O mundo “pendurado” da agiotagem

Os números do endividamento mundial, que acabam de ser divulgados pelo BIS – uma espécie de Banco Central do Mundo, onde se compensam as reservas internacionais dos países – mostram o tamanho de uma nova “bolha” financeira, desta vez localizada fora das grandes instituições financeiras: as dívidas governamentais e as das empresas não financeiras, contraídas por emissão de títulos nacionais ou internacionais.

Elas já somam US$ 53 trilhões, 80% delas emissões estatais.

No gráfico distribuído pelo BIS, você pode ver que o crescimento vertiginoso das emissões das empresas financeiras , os bancos(barras nas cores cinza e rosa) estacou, a partir da crise. E que foi substituído pela expansão da dívida “interna” de  governos e de emissões de empresas não financeiras (nas cores amarela e azul, respectivamente), que mudaram claramente de patamar, porque os governos tiveram de responder, com seu endividamento, não apenas pelo saneamento que foram obrigados a fazer no  setor financeiro mas também pelo suprimento de liquidez que ele não podia mais prover às economias.

Dos US$ 30 trilhões de crescimento das dívidas de governo desde 2007, um quarto, ou US$ 7,5 trilhões,  se deveu ao crescimento da dívida pública dos Estados Unidos, de US$ 4,5 tri para US$ 12 trilhões.

No segundo gráfico, você  pode observar que a dívida em poder de estrangeiros – não a dívida externa, mas os títulos nacionais ou internacionais  comprados por países ou investidores residentes ou sediados em outros países. Note que, nos países emergentes, a percentagem da dívida detida por estrangeiros, que em 2008 era de cerca de seis por cento, dobrou a 12%. No Brasil, passou dos 16%.  É a tal enxurrada de dólares a que, certa vez, referiu-se a Presidenta Dilma Rousseff.

É uma insanidade, num mundo que se endivida – embora a juros baixos – de tal maneira pretender que o Brasil, pagando juros altos,  ainda “enxugue” a sua dívida.

Fernando Brito:

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  • Pagar dívida e juros da mesma não é como enxugar gelo: o gelo, uma hora acaba!!!

  • Muito bom, mas há um erro que precisa ser corrigido. Creio que não seja
    "Dos US$ 30 milhões de crescimento das dívidas de governo desde 2007, um quarto, ou US$ 7,5 trilhões..." mas US$ 30 BILHÕES

  • Um possível antidoto para nosso país, a esses esquemões financeiros, seria a utilização do countrietrade entre os BRICS, o Mercosul e outros acordos bilaterais com parceiros comerciais alinhados com essa ideia. Seria uma forma de desafogar a economia desses países e, em paralelo, sinalizar ao sistema financeiro internacional que seus esquemões estão sufocando as economias e precisam ser revistos.

  • Caro mario:bingooo,ta mais que claro solucao guevarista caindo de maduro,uniao sulamericana seria chute no trazeiro da ordem mundial imperialista unir mercados dos paises sulamericanos e cooperacao tecnologica.

    • Tudo indica que vc é um estudioso do assunto e deve ter sugestões interessantes. Poderia compartilhar esses conhecimentos? Só lembrando um pequeno detalhe, nem todos os países do BRICS fazem parte do continente Sul Americano.

  • Acabei de ler num blog de um americano o seguinte:

    If you are not among the One Percent, you have no future in America.

  • Quando teremos um governo que decida pagar toda a divida e mandar o capital estrangeiro para casa. Será que é impossível imaginar um governo que ao invés de administrar uma divida, administre um tesouro, com lastro real em petróleo, soja e minérios, tenha uma moeda forte, imune a inflação, um sistema tributário que cobre mais dos ricos do que dos pobres, grupos nacionais que não sonhem com o dia de vender tudo para um estrangeiro e ir viver na Europa?

  • Recém tentei publicar comentário ao respeito de matéria publicizada pelo Blog O Cafezinho,e estranhamente,fui CENSURADO!Não entendi o porque e em razão disso,estou postando nesse Blog.

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