Publicada ontem à noite no site Poder360, pesquisa de confrontos de segundo turno para as eleições presidenciais revela o dilema dos candidatos da terceira via.
É semelhante, para os que acompanham futebol, àquela situação em que um time vai mal e, para não ser rebaixado, precisa de improváveis “combinações de resultado” tão complicadas em que somente os fanáticos acreditam.
Vejam o quadro aí em cima: o par tucano, João Dória e Eduardo Leite venceria as eleições contra Bolsonaro, como também Ciro Gomes, num segundo turmo.
Só que, para chegarem ao 2° turno precisam que Bolsonaro não vá a esta disputa. Porque, contra Lula, Doria ou Leite somam apenas 15 pontos, 4,5 vezes menos que o petista. Não se fez (ou não se publicou, ainda) a mesma simulação com Ciro, mas não há razão para crer que o resultado fosse igual, como registrou o mesmo instituto em pesquisa anterior.
Observem o paradoxo: precisam dos votos de Bolsonaro para irem ao segundo turno com…Bolsonaro.
Como, é óbvio, a equação não fecha, apostarão cada vez mais num apelo ao antilulismo, um campo que pode se congestionar mais caso o ex-juiz Sergio Moro se disponha a ser também um “terceiroviista“, o que parece difícil a esta altura.
Por isso, também, o desafio para Lula é dificultar esta união da política convencional contra a sua candidatura. Não está fazendo um “catadão” para apoio imediato, difícil depois de tanta histeria antipetista. Ao contrário do que dizem os que falam que o petista busca a polarização, a ele interessa que as forças político partidárias se apresentem à disputa com suas próprias caras.
E o resultado, como você vê no gráfico abaixo, é que elas se igualam apenas no “bolo” que formam na baixa expressividade eleitoral, com todos ou quase, apertados na mesma margem de erro.
Pode ser ( e é até provável) que isso mude, na reta final das eleições, quando o caráter plebiscitário da eleição se acentuar, mas não é o que ocorre agora.
Lula sabe que uma quase impossível “soma” entre os candidatos da dita 3ª Via (imagine se Doria mobilizará SP por Eduardo Leite ou vice-versa, ou como Ciro vai explicar uma união com Moro, por exemplo) não é aritmética e que o resultado será menor que as parcelas.
E conta que as pessoas perceberão que as outras candidaturas só terão capacidade de levar a um perigoso 2° turno com Bolsonaro e essa será uma das decisões a ser tomada na hora do voto.