O que Eduardo Cunha tem a ensinar ao PT

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é disparado, a autoridade pública em piores lençóis na Operação Lava Jato.

É acusado de um achaque, direto, e perpetrado por um ardiloso requerimento ao Tribunal de Contas da União, falsamente apresentado por uma deputada aliada, que admite não saber nada sobre o tema que a fez solicitar uma devassa nas contas da Petrobras e a fabricante de sondas marítimas que lhe arrendava equipamentos.

No entanto, Cunha vai ao Presidente do Supremo para exigir que se imponham os freios legais à discutível – pelo menos – competência de Sérgio Moro para investigar detentores de foro privilegiado, como está na lei.

Enquanto Cunha age em dias, os petistas não agem em meses.

Assistiram passivamente à manobra pré-eleitoral de fazer Alberto Youssef dizer que “achava” que Lula e Dilma “sabiam de tudo”, um espetáculo produzido para produzir óbvios efeitos eleitorais.

Zé Cardozo ficou brincado de “espelho, espelho meu, existe alguém mais republicano do que eu?”, enquanto Curitiba se tornava um vazamento direcionado como um esguicho de lama sobre o PT.

Não vai aqui nenhum juízo sobre o mérito (ou a falda de mérito, mais apropriado) das ações de Cunha.

Mas ele age e reage.

Pode até ser caso perdido, mas está lutando pela vida (política) que lhe resta.

Cunha é ousado, Moro é ousado, o MP e a Polícia federal também o são até o “limite da irresponsabilidade”.

Mas o governo e o PT continuam brincando de serem coelhinhos dóceis e assustadiços.

Depois não reclamem da caçarola…

Fernando Brito:

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  • A OUSADIA ALOPRADA E O CINISMO DESCARADO E CRIMINOSO DO [eduardo] ‘CU(nha)’ E MAIS UM TESTE PARA O STF!

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    CUNHA PRESSIONA SUPREMO PARA DERRUBAR DELAÇÃO

    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), procurou, pessoalmente, nesta terça (21), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para tratar da atuação do juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da operação Lava Jato; o peemedebista pediu pressa na decisão do ministro sobre seu pedido de uma decisão provisória para que o processo sobre corrupção na contratação de navios-sonda pela Petrobras seja suspenso na Justiça do Paraná e enviado ao STF; Cunha quer a anulação do depoimento do lobista Júlio Camargo, que citou o pagamento de propina de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara; gesto de Cunha foi visto, nos bastidores do tribunal, como um ato de pressão sob o presidente do Supremo

    21 DE JULHO DE 2015 ÀS 19:36

    (…)

    FONTE: https://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/189821/Cunha-pressiona-Supremo-para-derrubar-dela%C3%A7%C3%A3o.htm

  • O STF,que já condenou pessoas SEM FORO PRIVILEGIADO,na AÇÃO PENAL 470,é extremamente suspeito nestas questões que envolvem A DIREITA.Além do mais,não tendo OUTORGA,fazem o que querem.

  • Há aí um engano. O juiz Moro não "investigou" nenhuma pessoa com foro privilegiado. Ele apenas refez o depoimento de um dos réus, Júlio Camargo, a pedido da defesa de outro réu, Fernando Baiano. A defesa tem o direito de pedir a revisão do tal depoimento. E por outro lado, como o próprio juiz Moro falou, ele não teria o poder de fazer o depoente silenciar sobre certos detalhes de seu depoimento. Dizem que o mesmo depoimento implicando Cunha foi dado por Júlio Camargo ao Supremo, mas se mantém em sigilo. O depoimento que Cunha busca anular é o que foi feito em Curitiba diante do juiz Moro, onde tudo vaza e onde aconteceu o estouro midiático sobre a cabeça de Cunha. Portanto, mesmo a impossível anulação do depoimento curitibano não anularia o outro, do STF. Então, qual é o plano de Cunha para tentar escapar de seu terrível destino, que é sem dívida uma cadeia bem pesada? O que busca Cunha, então? Há poucas hipóteses a serem feitas sobre isso. Uma delas, bem provável, é que ele parece estar lutando encarniçadamente apenas por mais alguns dias fora da prisão. Ele quer apenas mais um pouco de tempo como presidente da Câmara, tempo necessário para fazer algo muito importante: Tentar finalizar o golpe que já deve ter discutido e combinado nos mínimos detalhes com outros colegas golpistas. Dar o golpe, e tirar a presidente Dilma do governo. Fazendo isso, ele se transformaria em herói de toda a legião dos oposicionistas, e nesta nova condição o STF ficaria inibido e não poderia mais condená-lo. É por esta trilha tresloucada que Cunha está correndo, feito um desesperado que aproveita seus últimos dias de glória para falar grosso com os maiores magistrados do país.

