Nenhum de nós, neste momento, tem o direito de ser ingênuo com o que está acontecendo.
Não há um processo eleitoral democrático, normal, onde as forças políticas se confrontam e disputam a preferência do eleitor.
Tanto que se empurra ao favoritismo um homem que se formou no conforto do nepotismo e cuja virtude política é sua própria nulidade pessoal.
Existe, sim, uma tentativa em marcha – e avançada – de conduzir o povo brasileiro não à eleição de um candidato, mas ao linchamento de um governo.
Uma espécie de 1954 com urnas eletrônicas.
O povo brasileiro está sitiado.
Ocultaram-lhe que seria Aécio – e não Marina – a enfrentar Dilma no segundo turno e, assim, deixaram sua nulidade no “freezer”, até que fosse a hora de plantá-lo, ao velho como novidade, para a cartada final.
E, para ela, não foi preciso mais que articular o comportamento de um canalha de terceiro escalão ao qual se prometem prêmios por “delações”, com um juiz que o faz prestar um depoimento genérico, sobre fatos que, depois de meses de investigação, ele já teria de ter revelado, para que seja divulgado em redes de televisão, enquanto se nega o acesso a quem é acusado às informações sobre o que é dito, especificamente.
Parte do Judiciário se junta ao que é generalizado.
A imprensa, as instituições, a economia, seus políticos estão de goela aberta, prontos a devorar seu futuro.
Estão prontos a tudo que lhes signifique uma chance de tirar este país do povo brasileiro.
Os que o defendem estão mudos ou anulados, perdidos em seus próprios equívocos, acomodações e conveniências.
Respeitaram, como em nenhuma outra época da história brasileira, o livre funcionamento das instituições e não tocaram nos privilégios de nossa elite, exceto o de ser a única dona do Brasil.
Todas estas forças, agora, se unem contra um processo político que o afirmava.
Um processo do qual, nem mesmo ele, o povo, tem uma consciência que vá além de sua pele, de seu instinto.
Porque suas vanguardas política abriram mão de sê-lo, na ilusão de que podiam ser “de todos”
Como naquele momento terrível de nossa história, o “mar de lama” que se pintava não era real e muito menos Getúlio Vargas estava nele mergulhado.
Mas a histeria moralista da UDN de nossos tempos conseguiu arrastar parte da classe média.
Marina Silva é apenas expressão desta hipocrisia, de um movimento que há 60 anos agita corrupção e anticomunismo como se fossem honrados e defensores das liberdades, mas compactua com o saque colonial de nosso país e com todo o autoritarismo que tivemos e temos.
Temos uma elite perversa, que compreende que a fome só faz escravos e que vê escravos da comida os que deixam de passar fome.
Que odeiam um médico cubano porque aceita trabalhar ganhando R$ 4 mil quando R$ 10 mil não bastam a um médico recém-formado no Brasil para trabalhar de oito às cinco na periferia.
Tornamo-nos o país do ódio.
As manchetes de jornal são o que teria dito um crápula, um ladrão, em troca de um perdão e sabe-se mais o que lhe tenham prometido, para declarações cronometradas a coincidirem com o momento das eleições.
No entanto – que maravilha! – o povo brasileiro resiste.
Só tem seu instinto a defendê-lo.
Mas o instinto, tão desprezado, é muito poderoso, se ele encontrar referências.
Se tivermos, porém, a coragem de lhes dar a verdade.
Temos 15 dias e um desafio imenso pela frente.
Nestas duas semanas, temos de usar os programas de TV e os debates para desmontar, corajosamente, as montagens marteladas a cada dia pela mídia.
Já não é hora de posturas defensivas ou de jogos estratégicos.
Campanhas são longas, como a que fizeram de junho de 2013 para cá, quando fizeram um país que acreditava estar indo no caminho certo parecer um lugar onde parecia que tudo estava errado.
E como, assim, conseguiram os incautos esquecer de anos, décadas em que a classe dominante fez, de fato, tudo dar errado para o nosso país e nosso povo.
Mas o que temos agora não é uma campanha, mas uma batalha.
Nelas, é preciso coragem, ousadia e líderes.
Se deixarmos que se percam as referências, a força de nosso povo se dispersa e pode ser vencida.
Mas se elas surgem, deixando de lado os cálculos políticos convencionais, o povo brasileiro pode sair do isolamento em que o querem colocar.
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Caro Fernando...
Matou a pau.
JUCA CHAVES, AÉCIO, MARINA E A PROSTITUIÇÃO POLÍTICA
Juca Chaves se deliciava, ao contar a história de uma cantada que alguém fez a outra pessoa (vou ser politicamente correto aqui).
Como era uma proposta realmente indecorosa a outra pessoa puxou do fundo da alma um resto de algo parecido com inocência que supunha ter e disparou: "Tá pensando que eu sou protistut@?".
Ao que @ primeir@ personagem, com muito cinismo, arrematou: "Isto eu já sei que você é. Estou querendo discutir é o preço".
