Já que hoje estamos fazendo um tour pelo blog do Nassif, me parecem pertinentes alguns comentários sobre uma outra instigante análise do jornalista, desta vez sobre o hábito do Ministério Público paulista de vazar investigações sob segredo de justiça para determinados órgãos de imprensa.
Nassif observa que é hora de todo o Ministério Público fazer uma profunda reflexão sobre o seu relacionamento com a mídia.
O questionamento de Nassif toca num ponto sensível e profundo da democracia brasileira. Qual a função política do Ministério Público?
Está claro que o MP tem uma função política. Assim como o Judiciário. E aí reside o perigo que até o momento o governo jamais considerou. É público e notório que o MP brasileiro não tem igual no mundo. É o mais poderoso. A mesma coisa vale para o Judiciário. Juntos, eles formam um poderoso estamento social, segundo o clássico conceito de Weber.
O perigo, a meu ver, está no seguinte ponto: quais são os meios pelos quais esses estamentos se informam? A grande imprensa brasileira, como a conhecemos, enquanto também um estamento social importante, ganha dinheiro vendendo produtos a todas as classes sociais, mas a fonte de seu poder reside principalmente na sua penetração junto às classes dirigentes, as classes médias altas, que formam os estamentos superiores das empresas públicas e privadas no país.
Por exempolo, a mídia não define quem serão os melhores escritores do país, mas o seu apoio é vital para a sobrevivência, inclusive física, de qualquer profissional da literatura.
A hegemonia ideológica da mídia junto às camadas superiores do funcionalismo é a única explicação para as truculências inacreditáveis que assistimos durante a Ação Penal 470. E a única também que justifica o fato do Ministério Público inclinar-se, de maneira tão constrangedora, a confundir as pastas, esquecê-las, quando se trata de investigar quadros ligados à direita partidária ou empresarial.
Mais perturbador que tudo, porém, é a suspeita de que há elementos do MP fazendo dobradinha com a mídia. Por isso, é tão importante que sejam estabelecidos protocolos mínimos de comportamento entre os serviços de investigação e os órgãos de imprensa, para que não vejamos o surgimento de núcleos subversivos, ou mesmo golpistas, de ação política, que tentem ganhar o poder não através do voto, e sim através de conspiratas institucionais.
Aliás, estamos diante de uma grande ironia histórica. Mídia e Supremo trataram articulações eleitorais e parlamentares, de partidos e quadros que jamais intentaram ganhar o poder de outra forma que não via sufrágio universal, como um “golpe” para se “perpetuar no poder”. A existência de esquemas de caixa 2 não implica em intenção golpista, porque se todos os partidos a praticam, poderíamos chamar-lhe, algo cinicamente, de uma subversão igualmente “democrática”.
Entretanto, estamos diante da velha inversão de valores. Os que lutam via eleições seriam os golpistas. Os que tentam ganhar no tapetão judiciário, numa dobradinha com ministério público e mídia, passando por cima do eleitor, estes são os “salvadores da democracia”.
A inversão de valores é a tradição mais antiga e mais duradoura da imprensa brasileira. Vide os editoriais nos primeiros dias que sucederam o golpe de 1964. Por eles, o Brasil nunca viveu dias mais profundamente democráticos. Segundo os mesmos jornais, nunca houve uma ação política mais genuinamente democrática do que a derrubada de João Goulart. Eles – os órgãos de imprensa hegemônicos – continuam os mesmos, governados pelas mesmas famílias, sustentados pelas mesmas agências de publicidade, influenciando decisivamente, hoje como ontem, segmentos poderosos dos “estamentos” superiores.
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Janot deixa Marco Aurélio de Mello em saia justa. Por que omitiu o principal documento do propinão tucano?
O STF aprontou mais uma.
O ministro Marco Aurélio de Mello virou o relator do inquérito 3815, que investiga o propinão tucano da Siemens e Alstom no metrô e trens do Alckmin (PSDB-SP) em São Paulo.
Ficou no STF apenas a investigação sobre quem tem fôro privilegiado, ou seja, os quatro demotucanos que são deputados federais.
Mello mandou a papelada do processo para o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, dar seu parecer, como é de rotina. Mas não enviou o único documento que justifica a manutenção do caso no Supremo por citar o envolvimento dos quatro deputados federais.
Mello não enviou a Janot o depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer que, em delação premiada, acusa de receberem propina os hoje secretários estaduais e deputados federais licenciados Edson Aparecido (PSDB), José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM), assim como o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Sem esse documento, Janot não teria elementos suficientes para justificar dar continuidade ao inquérito, e o caminho seria o engavetamento.
Como Janot sabe da existência deste documento, ele pediu em ofício de 11 páginas a Marco Aurélio, que precisa dele para poder opinar, uma vez que não havia como apreciar, "com a segurança devida, os elementos que supostamente indiquem a participação de detentores de prerrogativa de foro nas práticas delitivas".
No ofício, Janot adianta que há "fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela multinacional alemã Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo".
É uma tremenda saia justa para o ministro Marco Aurélio de Mello. Afinal por que omitir justamente a peça chave do inquérito no STF?
Em tempo: Se Mello também não recebeu esse depoimento, quem o colocou em alguma "pasta errada"?
(Com informações do Jornal O Dia / Ig)
Melo é o Safo Mestre. Tucaníssimo. Vota de acordo com o clamor da mídia. Está louco para inocentar os envolvidos no trensalão tucano. Ele transforma o STF em "Safar Tucanos da Forca".
