A gente recebeu aqui um texto do leitor Fernando Castillo, muito bem escrito e mais bem humorado ainda. Reproduzo, para compartilhar e dizer que textos bons e construtivos são sempre bem-vindos.
E não é que agora o Papa é pop mesmo?
O Papa Francisco, todos sabem, sempre teve como principal característica a simplicidade.
A ala da Igreja Católica que se opõe a Ratzinger, Bento XVI, venceu o embate interno e colocou no trono, Francisco.
Mas Francisco, fiel ao seu costume não quis o trono.
Francisco foi para o Brasil, encontrar-se com peregrinos e, mais uma vez demonstrou muito desapego e sobriedade.
Mas, o mais surpreendente é que, contrariando todas as expectativas, quando todos esperavam vê-lo se pronunciar contra aborto, relação homoafetiva, uso de preservativos, eis que ele disse:
”Não, não vim, falar sobre isso. Há questões demais alta relevância a serem tratadas. A vida inteira, após ler os ensinamentos e a vida de Cristo na minha juventude, sonhei em seguir humildemente, com todas as minhas limitações de ser humano, seus passos.
Por isso, ao chegar ao máximo poder da Igreja de Cristo, ocupando o posto que já foi de Pedro, observei que era chegada a hora.
Que poder tenho eu? Não o do Nosso Senhor, que fazia milagres e morreu na cruz pelos pobres. Mas o poder que me foi dado e que a mídia também insiste em me outorgar.
E esse é um grande poder. Um poder acima do de muitos governantes mundiais, pois permeio quase todos eles.
E um poder que bilhões de pessoas no mundo me conferem. Decidi. É a hora de atacar e combater a pobreza e as injustiças sociais mundo afora.
É a hora de conversar com os dirigentes do Brasil, dos países da América Latina, da África, do sudeste asiático, enfim com quem governa os que mais necessitam.
É a hora da Igreja assumir seu papel de seguidora de Cristo e voltar suas atenções para os famintos e desvalidos, firmando convênios de cooperação com os governos, fornecendo ajuda onde for possível.
Enviando médicos e enfermeiros, padres e freiras para as regiões mais carentes, afim de assistir ao mais necessitado.
Intervindo nas regiões de conflito entre índios e fazendeiros, tentando evitar o genocídio que se pratica naquelas áreas.
Estabelecendo convênios com pequenos agricultores, inclusive disponibilizando terras cultiváveis da Igreja, para produção de alimentos mais baratos. Uma revolução afim de erradicar a fome e a mortandade infantil.
Resolvi conversar com todas as pessoas que detém o capital. Os mais ricos. Expliquei-lhes que Jesus disse que é mais fácil passar um camelo por um buraco de agulha do que um rico ir para o céu.
Vários já aderiram à minha causa. Vão doar grande parte de sua riqueza.
Um deles, chamado de Eike Batista me revelou que já começou a se desvencilhar de sua riqueza, visando entrar no reino dos céus.
Expliquei a ele que não era necessário doar tudo aos pobres. Bastaria aos milionários e às grandes empresas, para começar, pagar os 415 bilhões de reais (são R$ 615, Fernando, mais a correção) que devem à Receita Federal.
Isso já demonstraria um gesto de boa vontade.
Lembrei a eles que, embora tenha falado contra a corrupção, a corrupção também parte deles, pois são eles que corrompem.
Sei que agora todos no Brasil veem sentido em minha visita ao Brasil.
Foi para isso que me desloquei em uma longa viagem. Sei que haverá gente contrária à minha atitude, mas a esses, peço que leiam mais uma vez os Evangelhos, mas com outros olhos, diferentes daqueles com os quais já leram.
E tentem entender o que Cristo disse e fez.”
Roma locuta, causa finita. Que assim seja mesmo, Fernando.Ah, e mande para o Papa esse texto, ele não é tuiteiro?
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E a Igreja, quando vai partilhar seus tesouros?
E a Igreja, quando vai partilhar seus tesouros?
E a Igreja, quando vai partilhar seus tesouros?
E a Igreja, quando vai partilhar seus tesouros?
E a Igreja, quando vai partilhar seus tesouros?
O papa Chico morde e assopra; acende um vela para os pobres, e outra para os poderosos. "Os jovens têm que ser revolucionários!" "Nao gosto dos jovens que não protestam ... Mas eles não devem ser manipulados ideologicamente", etc. Isso num país onde jovens violentos têm ido às ruas em manifestações que foram sequestradas pelo velho conservadorismo brasileiro. Não ouvi uma palavra criticando os atos de violência e vandalismo praticados por tantos manifestantes. "Não conheço as razões desses jovens que vão às ruas", disse. Ouvimos, sim, muitas vêzes, da parte do Papa, discursos dúbios, que podem servir para todos os gostos, de católicos e não-católicos.
Simplesmente sensacional...
Simplesmente sensacional...