O que era Moro virou milícia

A milícia, não falha, surge com o discurso da lei e da ordem, que é sua suposta legitimidade.

Mas quando conquista o poder de decidir quem morre e quem manda, não dá outra.

A milícia vira é o estado policial, com sua própria lei.

E o estado policial, não tem jeito, sempre vira o império do crime.

O crime, como bando ou como poder, acaba por gerar um poder pessoal e do grupo do chefe.

Moro, o Judiciário, o Ministério Público, a mídia e as Forças Armadas funcionaram capitães do mato de Jair Bolsonaro e, afinal, tornaram-se escravos dele.

Acharam que reinariam por meio dele e, agora, se veem reduzidos a seus súditos.

Moro perdeu para ele seu cargo e seus adeptos. a Justiça ficou sem a sua intangibilidade, o Ministério Público sem sua autonomia, a mídia apanha ( não raro até literalmente) como cachorro e os generais, depois de velhos, reformaram sua honra, aposentaram sua dignidade e servem de guarda pretoriana senil do miliciano que levaram ao poder.

Numa palavra, sua ambição os fez esculhambarem-se. Embarcaram num projeto em que acharam que iam mandar e que terminou por aniquilá-los.

Um está na rua, outros ouvindo xingarem-lhes as mães, o garbosos promotores nas mãos de um carrerista que pretende uma cátedra do Supremo, os jornalistas mandados calar a boca e os generais palacianos paparicando o oficialzinho autoritário.

E isso no cenário de terra arrasada que se seguirá a essa pandemia, com uma centena de milhar de mortos e uma economia afundada irremediavelmente, porque não haverá sequer o que cortar.

Na ditadura de 1964, depois de 25 anos e de oito anos de abertura e mais quatro da geleia sarneyzista, houve tempo para uma renovação geracional que permitiu uma transição sem revanches. Desta, cuja a estupidez e anacronismo não fazem prever longa duração dificilmente deixará se suceder um Nuremberg tropical.

 

 

 

 

 

Fernando Brito:

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  • Que os deuses te ouçam sobre a curta duração. Sinceramente, vai ser um espetáculo dantesco esse da milícia e seus subordinados tentando disputar quem pode mais num território desolado pela doença. Se durar mais de seis meses, não restarão do Brasil sequer as cinzas das florestas queimadas.

  • Bozo com seu negacionismo lembra Hitler no bunker em 1945: a terra lá fora já estava arrasada, mas o fuhrer, completamente fora da realidade mandava calcinar o que sobrou .

  • Desde de o início do governo do bozo dizia que veria estes generais fascistas apodrecerem junto com ele. Não imaginava que seria tão rápido e de forma tão putrefata. Generais fascistas sem honra, que desfilavam uma imagem de pretensos honrados, viram suas máscaras desfazerem-se como carniças em dias mormacentos.
    Isso não é um governo, isso é um leprozário - do tempo em que a Hanseníase não tinha cura e era estigmatizada.

  • Eu ,cada vez que manifesto OPINIÃO,ao respeito disso tudo aí,constato que essa CAMBADA,esta reinando,graças a FALTA DE VERGONHA NAS CARAS,que o povo eleitor,carrega até o túmulo.A irresponsabilidade desse POVINHO DE "M",nos obriga a constatar,não termos nenhum poder,de intervir nisso tudo.

  • Não há mesmo saída alguma fora da normalidade democrática. Não foi por outra razão que toda essa aventura de mudança de regime sempre resguardou o mais possível uma capa de normalidade democrática, apesar dos escandalosos pontapés que nela foram dados em diversos momentos. A obra prima da aventura direitista se chama Bolsonaro. E com a normalidade plena virá não apenas a justiça por crimes cometidos, mas também uma vacina eficaz contra o autoritarismo.

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