Como não lembrar Juca Chaves neste triste espetáculo de prostituição política que os brasileiros assistimos durante uma semana inteira, e que vemos se consumar hoje?
Não podiam, pelo menos, ter deixado passar o domingo do Dia das Crianças?
Francisco, a diferença é a de que uma "menina" dessas é extremamente honesta porque diz antecipadamente o que faz e a Curupira mente mas acaba "fu....." com todo o país.
Lembro de Baden Powell dizendo, uma vez, "se todos os tristes fizerem juntos, toda a tristeza vai acabar", pois è, tà na hora, se todos os injustiçados tomarem a iniciativa, toda a injustiça se vai...saravà Brasil!!
Grande matéria, caro Fernando Brito. Sei que, como vc é bem informado e também um grande formador de opinião, já deve ter conhecimento desta matéria de um colega da UFJF:
http://www.viomundo.com.br/denuncias/gustavo.html
O tema é preocupante, pq o TSE terceirizou a operação das urnas nesta eleição , parece-me que para a OI, e não foi feita auditoria ( diz o colega que NÃO HOUVE AUDITORIA DO SOFTWARE DAS URNAS ELETRÔNICAS).Isto é muito sério e crei que mereça nossa atenção! Saudações democráticas.
Arquimedes
Vamos vencer Presidenta Dilma!!!
Contra Aécio, Marina e a imprensa golpista!!!
O povo cearense não é mal informado, muito menos ignorante.
Neto de Jango diz que imprensa está fazendo com Dilma o mesmo que fez com seu avô
Postado em 12 de outubro de 2014 às 5:08 pm
FONTE: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/neto-de-jango-diz-que-imprensa-esta-fazendo-com-dilma-o-mesmo-que-fez-com-seu-avo/
LÁ VEM O MATUTO QUE SENTE CHEIRO DE GOLPE DESDE O DIA EM QUE NASCEU EM PINDORAMA!
... Portanto, já passou da hora de a propaganda eleitoral da presidente Dilma Rousseff aprofundar a pedagogia na campanha! Relembrar 'o mar de lama' que "suicidou" Getúlio Vargas e derrubou Jango! 'Mar de lama' criado artificialmente enquanto capciosa e golpista estratégia política para desestabilizar governos trabalhistas...
Didaticamente, traçar os paralelos entre esses períodos trágicos da nossa história com o atual momento que estamos vivendo - e desde 2005 com a farsa do MENTIRÃO, correia de transmissão do 'golpe jurídico-midiático ainda ora em curso'!...
É imperioso, também, que a etapa eleitoral do 'golpe jurídico midiático ainda ora em curso' seja denunciada às instâncias internacionais ligados ao Direito, à civilidade e à Democracia!...
O que está em jogo é o prosseguimento e aprofundamento das conquistas e dos avanços produzidos no Brasil nesses últimos 12 anos! Não podemos legitimar o golpe da DIREITONA! Não podemos permitir que Honduras seja, também, aqui!...
Ou permitiremos?...
Perfeito!!
Sugiro ao Fernando levar essa sugestão a campnah da Dilma!!!
A campanha da Dilma precisa partir para o ataque, parar de falar de obras e projetos, e mostrar de uma vez por todas quem é Aécio Neves.
Estamos numa luta desigual: temos apenas 10 minutos por dia para contrabalançar as 24 horas de massacre em rádio e TV.
É preciso usar este tempo da melhor forma possível.
"Se você descobrir o ponto fraco do oponente, você tem que afetá-lo com rapidez." (Sun Tzu)
Acho que a Campanha de Dilma tem que ser mais agressiva, começar a falar da globo golpista e dos jornalecos, tirar o máximo proveito da falta de água em SP, pois a fato é de responsabilidade de alkimin, mostrar quem é o Aécio, bater doido, ou a vaca vai pro brejo.
Concordo plenamente. Tem que partir para o ataque e falar de todos os podres do Aeroécio. Tem que bater com força e sem piedade, pq precisamos convencer 50% + 1 voto dos que foram válidos, que aquela corja não merece passar nem perto da presidência novamente.
Concordo plenamente com você, amigo, ou parte pra cima do Juiz parcial, da imprensa corrupta, da globo e até do demônio, ou a vaca vai pro brejo.
DILMA 13
É DILMA de novo, com a força do povo. A direita articula o golpe mas non passaron. Vamos juntos Dilma 13.
Em 2010, quando a mídia queria aecim como vice, nem a Época deixou de expor o brilho na vida do "amigo da onça"
O amigo da onça
RUTH DE AQUINO*
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI111782-15230,00-O+AMIGO+DA+ONCA.html
Aécio Neves ainda não fez 50 anos. Sua retirada da sucessão presidencial, no melhor estilo do bloco do eu sozinho, sem combinar com o PSDB nem com José Serra, é gesto de efeito de um político ambicioso, carismático e jovem que não foi feito para ficar à sombra das olheiras de ninguém. Aécio cansou da tucanagem de Serra. Cansou de ser empurrado para ator coadjuvante na Vice-Presidência. Cansou de espernear pelas prévias do PSDB. Como se não soubesse que seu partido prima por ficar em cima do muro.