Isso que dá nomear parente, mulher só porque é mulher e negro só porque é negro. Os critérios deveriam ser exclusivamente a capacidade acadêmica, a competência, os sensos de imparcialidade e de Justiça, no melhor sentido da palavra.
Corretíssima, análise! Vejo-a como um alerta, um apelo à cidadania para que não permita a promiscuidade nas instituições dessa República que após décadas de obscurantismo vê luz no fim do túnel. O ministério público e o STF só existem para assegurar a integridade da Constituição e o que se está vendo é um desvirtuamento intolerável, inaceitável de desrespeito à cidadania e ao estado de direito. O país não pode se curvar a essa elite, comandada por mídia golpista que, a despeito da Constituição, monopoliza a comunicação e impede a democratização do espaço público.
O MP e controlado politicamente pelos Promotores mais antigos, a maioria filhotes da DITADURA. Ou os novos adotam uma politica de imparcialidade ou cada vez mais o MP, COM GURGEL E FERNANDO ANTONIO E O engavetador Geral Blindeiro, sera mais desacreditado pelos conscientes deste Pais... Os mais antigos nao querem perder o poder de decidir a contenda politica,porisso veio em boa hora a decisao deo TSE da necessidade de um juiz eleitoral para investigacao eleitoral
M P padrão De Grandis ou gurgel não foi o desejado pelos integrantes da constituição, de 88.
Tenho a impressão que com a expansividade da Caixa Econômica, buscando reduzir o poder de comcorrencia dos Jogos do Bicho, principalmente no eixo Rio X São Paulo, algumas Instituições Publicas vem com muita intimidade se relacionando com facções da Imprensa "livre", as quais, em troca, sabe-se lá, tem dado constantes furos de reportagens, e em muitos casos, até inserido entrelinhas em determinadas Ações e veredictos. Um velho Tio, já falecido, costumava me dizer que "Advogado que joga golf com Juiz não perde questão". Outrora, o Jogo do Bicho foi detentor de imensa fortuna, tal qual hoje, é atribuída a Imprensa "livre", notadamente, aos Irmãos Marinhos, proprietários das Organizações Globo, que assim como os Bicheiros, não medem consequências quando se trata de levar vantagens. Que o digam as Empresas abertas em Paraísos Fiscais com a finalidade de Sonegar Impostos, ao mesmo tempo que tentam se Santificarem ao Promoverem o Criança Esperança, como os Bicheiros faziam antigamente, Promovendo os Carnavais do Rio de Janeiro, e os Traficantes dos Morros Cariocas em ajuda para compras de remédios, gás, e outras assistencialidades desse tipo. Como dizia aquele outro lá " NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS"
Reforma do Judiciario e do MP. A derrota da PEC do MP cevou o monstro.
“CRIEI UM MONSTRO”.
É O MINISTÉRIO PÚBLICO ! SEPÚLVEDA PERTENCE, MINISTRO APOSENTADO DO STF, SE PREOCUPA COM A EXPANSÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/12/21/%E2%80%9Ccriei-um-monstro%E2%80%9D-e-o-ministerio-publico/
A reaçao para limpar os juizes podres ou Bandidos de Toga que infestam o PODRE JUDICIARIO deveria partir do proprio judiciario, pois há juizes serios e idoneos, nao os que estao nas ASSOCIAÇOES OU AGREMIAÇOES DE JUIZES, tipo OAB/BRASIL, sabemos que quase todos estao neste conluio de DIREITA-EXTREMA, unidas para roubar os cofres publicos eternamente???
Digo juizes de verdades, pois devem serem a maioria, pois um revolta no PODRE JUDICIARIO DA PARTE DO BEM, faria mudanças profundas e eliminaria os corruptos bandidos de toga em todo o BRASIL?
Assim deveria ser feito no MPF, MPE, TC, TCU, STF, STJ, POLICIA FEDERAL e etcs
Ai, eu acordei, e vi que estava no BRASIL!!!!
Minha finada mãe dizia que quando temos uma batata podre num saco , tem que eliminar a batata podre pois se não o saco todo vai apodrecer.
No caso do judiciario brasileiro (MPs , STF , STJ. PGR etc) temos um saco de batatas podres salvar uma ou outra não é viavel , então a solução é tocar fogo no saco todo e comprar outro , é o que devemos fazer fulminar essa laia de bandidos togados , e depois sim ver o que se faz.
Ué, não é crime divulgar informação sob segredo de Justiça? Lei neles, no promotor e no dono do jornal. Não é assim que tem que ser? Ou... 'essa lei não pegou'?
A Imprensa Nacional tem como -(bolsa imprensa)- os governos democratas e outro qualquer tipo, em toda pequena cidade tem um editorial, que mama nas duas tetas na da Oposição e na Situação.
São formados por pessoas que acham que são noticiadores de noticias,
como o guarda noturno de antiga..
Que se você não o cumprimentava, passava em frente sua casa, mas fazia vistas grossas para o ladrão, já o outro que lha dava café e lhe oferecia uma boa noite..neste o ladrão não entrava..
Acho que os jornalistas do futuro tem que se repaginarem....OPS..
repaginar é furada...os jornais de "papel", vão desaparecer....
onde será que eles vão destilar sua maquiavélicas aventuras...