evangélicos estão se lambuzando de merda aqui e no exterior ao fazerem parte destes governos ligados ao bozo. Não preciso mencionar a justiça porque esta já está na lama há muito tempo.
Evangélicos que votaram e apoiam bostonaro, induzido pelos pastores, vão direto para os braços do capeta.
É o que diz em Mateus 23:13:
"Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar."
Interessante também ver o que o Profeta diz em Mateus 23:15:
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós."
Eu tenho me perguntado, todos os dias, de onde teriam saído tantos canalhas, tantos energúmenos, tantos vermes, a um só tempo. Dá mesmo a impressão de que saíram do inferno, que estavam ali, na boca do inferno, esperando, em festa, por estes dias. Mas, o pior, não são os canalhas e energúmenos, são as pessoas que os elegeram, cujas mentes, cujas consciências foram roubadas por esses monstros, um no Planalto, um no Rio e centenas ou milhares de outros, maiores ou menores em sua degeneração, mas, muitos, espalhados pelo país. Como pode um país como este ter produzido toda essa imundície, toda essa perversão?
Ele justificou, dizendo que o que comemorou foi a vida dos reféns.
Fiquei imaginando ele chegando em um velório e cumprimentando, efusivo, todos que estavam lá (afora o morto), por permanecerem vivos.
Qual a diferença mesmo entre o sequestrador e o governador?
- Não sei se o sequestrador também é evangélico fundamentalista. Quanto ao governador, esse sim continua vivo pra praticar o ofício da morte.
Deprimente
O nazista governador do Río é a cara do Río.
Lamento pelos habitantes desse Estado que não merecem tamanha aberração ,porém, o delinquente que conmemora como se fosse um gol a morte de um ser humano ,é só consequência.
Ele não é causa,assim como o criminoso governo federal não é.
A massa IMBECIL que os cría alimenta e elege é a causa e nisso é que devemos focar.
Quando passar esta maré de estrume que inunda o Brasil, este sujeito será visto,expôsto como o que ele é, um verme .
Se tinha maus de um atirador nao tem como os dois mirara ma mesma perna? Estraçalha a tibia e provavelmente ele nao reagiria. Lembrando que se nao estava armado e a pm esta envolvida teoricamente sendo militar tem q aceitar o risco de uma reaçao e nao agir como civil cagao destreinado
Como não assisto mais às tvs, vi um vídeo da Record no You Tube apresentando o desfecho do sequestro com essas palavras, quando se vê o rapaz entregando a mochila, e imediatamente caindo nos degraus do ônibus: "A polícia atirou na perna do sequestrador". Terminou o vídeo assim. Como já sabia que o rapaz estava morto, logo pensei ser uma reportagem enganosa, se um tiro numa perna não mata ninguém.
Depois, outras matérias li, até que em uma fiquei sabendo que, por ordem das autoridades envolvidas no caso, as televisões não filmaram o desfecho, visto que dentro do ônibus o sequestrador controlava os acontecimentos. Finalmente, não foi um tiro numa perna, mas vários tiros que mataram o rapaz, isso depois dele estar fora do veículo, e haver entregue sua mochila.
Dizer que ele carregava um esqueiro, que poderia ter incendiado o ônibus, não cola porque, reitero, o cara já se encontrava do lado de fora do ônibus, e entregue sua mochila. Isso o vídeo mostra muito bem, e essa de isqueiro e incêndio foi uma mentira para justificar a morte.
Vale dizer que das entrevistas, chegaram a dar relevância ao fato de uma Psicóloga ter concluído tratar-se de um homem com perturbações mentais, confirmado pelo que disseram aqueles que antes do desfecho foram liberados, e, portanto, estiveram nas mãos do sequestrador.
Quem tentar fazer comparações com aquele caso do ônibus 174, vai ver muitas diferenças. Ali, mataram uma refém na frente de todos, e tudo filmado. O sequestrador entrou no camburão de onde saiu morto. Ou seja, foi assassinado dentro de um veículo conduzido pela polícia.
Uma sociedade que elege um psicopata assassino não pode ser chamada de "evangélica". É uma turba enlouquecida. Até porque tais pessoas já não falam mais de Jesus Cristo e dos Evangelhos, mas de reis e guerras sangrentas, como a justificar um ódio insano cultivado a partir do medo.
Os programas de TV e jornais sensacionalistas produzem seus resultados: uma sociedade doente.
Sabe como é "o saco do chefe é o corrimão da carreira.".
Lembrei do Dirceu Borboleta, aspone e bajulador do Odorico Paraguaçu, da novela O Bem Amado.