Jair Bolsonaro, no Chile, fez declarações dizendo que as pesquisas de opinião que apontaram o veloz declínio de sua aprovação porque não teria se preocupado com elas , porque “não tem credibilidade no Brasil, assim como as eleitorais”, embora as pesquisas eleitorais, no primeiro e no segundo turno, tenham predito a sua vitória.
Bolsonaro é o caso típico do autoengano dos novos tempos, aquele que se mede por “curtidas”, “likes” e seguidores nas redes sociais. São fatores, sim, que permitem medir o número de “fans” – qualquer semelhança com fanáticos é mera etimologia – mas não para medir o apoio entre a sociedade em geral.
Bolsonaro ganhou a eleição sobre uma esquerda destroçada, seja pela crise do governo Dilma, seja pela Operação Lava Jato e, sobretudo, pela exclusão forçada de seu maior e mais simbólico líder, o ex-presidente Lula.
Não fossem suas limitações, tinha condições de montar uma coalisão de forças políticas, parlamentares e judiciais que nos soterraria e nos mandaria, como ele mesmo dizia, “para a ponta da praia”.
Escolheu o caminho que sempre seguiu, porém, o da solidão dos líderes de seita.
Não soube – mais provavelmente, não quis – desmobilizar suas falanges. Chegou a ensaiar uma “realpolitik”, mas dela logo se arrependeu e o fuzilamento público de seu pragmático ministro Gustavo Bebianno demonstrou que não há espaço para quem não o trate como um Jim Jones do Vale da Ribeira, exceto os militares, com quem tem uma relação em que surge como o “cavalo” de uma reocupação da vida nacional pelas Forças Armadas.
Cavalo xucro, já se vê, pelas tensões que vai acumulando com a caserna, reduzida à ocupação de cargos no governo e na obtenção de vantagens pecuniárias.
Bolsonaro vive da destruição, vive do inimigo, vive de fazer a sociedade criar mitos que a realidade desmente, como está desmentindo os de que ele traria o fim da política, da corrupção, da devassidão de costumes, como se um Super-Homem nos pudesse restituir a glória sem mudar as realidades deste país.
Porque não tem visão alguma de país senão a de ser sabujo. Dos EUA, do “mercado”, das seitas evangélicas dos espertalhões, dos descerebrados pitbulls.
Repete, em escala menos ousada e mais , muito mais, grosseira, o que fez Collor, embora com a “vantagem” (para ele) de termos uma sociedade mais brutalizada.
Se seu dano é grande e duradouro, e isso é certo, tudo começa a apontar para que seu tempo será curto.
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A história nos mostra que vaso ruim não se quebra. Só se se pegar e jogá-lo ao chão!
Cada dia cresce o numero de pessoas que não votaram no Bozonsauro, votaram no Amoedo.Acho que Amoedo deveria pedir recontagem dos votos.
Verdade. Essa turma está envergonhada e agora diz que votou no amoedo.
Pelos meus cálculos, ainda é cedo. Mas em maio, o Amoedo terá vencido em outubro. Haja relatividade... Einstein explica.
Impressiona o quanto o Bolsonaro ficou feliz e desembaraçado na presença do Trump. Com o Trump, ele não demonstra qualquer complexo de inferioridade e nem a mínima vergonha de ser quem ele realmente é. Com certeza não faria o mesmo com o Obama, que para ele deve ser um perigoso comunista.
Feliz, pulando em volta, como faz o cusco com o dono.
Eh, eh, eh...! Sim, como um cusco com seu dono que há muito tempo não via...
Como já disse Luiz Nassif, Bolsonaro, o breve.
Que seja brevíssimo e que imploda a base de apoio do seu vice para que ele não tenha condições de fazer o que o Mercado quer: destruir as conquistas sociais.
O Bretas não quer que um eventual recurso contra as prisões vá para o Ministro Gilmar Mendes. Agora estamos assim, os juízes de primeira instância se consideram com poder suficiente para escolher quais ministros de tribunais superiores estarão aptos a receber os recursos contra suas decisões.
Pior para todos nós é que o estrago na produção agropecuária parece ser muito grande, seus resultados negativos virão aos poucos assim que compradores se reposicionem. Levará anos para esse pobre país voltar a ser respeitado. E nossos empresários boquiabertos não sabem para onde correr. Um tremendo tiro no pé, o rei dos otários entregou de graça tudo para o seu idolo, será isso pagamento de agradecimento?
Os empresários tem muita culpa nisto, eles preferiram apoiar o aventureiro Bozo do que apoiar Haddad. Estes empresários usaram o ódio como instrumento de raciocínio. Com a gestão do PT na presidência todos estavam ganhando, inclusive os empresários. Eles não queriam que o povo ganhasse, agora muitos deles perdem dinheiro e muito dinheiro.
Não consegue ver, mesmo que queira, porque é analfabeto.
Agora o miliciano Bozo tem uma namorada que pretende abandoná-lo? Essa namorada atualmente ocupa o cargo de presidente da Câmara dos Deputados. E aí Botafogo, vai admitir este tipo de tratamento do Bozo?