O ódio incontrolável de Jair Bolsonaro ao trabalhador

O Brasil tem um dos maiores índices de rotatividade no mercado de trabalho do mundo.

Anualmente, nada menos de 15 milhões de trabalhadores são demitidos e – os que têm sorte – contratados outra vez.

Muitos, para não esquentar a cadeira

A taxa média de rotatividade no Brasil na década passada foi de aproximadamente 36%. Dos contratados, 13% eram demitidos antes de completarem 3 meses de emprego.

O dobro do que acontece entre os norte-americanos e europeus e o triplo do que se dá entre os japoneses.

Por conta disso, no governo Fernando Henrique – 1997 – foi editada a Lei nº 9.491, estabelecendo a multa de 40% do valor do Fundo de Garantia a ser paga ao trabalhador no caso de demissão imotivada.

Veja, mesmo com essa punição, um em cada três trabalhadores celetistas no Brasil é demitido anualmente. Ou força um acordo para ser demitido, por insatisfação com o salário ou as perspectivas profissionais.

Nem é bom pensar no que chegaremos se Jair Bolsonaro tirar esta defesa do trabalhador. eliminando a multa do FGTS.

Com um detalhe especialmente cruel: a multa protege mais o trabalhador com mais “tempo de casa”: se tem dez anos, seu FGTS acumulado anda perto de dez salários e 40% disso tem peso. O empresário, na hora de cortar, tem uma razão objetiva para poupar os trabalhadores com mais tempo na empresa.

Mas se tem um ano apenas, a multa fica em 40 por cento de um salário. o que é bem pouco para que a empresa mantenha a decisão de demitir.

São, portanto, os trabalhadores mais velhos, já atingidos em cheio pela reforma da previdência, os que mais irão sofrer.

Só ódio ao trabalhador explica que esta gente esteja na iminência de fazer isso.

 

 

 

Fernando Brito:

View Comments (18)

  • Eu comentei aqui na semana passada, em outras palavras, que defender Gleen é defender o direito de informação e a liberdade de expressão. E que todos os jornalistas deveriam fazê-lo, sob pena de amanhã chegar a vez de qualquer um deles. Não deu outra. Primeira da lista: Miriam Leitão.

  • Tem alguém na rua reclamando?
    Não né, o brasileiro merece, é pouco ainda.

  • Incrível e rápida transformação. Bolsonaro era apenas mais uma dessas tristes figuras deploráveis mas bastante comuns da política nacional. Mistura de bufão e oportunista com pretensões de vereador que chega, sabe-se lá como, a Câmara Federal. Agora está adquirindo aquele perfil que tão bem define a cara de nossas "classes produtoras", nossas "elites": brutal, burra, espoliadora, escravocrata, arrogante, prepotente, burra, racista, violenta, autoritária, cínica. A continuar assim em pouco tempo ele e (é lógico) seus filhos vão estar sentados nas cadeiras dos concelhos das principais empresas brasileiras ou multinacionais e, de punguistas e milicianos, vão ser apresentados como senhores dos mais honrados do nosso mundo "empresarial".

  • Caro Fernando Brito não estou conseguindo compartilhar as suas postagens no Twitter. Sempre vem a seguinte mensagem "Este pedido se parece com pedidos automatizados. Para proteger nossos usuários contra spam e outras atividades maliciosas, nós não podemos completar essa ação agora. Por favor, tente novamente mais tarde." Sua página .com no Twitter está desatualizada com o seu novo endereço .net. Talvez isso acarrete esta falha.

  • Só um ignorante pode querer arrochar ainda mais os trabalhadores. Não sei o que acham os trabalhadores que votaram nele.

    • Como na sua grande maioria são evangélicos, acham que ele é um enviado de deus e portanto, não sujeito a crítica, pois ele está combatendo o comunismo.

  • Sinceramente não consigo entender trabalhadores que votaram em Bolsonaro......ou que o apoiam. Só pode ser masoquismo.

  • Nestes últimos dois dias bozo se superou. Há limites para o bom, para o inteligente, mas não para o mal, para a idiotia; sempre se pode descer mais. Ele e os mínions são uma força da natureza, um estouro de manada. Ninguém consegue prever o que vai acontecer e onde vão parar. Ah, o Nelson Rodrigues: "somos governados por idiotas. Não porque são capazes, mas porque são muitos".

  • Não creio que se trate de ódio, bem como discordo que quem só enxerga obtusidade no sujeito. Ele é parcamente ilustrado e rudemente grosseiro, mas bobo nunca foi. Posando de estulto, ele faz uma ação duplamente eficaz: joga fumaça nos olhos da massa, via pauta da mídia convencional, e combustível no braseiro de seus apoiadores, via redes sociais. Enquanto isto, garante o silêncio necessário para os trabalhos da equipe de desmanche do Estado Social, que já obteve mais sucesso em seis meses do que FHC em 8 anos ou Temer em dois. E, quanto ao FGTS, atende à demanda do capital financeiro, que exige um exército de reserva de pelo menos 15% da população economicamente ativa para poder efetivar os "golpes de misericórdia" na sociedade e no trabalho sem risco de reação por parte dos trabalhadores (receosos de fazer qualquer coisa que lhes custe o emprego, com uma fila destas pronta para andar), porcentagem esta ainda não atingida. Falta demitir mais, e ele sinaliza que vai facilitar o caminho para isto, talvez não tenha nada a ver com ódio. Talvez apenas com desprezo, por "otários" que não sabem ganhar dinheiro fácil e por fracos, que não sabem reagir quando agredidos.

  • Impressionante a ignorância/safadeza de Bolsonaro e a safadeza/safadeza do jornalismo brasileiro.

    Para ele o desemprego de FHC pra cá só aumentou. É como se no governo do PT o desemprego nunca tivesse caído, a ponto de chegar em um determinado momento aos menores níveis da série histórica.

  • CANALHA, CANALHAS. É TUDO o que se resume desses VAGABUNDOS AVENTUREIROS E INSENSÍVEIS !
    FDP !

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