Pulo Guedes pediu e vai ter.
A questão é: ele sabe disso e parece querer instaurar a confusão generalizada.
Espalhar uma mensagem comparando com o desastre de Brumadinho um possível reajuste de servidores públicos – muitos deles há cinco ano sem reajuste nos vencimentos (só algumas as categorias mais bem remunerados os tiveram em 2016/17 e os militares, em 2020) – enquanto ele próprio prepara um polpudo aumento para policiais federais, policiais rodoviários e agentes penitenciários é pedir para provocar uma explosão de reivindicações que estava, convenhamos, absolutamente contida.
É muito estranho que o ministro e o Governo estejam, na prática, empurrando os servidores para uma greve e, em consequência, para a interrupção dos serviços públicos.
O que explica as acusações sórdidas que Guedes faz, dizendo que “agora que tomaram suas vacinas, querem aumentos”, misturando coisas que, é obvio, nada tem a ver uma com a outra?
“Quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus. Está dizendo : ‘já tomei minha vacina agora quero reposição de salário: NÃO VOU PAGAR PELA GUERRA AO VÍRUS’”, escreveu Guedes, assim, em maiúsculas mesmo.
O mais provável é que deseje provocar a paralisia do serviço público como forma de explicar o desmoronamento que Bolsonaro e ele provocam com suas ações estúpidas e omissões criminosas.
E o caos, assim, passa a ser culpa de servidores remediados e não do governo sem remédios.