O mercado ganha se o Brasil perde. E se o Brasil ganha, o mercado…

Com a dica do professor de economia Cássio Moreira, reproduzo o insuspeito artigo da colunista Raquel Landim, da Folha, hoje.

É o que a gente tinha dito aqui quando falou que a “turma da bufunfa” seca a seleção brasileira para lucrar com a frustração dos brasileiros.

Ou como “torce” por pesquisas que empurrem Dilma para baixo.

É o outro lado de um terrorismo que, na falta de crises na organização da Copa, torce até por desastres que entristeçam e tirem o brilho da festa.

Torcem, como torcem por inflação, recessão, apagão ou qualquer coisa que faça o Brasil  se sentir em crise.

É a turma do “quanto pior, melhor” da qual a Dilma falou ontem.

Nunca se viu misturarem tanto futebol com política.

Que  “Lobo de Wall Street”,  que nada.

Perto dos “Urubus da Bovespa” o personagem é um santinho.

E tolo é quem acha que eles pararam com a “uruca”…

São todos Colômbia desde criancinha…

Brasil nas quartas aquieta ‘urubus’ do mercado financeiro

Raquel Landim, na Folha

A “Copa das Copas” conquistou até os piores “urubus” do mercado financeiro. Com o Brasil nas quartas de final, os investidores perderam a esperança de lucrar com a derrota e pararam de “secar” a seleção.

Antes de a competição começar, a expectativa era que um colapso na organização e/ou um vexame em campo, como a eliminação do Brasil logo no início, poderiam impulsionar o preço das ações.

O ciclo seria o seguinte: um desastre na Copa recrudesceria o pessimismo, diminuindo as chances de reeleição de Dilma, e favoreceria as ações das estatais. Esses papeis estão sendo prejudicados pelo intervencionismo do governo na economia.

Essa avaliação pipocou em relatórios e declarações de analistas antes da Copa. Passado o sufoco da partida contra o Chile, que o Brasil venceu nos pênaltis, o jogo virou.

“O ponto mais perigoso já passou. Estamos perto de um momento em que uma performance da seleção será satisfatória, mesmo que não ganhe a Copa”, diz Jorge Mariscal, chefe de análise para mercados emergentes do banco suíço UBS.

O mercado agora faz a conta do efeito contrário. Se o Brasil passar pela Colômbia hoje, pela semifinal e erguer a taça no fim da semana que vem, Dilma vai subir nas pesquisas e a Bolsa pode cair?

“Se o Brasil for bem, favorece o governo. Mas ainda não está claro quando tempo vai durar o efeito Copa nas intenções de voto e no mercado”, diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

Os investidores estão atentos às pesquisas eleitorais. Nesta quinta-feira (3), o Datafolha divulgou um aumento nas intenções de voto em Dilma para 38%.

Mas a oposição também cresceu e os demais candidatos somados chegaram aos mesmos 38% -o que significa mais chances de segundo turno. O mercado se animou e o Ibovespa subiu 1,59%.

A percepção dos analistas é que um sucesso na Copa renderá dividendos eleitorais para Dilma apenas no curto prazo, porque a economia continua decepcionando e a indústria vai muito mal.

Para André Sacconato, diretor de pesquisa da Brain (Brasil Investimentos e Negócios), o Brasil teve um avanço institucional e as pessoas hoje diferenciam futebol, economia e governo. “Essa história de que o futebol é o ópio do povo está, felizmente, cada vez mais distante”, diz.

Ópio do povo não é, mas “barato” do mercado, nem tanto…

Fernando Brito:

View Comments (10)

  • Primeiro um haikai...

    "Este jogo é pesado...
    quando o mercado tá cagado
    ele limpa com o"papel" do Estado !"

    Sou um privilegiado, pois faço aniversário 13/07, portanto no dia mundial do Rock...meu som preferido...e o final da Copa das Copas em meu Brasil, e espero que com nossa canarinho disputando o título e ganhando o Hexa. Da nossa turma, pelo curso técnico -PRONATEC- terá um churrasco na casa de um colega e, claro, fui convidado...mas pasmem...durante o recreio, combinando o evendo...vários colegas declararam que torceriam contra o Brasil...por causa dos superfaturamentos dos estádios, de que faltam escolas etc...etc... a velha ladainha derrotista, mas contagiante de mal informados, mal intencionados ou imbecis mesmo. Então estufei o peito e disse na lata deles...eu tô fora! Não vou num dia especial para mim, numa "festa" para torcer contra o meu PAÍS! Detalhe...todos estudam de graça e professores recebem e trabalham pelo PRONATEC criado pelo Governo da Copa! Vira-lata é isto, além de tudo MAU CARÁTER!!! É mole! Farei um churrasco em minha casa, com bem menos gente, mas Brasileiros de coração e feliz como eu!

