Vocês conhecem aquela história do chinês, sobre só haver duas coisas com que você deve se preocupar, se está doente ou não, e se está se vai se curar ou morrer, e se morrendo vai para o céu ou para o inferno…
Não é demais pensar nela quando se analisa a “rebelião” do PMDB.
Se, contrariamente à tradição histórica do PMDB, ela for para valer, paciência.
O efeito mais grave que terá será a perda dos cerca de quatro minutos de tempo do partido na propaganda eleitoral, pelos quais Aécio Neves já se agita e que também é cobiçado por Eduardo Campos.
Mas é difícil que consiga, porque são imensos os conflitos regionais entre tucanos e peemedebistas.
Neste caso, sem candidato a Presidente, o tempo do PMDB seria proporcionalmente repartido segundo o número de candidatos e as bancadas com candidato, o que manteria a imensa folga que tem a candidatura Dilma neste quesito eleitoral.
O apoio local dos candidatos peemedebistas a governador?
Bom, neste caso é preciso ver o que representa para eles a perda do apoio do Governo e de Lula.
Qual deles quer estar junto ao homem da foto aí de cima em pleno 2014?
No caso do Rio de Janeiro, não vejo em que vá ajudar Aécio Neves ter o apoio de Sérgio Cabral.
Certo que alguma coisa somará, no interior, ainda que eu duvide que isso vá ser significativo. Mas será arrasador para Aécio justamente no setor de onde lhe vem os votos: a Zona Sul e a classe média, onde o prestígio de Sérgio Cabral é muito abaixo de zero. Eduardo Cunha, para quem as coisas já estiveram melhores, está tão pendurado demais nos gastos federais com obras no Rio de Janeiro que irá se encolher, caso rompa com a eleição de Dilma.
É certo que será muito melhor para Dilma que aconteça o provável refluxo do PMDB.
Mas, se não ocorrer, são os peemedebistas que têm mais motivos de preocupação e, em véspera de eleição, estou para ver estes episódios de suicídio coletivo de candidatos a reeleição.
Uma coisa é aplaudir o Jim Jones peemedebista, Eduardo Cunha.
Outra é dividir o copo de veneno com ele.
Até porque Cunha vai ter farto estoque de um antídoto muito eficiente contra fracasso eleitoral, guardados nos guardanapos de Sérgio Cabral.
É isso o que hoje Lula começa a perguntar aos líderes, de fato, do PMDB.
Se vão mesmo fazer um brinde com Jim Jones.
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É isso aí, Fernando, parabéns pela análise.
Talvez essa rebelião seja um divisor de água na política do PMDB. O partido ficou 8 anos no colo de FHC. Em 2002, foi candidato a vice na chapa do Cerra (PHA). Com a vitória do Lula, pulou nos braços do PT e, em 2010, lançou o Temer candidato da Dilma. A pergunta é: quem perde mais, PT ou PMDB? Eles vão fazer as contas.
Parabéns Fernando. Ótima analise.
Uma coisa é certa, essa exposição desse partidinho de m... fará com que muitos eleitores revejam seus conceitos no momento do voto.
O momento é de festa para aqueles que comemoraram no plenário, a mesma festa que já foi feita em situações semelhantes sem nenhum resultado prático (as fotos das “festas” mostram que são sempre os mesmos). Posso estar enganado, mas acho que, pelo menos num primeiro momento, Michel Temer perde muito. Mas, na sequência, acredito que quem mais vai perder é Eduardo Cunha. Quando o assunto é Eduardo Cunha não se pode falar coisas tipo “com o passado dele...”, porque simplesmente não é o passado, é toda a sua trajetória política. Assim, com o histórico dele e o histórico do PMDB é, no mínimo, muito, muito pouco provável que segurem isso. E mesmo não segurando, a postura que adotaram de forma tão escancara não passará em branco. O PT tem que saber tirar proveito disso, de tão grosseiro e grotesco que foi o episódio. É de se imaginar o custo que isso poderá ter para ambos, Cunha e PMDB, nas eleições de outubro.
Tão escancarada.
Já deveria ter acabado com essa mamata do PMDB, quando apoiaram Aécio Neves, na CPI do Carlinho Cacheira, para não convocar o Governador Sergio Cabral. o PMDB é a doença para qualquer Governo, vamos deixar de voto nos candidatos do PMDB. É um cancer.
Hora de demitir o PMDB.
Tá cheio de partido querendo convite da Dilma para promoverem seus crescimentos e participarem do novo mandato.
Quem não quer estar com Lula e Dilma no palanque em 2014 ?
Isto é pura pressão, os maiores perdedores são os pmdbistas, e eles sabem disso, o laço esta pronto, eles decidem, apertam ou afrouxam, tenho certeza que eles vão ser " coerentes"!!!
O PMDB pretende certamente manter uma boa bancada, por isso não pulará fora do barco do governo às portas da eleição. Seria suicídio político, vide Campos patinando nas pesquisas. Esta crise parece muito mais um acerto interno no partido, com o intuito de desalojar Temer da vaga de vice, o que parece vai dar certo. Vide análise ontem na RBA de Helena Sthephanowitz - http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/03/ao-insistir-em-agenda-negativa-pmdb-se-arrisca-a-nao-reeleger-sua-bancada-8073.html
Dilma deve chutá-los do barco. Ou está comigo, ou está contra mim, eis a questão simples de resolver. O povo quer DILMA E LULA, fazendo a campanha para derrotar esses deputados traíras, tudo ficará bem melhor.
Aquele PMDB ou MDB que levou o pais a lutar contra a ditadura já deixou de existir há muito tempo.Assim, transformou-se em um partido de carreiristas que esqueceu por completo que política tem que ter fundamentação ideológica e não pura e simplesmente a negociação material para a satisfação de alguns dos seus membros. Essa negociação de vantagens materiais deve ser em função do bem estar comum onde a maioria da população seja a mais beneficiada e não o núcleo do poder que representa o partido. Quem negocia nos moldes do PMDB, não apenas em relação ao PT mas tambem em relação aos outros presidentes que o PMDB "apoiava" para ter mais cargos deve ter em mente que há de chegar o dia em que alguem porá fim a esse jôgo de faca na goela. O atual PMDB lembra-me aquela esposa do imperador Tibério Cláudio Druso Cesar, conhecido como imperador Cláudio, que nascera no ano 10 A.C e casara com uma garota de apenas 14 anos conhecida como Messalina, que mais tarde toda a Roma viria a chamá-la de " Meretrix Augusta". Mas devemos tambem não esquecer o velho Mao Tsé Tung que dizia " em política não há amigos para sempre nem eternos inimigos". "Vamos prá frente, pois atras vem gente " e na nossa frente tem as eleições.
Agora só falta esse canalha conseguir com esse bando ante povo, derrubar o marco civil da internet e prejudicar o povo mais uma vez para privilegiar as teles, que já explora tanto seus usuários, ele que aguarde a resposta do povo nas urnas.