  • Vida difícil a do Cunha. Dificilmente o Supremo vai anular o depoimento do Julio Camargo. O que ele quer é evitar uma medida mais drástica, como o afastamento da presidência, é como se dissesse que já foi injustiçado por demais e não é justo também lhe tirarem do comando da Câmara.

    Situação do deputado lembra a última cena do personagem Zé Pequeno no filme Cidade de Deus. Logo após ser preso, paga o arrego, é liberado e quer mandar como antes, mas, sem armas, drogas e dinheiro, há uma reação e seus antigos comparsas o fuzilam impiedosamente.

    O Cunha sem poder articular e levantar recursos é descartável e não demora a ser fuzilado pelos colegas.

    Mas que ele vai tentar até o final melar a Lava-Jato, ah, isso vai. Até porque - depois do depoimento do Camargo - não tem mais muito o que perder.

  • Não há diferença entre Eduardo Cunha e outros delatados. A lista é grande. É do PT a maioria dos delatados, inclusive Dilma e dois de seus ministros. Que a peia estilhace nos lombos da petralha.

    • Onde estão delatados Dilma e dois ministroa? Outra mentira que repetida mil vezes se quer transformar em verdade.

  • Um pouco fora do tema, mas totalmente dentro do contexto...

    A mídia tem um caso de amor com os tucanos. Um caso que envolve muita $$$$$$$$. Além dos interesses comuns, ideológicos, políticos e outros, próprios da Casa Grande. Os tucanos são a expressão política dos donos do capital no Brasil. Uma parte do PT, infelizmente, se esforça para conseguir este lugar, que é dos tucanos e afins. Foi por essa ilusão de classe, achando que a burguesia brasileira iria reconhecer o esforço dessa parte do PT, que os governos Lula e Dilma deixaram de combater o monopólio da mídia. E pior ainda: não travaram o combate político necessário para desmoralizar a direita brasileira. O resultado é este que estamos vendo: hordas de lobotomizados apoiando a queda de Dilma, e tratando o PT como se fosse a maior praga que o país já teve.

    O problema todo é que não é só o PT que está sendo vítima dessa burrice petista no governo, acompanhada da ignorância política de uma parcela da população. Todos nós, os de baixo, estamos pagando e vamos pagar muito mais. Se a direita toma o governo federal, todas as conquistas dos últimos 12 anos desaparecem como pó. A própria política neoliberal de Levy, com a opção feita por Dilma, já está provocando enorme estrago, com a volta do desemprego, quedas nos ganhos salariais, recessão, e por aí vai.

    O PT, Dilma e Lula, têm a responsabilidade de reconduzir o Brasil para uma outra perspectiva. A maioria do povo brasileiro confiou na liderança do PT para enfrentar os de cima. Não entro no mérito se foi a melhor ou a pior escolha, mas foi aquela que historicamente os de baixo conseguiram construir, direta ou indiretamente. Tanto nos movimentos sociais quanto no âmbito eleitoral.

    O que não se esperava era que o PT produzisse governos tão distanciados assim do povão. Mesmo desenvolvendo políticas em favor dos de baixo, o PT não conseguiu se aproximar dos beneficiários dessas políticas, o que seria legítimo. Disputar esse legado não apenas eleitoralmente implicaria em abrir o governo para a participação popular. E isto talvez uma parte dominante do PT não quisesse.