  • A coisa mais difícil e' lidar com pessoas,quanto mais estudam...
    não existe uma relação direta entre estudo,e sabedoria,e' como
    se uma pessoa precisasse de uma chance e conseguiu uma grana ou premio,para entrar no mercado, e depois achar,que ganha dinheiro ou se formou porque têm o dom !

    • Se o homem não entender o que e' gratidão,não entenderá a vida,
      vivemos por gratidão...

  • Devem ter festejado a queda do viaduto em BH, afinal trata-se de uma obra viária de PAC.

      • É verdade Paulo. Ontem no JN fizeram questão de dizer que era realizado com recursos federais e tocado pela prefeitura do PSB. Já começaram a rifar o PSB, fora de SP, claro.

  • O mercado torce contra a Dilma e o PT porque se eles permanecerem no poder a direita não vai poder privatizar o que sobrou, incluindo o pré sal. Se a direita ganhar o poder federal vai modificar as leis para permitir passar o pré sal para as multis. Um dos carecas do PSDBesta já prometeu isso a uma delas. Petrobras, BB, Correio, CEF e outras vão passar para mãos estrangeiras tal qual as que já foram privatizadas nos governos do Farol de Alexandria. Para evitarmos essa reviravolta teremos que continuar votando no PT em todos os níveis. Só assim evitaremos o retrocesso que a direita representa e que trará, fatalmente, a política neoliberal de volta.

  • AGORA ENTÃO O IBOVESPA VAI EXPLODIR, DOM A LESÃO DO NOSSO NEYMAR!

  • Eu morro de rir quando vejo essas "análises de conjuntura" baseadas nos resultados das "pesquisas" do Datafalha, como diz, muito apropriadamente, o PHA.
    Só um perfeito imbecil, ou alguém que quer se enganar, acredita que a Dilma tinha realmente 34% no mês passado e agora foi para 38% "devido ao efeito Copa". A Dilma já tinha até mais que esse percentual (40%, segundo um instituto sério, o Vox Populi) e agora deve ter ido a uns 42% ou mais.
    E o candidato do PSOL, com três milhões de intenções de voto, segundo o Datafalha, é de matar de rir.
    Enfim, se esses "analistas" querem continuar se enganando, problema deles.

  • Misturar política com futebol, associando o resultado de um torneio de futebol com o resultado das eleições é tratar os brasileiros como idiotas. Se futebol tivesse qualquer interferência nas questões políticas e econômicas de um país, o Brasil seria a maior potencia do planeta. Esse tipo de assunto demonstra bem o que o mercado pensa da chamada elite brasileira, o que pensam dos bem aquinhoados do País.
    Esse tal "mercado" não passa de um bando de mercenários, dispostos a dilapidar as riquezas de quem deixar. Seu dinheiro não tem compromisso com nada, assim como aqueles que aderiam a qualquer causa combatendo por dinheiro, eles estão atrás do lucro fácil, esperando apenas a oportunidade.
    Tentar influenciar nos resultados de uma eleição em favor daqueles que lhes favoreçam é um direito que têm. Quanto mais facilidades puderem obter para ganhar dinheiro sem esforço, explorando o esforço alheio, tanto melhor para eles. Investidores tem de todo tipo, os que investem em busca de participar de uma boa empresa que seja um negócio promissor e aqueles que especulam com os papéis de empresas, seja para pegar parte do negócio ou para fazer caixa. O segundo tipo quer facilidade e sempre será simpático com quem lhe oferece facilidades.
    O Brasil é um País de 200 milhões de habitantes e quem deve defender seus interesses é a sociedade brasileira. Desenvolver as potencialidades do País é alternativa dos brasileiros, o primeiro grupo de investidores procura lugares onde exista esse tipo de comprometimento. Quem deve decidir que tipo de País quer ser, são os brasileiros. E isso nada tem a ver com futebol e sim com política.

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