É óbvio que não se vai comparar, do ponto de vista físico, o ato de tatuar a testa de um rapaz drogado que estaria tentando roubar uma bicicleta com o de um procurador da República que exibe, em rede nacional de televisão, slides de um powerpoint acusando alguém de ser o “chefe da cleptocracia”.
Mas não há dúvidas de que o objetivo é o mesmo: tomar a si o poder de julgar e o de promover a execração pública de alguém, marcando visualmente sua testa ou o seu nome com o estigma de ladrão com base apenas em suas próprias razões.
Em ambas as situações, não faltam os elogios e aplausos dos fanatizados, dos cheios de ódio, dos festejadores do “escracho”, esta praga que tomou conta da vida brasileira.
Mas há uma diferença essencial: os dois torturadores que recriaram – da versão tatoo – as marcas a ferro quente dos campos de concentração nazistas são dois sujeitos primários, embrutecidos como tanto e, felizmente, cruéis como poucos.
Na outra cena, que o fez sabia perfeitamente, por estudos e profissão, que o ser humano não pode ser vítima de linchamentos, nem físicos, nem morais.
E o fez, deliberada e meticulosamente, por convicções, aquilo que já seria inadmissível por provas.
Atos assim, como tantos outros feitos pela mídia ou por autoridades públicas com o dever do equilíbrio certamente ajudam os monstrinhos da tatuagem acharem que é normal e bom fazer seu tenebroso powerpoint na testa de alguém.
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O justiçamento pedagógico.
Exemplo disso são os casos de rasparem as cabeças dos presos. Já seria uma agressão só pelo fato em si, ainda mais quando o preso não está nem condenado. A bestialização parece normal à essa sociedade doente.
O Lhula não é nada santo, mas o que fizeram (e estão fazendo) com ele, é típico de ditadores querendo, e conseguiram, tomar o poder.
Tens razão, Lula não é nada santo, é torneiro mecânico e ex-presidente do Sindicato, do PT e da República, "Santo" é o leguminoso, como o pai da sorveteira é o "Careca".
Texto irretocável!
Muito pertinente a comparação.
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Só queria acrescentar que a única diferença é que os MONSTRINHOS da tatuagem vão pagar pelo que fizeram. Pois são pobres e anônimos. (nenhuma peninha deles, tem mais é que pagar mesmo, com todo o rigor da lei).
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Já o MONSTRO de Curitiba provavelmente, não.
O ditado diz "que aquí se faz e aquí se paga"Acredito que numa volta ao Estado Democrático de Direitos a atitude intencional, maldosa e truculenta daquele procurador imitando aos inquisidores da Inquisição e aos agentes da Gestapo alemã, será objeto de um devido processo legal.Leia sobre os processos em Nuremberg
Só faltou esse procuradorzinho dizer que fala diretamente com Deus. Num Estado Laico, como o nosso, isso de misturar politica com religião deveria ser punido com 10 anos de prisão. É a inconsistência da bancada evangélica, que prega uma coisa e faz outra.
A comparação é interessante mas a responsabilidade do estudado promotor não se compara ao do outro bandido, doublé de tatuador.Esse estudou para combater o que ele mesmo fez. O outro, às vezes tenho pena que a civilização nos tenha obrigado a rechaçar a Lex Talionis. Ambos são covardes e querem dispor de um poder transitório para execrar o seu próprio condenado, em uma carroça de madeira, em praça, hoje transformada em redes sociais e em redes de tv.
Deus me disse que nunca ouviu falar do concurseiro,disse ,nas palavras Dele, " deve ser clone ..ou programa de auditório que vivificou....""
Fiquei na minha ,dizem que Deus sabe o que fala,fico na dúvida se Ele sabe o que faz...
Caro Brito ?o para complementar vide o link:
https://senhorfblog.wordpress.com/2017/06/10/a-ousadia-dos-canalhas/
Muito bem lembrado.Atitudes de nazistas!