    Em função desse distanciamento, o governo federal adotou uma política econômica sem qualquer discussão prévia com as bases sociais que elegeram o governo. Uma atitude no mínimo desleal com os que votaram na presidenta Dilma, apesar de toda a criminosa campanha feita pela direita e sua mídia golpista.

    A maioria da população, mesmo bombardeada diariamente pelo monopólio midiático da direita, teve a capacidade política de derrotar a direita nas urnas, nas suas diferentes variantes (Aécio, Marina e afins). Mas, quem votou em Dilma esperava que ela tivesse adotado políticas coerentes com o discurso de campanha. Jamais poderia cortar direitos dos trabalhadores, como fez logo no primeiro dia do novo mandato. Ao contrário, tinha que apresentar uma proposta para que o conjunto dos trabalhadores discutisse e apresentasse alternativas.

    A fraqueza do governo, seu distanciamento do povão, somados à agressividade da direita em várias frentes - mídia, operação lava jato, TCU, a vitória de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, etc., tudo isso resultou num quadro de instabilidade política, que aprofunda a crise econômica. E gera perdas para os trabalhadores, como foi o caso da terceirização da atividade-fim, que só foi aprovada na Câmara em função desse quadro de instabilidade política e despolitização do povo brasileiro.

    Mas, o governo segue acreditando que no segundo semestre de 2016 o Brasil voltará a crescer e tudo se resolverá. Como se nós tivéssemos esse tempo longo disponível para esperar. Se continuar o quadro de recessão e desemprego e preços elevados nos supermercados, corre-se o risco do governo cair, sem golpe. O trabalho sujo dos tucanos e da mídia e da justiça será apenas para legitimar o golpe. Como fizeram em 1964, em outras circunstâncias. Agora a direita nem precisa mais colocar o exército nas ruas.

    Então, ou o PT, e Lula e o governo Dilma passem a desenvolver um programa positivo, de geração de empregos, de mais investimentos nos programas sociais, de fortalecimento do mercado interno, e sobretudo de contato mais próximo com os movimentos sociais e o povão, ou a vaca que tossiu quando não deveria, agora vai para o brejo.

    Eu e mais 54 milhões de brasileiros não votamos em Dilma - ou seja, na promessa de um projeto de mais conquistas sociais - para amanhecer governados pela direita golpista, e pacotes neoliberais caindo na nossa cabeça.

    Vamos às ruas, se necessário, enfrentar os golpistas, mas fica difícil defender um governo que não dialoga com os movimentos sociais, e não tem a humildade de construir um programa que atenda às demandas dos de baixo. Queremos não só barrar o golpe, mas também garantir as conquistas e os direitos dos trabalhadores.

  • Estamos falando já há muito tempo que o PT e seus parlamentares não reagem e que são omissos. Não dão sequer satisfação a esses questionamentos. Ignoram-nos como vamos ignorá-los nas próximas eleições. É uma pena. Um projeto lindo jogado no lixo. O poder engoliu o ideal.

    • Que não se venha com tucanices nesta altura do campeonato. Dilma não pode nem dispor da Globo nem fechar a Globo, a Globo onde gente como você queria que petistas tivessem todo o tempo que quisessem para falar, como falam os impávidos e honestos tucanos e os ainda mais honestos DEMos. Dilma não tem voz, a não ser de madrugada, quando o Jô consegue passar uma esmola. Então só resta mesmo, a quem reclama em vão do por enquanto irremediável, mudar de time, pelos critérios que admitem estão torcendo pelo time errado . Que fiquem de uma vez com tucanos e a Globo, eles são winners.

  • Qualquer ousadia do PT será combatida diuturnamente por meio da mídia.Precisa reinventar a comunicação.

  • Eu já disse várias vezes. A impressão que temos é que o psdb tem 60 senadores e 350 deputados federais. E o PT...existe?

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