Alguém acredita nas palavras de Aécio? “Saí deste jogo nacional. Vou cuidar da minha vida e me dedicar a Minas Gerais.” Mineiro demais, né?
Pode ser que, até março, Aécio cuide de sua vida. Nesse meio-tempo, há Réveillon, Carnaval e bastante calor. O Réveillon pode ser no sul da Bahia, ao lado dos amigos playboys, como no ano passado. Pode ser no Rio de Janeiro, ao lado de seu irmão de fé camarada Sérgio Cabral. Pode ser em Paris, um luxo com a neve que começou a cair. Haverá champanhe, sempre há muita espuma e brilho na vida de Aécio. Ele gosta de se divertir, o bronzeado é permanente, sua simpatia contagia e, mesmo quando a festa não é para ele, Aécio acaba sendo o foco das atenções. Há sempre uma loura e uma piscina nas festas. E uma corte de amigos leais que o protegem de fofocas e maledicências.
Março é o prazo final. Aécio ainda espera que Serra possa tropeçar em si mesmo e jogar a toalha. O governador de Minas, que agora diz aspirar somente a oito anos de mandato no Senado, anuncia ter deixado a estrada livre para Serra. Um ato de “desprendimento e grandeza” para não dividir o PSDB. Promete engajar-se na campanha de Serra. Em seu texto oficial de “despedida”, não deixa nó que não possa ser desatado com elegância. Mas se solta das amarras. E joga a bola no campo de Serra, dos bispos do PSDB – e da vontade dos eleitores, que ficará mais clara em pesquisas nacionais nos próximos meses. O PT comemorou abertamente o gesto de Aécio, por apostar no “plebiscito” entre a ministra Dilma Rousseff e Serra. Não que o PT acredite tanto em Dilma. Mas acredita no poder do “cara”.
Se for tudo verdade, Aécio sai dizendo na surdina que o PSDB errou ao optar por Serra, porque o eleitorado não quer presidentes identificados demais nem com Fernando Henrique Cardoso nem com São Paulo. Ele também teria criticado a “insegurança” de Serra e a falta de ousadia do partido em buscar opções menos ligadas ao passado. Mas está claro que Aécio “renunciou” também porque mineiros e cariocas não bastam para ele subir nas pesquisas. Faltava o apoio do partido.
Serra terá dificuldade de festejar com serenidade este Réveillon. Depois de cozinhar Aécio em fogo brando todos estes meses, foi surpreendido. No fim, quem encostou o governador paulista na parede foi Aécio. Agora, é dá ou desce. Transformar uma vitória parcial numa carência seria muito ruim para Serra, que age nos bastidores como “maior abandonado”, traído pelo amigo.
Alguém acredita nas palavras de Aécio? Ele jogou a bola para Serra, mas ainda espera um tropeço.
O Amigo da Onça é um personagem criado em 1943 pelo cartunista pernambucano Péricles de Andrade Maranhão. Foi publicado pela primeira vez na revista O Cruzeiro. O nome do personagem veio de uma anedota que envolve dois caçadores. Um pergunta ao outro:
– O que você faria se estivesse na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
– Ora, dava um tiro nela.
– Mas se você não tivesse arma de fogo?
– Bom, então eu matava ela com meu facão.
– E se você estivesse sem o facão?
– Apanhava um pedaço de pau.
– E se não tivesse nenhum pedaço de pau?
– Subiria na árvore mais próxima!
– E se não tivesse nenhuma árvore?
– Sairia correndo.
– E se você estivesse paralisado pelo medo?
Então, o outro, já irritado, retruca:
– Afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?
Os caçadores, sabemos quem são. O provocador e aquele que sobe na árvore e se irrita no final. Pode-se imaginar quem seria a onça da anedota.
* Diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
Caro Fernando, ferro neles! Uma a uma, cada mentira empurraremos de volta para o esgoto de onde saem. Morrer sem lutar é para os covardes, e estes chafurdam no exército contrário.
Caro Fernando, muito pertinente seu texto, como sempre! Precisamos sair da zona de conforto e ter a coragem de fazer a campanha Cara a cara com nossos colegas, amigos, em sopitos de relacionamentos. Ficar debatendo entre amigos que pensam como nós é chover no molhado. Criei coragem e estou tentando conscientizar familiares, iniciando sobre o que vem a ser "esquerda" e "direita" e sobre os projetos que estão em jogo. E, secundário mas fundamental, desconstruir a imagem de Aecio Neves que tenta se passar de bom mocinho e defensor de programas sociais. Incoerência maior, impossível. Temos tempo e precisamos encontrar a "bolinha de papel" dessa campanha!