O leilão de Moro

Não é só na bolada que recebeu da multinacional Alvarez & Marsal – tutora judicial das empresas que a Lava Vato quebrou – que o dinheiro anda assombrando a vida do ex-juiz Sergio Moro.

Ele flerta e balança com a dinheirama de R$ 1 bilhão que a União Brasil terá em seus cofres para a campanha eleitoral e, para isso, deixa “pendurados” o Podemos, partido que foi montado para esperá-lo como candidato a presidente.

Até o seu “site oficioso” de Moro, aquele da turma do Diogo Mainardi, admite que, nas conversas sobre a filiação de Moro ao União Brasil, o assunto é dinheiro. Moro, dizem, estaria insatisfeito com a “falta de investimento” do do partido e que Luciano Bivar, ex-senhorio de Jair Bolsonaro no PSL, estaria fazendo ‘jogo duro’ com uma aliança com o ex-juiz, querendo a vaga de vice.

“Na prática, Bivar quer ser o vice de Moro na União Brasil. Ou seja, quer uma chapa puro sangue, o que inviabiliza qualquer acordo com o Podemos.
A discussão sobre eventual mudança de legenda foi precipitada pela passividade do Podemos na campanha de Moro. Além da dificuldade para montar palanques regionais, o partido não tem investido na divulgação da candidatura, ainda pouco conhecida.(…)
Falta apoio político e financeiro. Embora o núcleo da campanha esteja buscando doações no mercado privado, apoiadores acham estranho que o multimilionário Oriovisto, fundador do grupo Positivo [e senador pelo Podemos] , não tenha oferecido ajuda.
Outro ricaço, o senador Eduardo Girão até ajudou financeiramente para o ato de filiação e fez alguns discursos em defesa de Moro, mas, na semana passada, viajou aos EUA com a bolsonarista Carla Zambelli.”

Já sem ilusões sobre o amor de Moro, parte do Podemos parece querer leiloá-lo, numa coligação de traídos.

Moro tem dado sinais de que quer o acerto com Bivar, mas tem que resolver o problema de dar um “perdido” no Podemos.

E, depois, sem ter mais o poder de um juiz criminal, escapar do laranjal do Bivar.

 

 

 

Fernando Brito:
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