O que querem fazer do Exército. Por Nilson Lage

O império global destina ao Exército Brasileiro o papel de uma grande corporação de meganhas – e isto já está acontecendo.

The Economist, porta-voz do poder do dinheiro noticia a transformação em curso:

“À falta de vizinhos belicosos, rebeliões armadas ou de muito apetite para projetar seu poder além-fronteiras, o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, reconhece que as forças armadas do país “não têm atributos militares clássicos.”

E prossegue:

“Com 334 mil soldados a sua disposição, o governo tem que achar o que fazer com eles.(…) Para o grosso das forças, tem adotado(..) o que Alfredo Valadão, da Sciences Po, uma universidade de Paris, chama de ‘uma mentalidade policial-militar (‘confabulary’)’ – cobrindo os vazios deixados pelas corporações de segurança doméstica”.

Preparação para isso já está em curso:

“Em um centro de treinamento em Campinas, perto de São Paulo, soldados são expostos a gás asfixiante e bombas de efeito moral para que sintam o efeito de tais armas antes de atirá-las em civis”

É certo que há resistências, que vão do temor de desgaste do prestígio das Forças Armadas à suposição de que sua presença em missões internas esvazie a autoridade civil:

“O Exército em si aspira a um papel muito diferente. O rascunho da próxima revisão oficial da doutrina é escassa em’ameaças específicas – o termo ‘ameaças’ (threats‘) aparece com a frequência de um décimo do que ocorre em análise inglesa similar de 2015 – mas alonga-se em ‘capacitações’ desejáveis. Principalmente, coloca, o Brasil deve proteger suas riquezas naturais”

A matéria alega que é uma hipótese remota “salvo [se} a mudança climática leve potências estrangeiras desesperadas a serem seduzidas pela exuberante natureza brasileira”.

The Economist não escreve, mas está implícito que, como o Brasil está ofertando atualmente todo o estoque de sua “exuberante natureza” aos que se dispõem livremente a explorá-la, não haverá muito sentido em defendê-la.

O antetítulo da matéria é antológico: “Procuram-se inimigos“.

Bernardo:

View Comments (17)

  • JÁ QUE COM ALOISIO NUNES 500 MIL E A GANGUE P$DB - que chamam de partido - AOS "AMIGOS AMERRRICÂNUS" DAMOS O RABO...

    • Tenho uma idéia,quando o dick vigarista,é porque o meireles parece o dick vigarista da corrida maluca,quando ele for tratar de negócios com os eua,já leva um pote de vazelina.

  • Então tá, mas 'procurar inimigos' é exata e precisamente o que a grande imprensa inglesa e americana MAIS fazem.
    Todos os dias.
    Procurar, criar, demonizar, imaginar. Fazem isso com russos, chineses, iranianos e norte coreanos. Por coincidencia todos os quatro paises (em menor grau na rússia) tem uma economia assentada e dirigida com forte base socialista. O Iran tem plano quinquenais e adota filosofias socialista até com motivaçao moral e religiosa, nao precisa nem de teorizações economicas.
    Agora, é lembrar da lei máxima inerente e que PRESIDE o capitalismo:
    Ou ele se expande ou morre. E na fase de hoje o 'expande' é monopolístico, implacavelmente.
    Isto explica o tal procurar inimigos?

  • Bom dia,

    como sempre disse o EB sempre foi capacho e não passa disso! Só reparar nos generais daqui tudo bandido e ante o povo e o Brasil.

  • O exército deve ta monitorando o MST a pedido de Juca' e infiltrando seus agentes pra pegar jovens em manifestações populares; se preparando pra desfilar no 7 de setembro ou devem ta fazendo manobras militares pra defender Brasília pra bater em civis desarmados quando houver nova passeata pelas Diretas Já...

    Pensar em Soberania Nacional fica pra uma outra ocasião... pra que defender fronteiras, minérios ou petróleo?! Deixa isso pros gringos que dão valor a esses recursos naturais...Pra que pensar, ne?! Seguir ordens é melhor! Deixa que os estrangeiros pensem suas estratégias em como se apropriar das riquezas alheias, e das quais o nosso governo abre mão, sem precisar de uma invasão ou guerra e continuem dando às ordens por aqui...

  • Exército existe para defender o território de uma nação. Se o povo sair às ruas, por direitos que lhe estão sendo tirados, certamente o exército intervirá, para salvar o país dos comunistas. Mas para salvar o país do capitalismo estrangeiro, que já pode comprar terras no Brasil, isso nossos "brilhantes generais midiáticos" não enxergam. Nosso povo só quer trabalho, direitos e remuneração justa, para viver feliz. Nada mais que isso. Mas, como somos progressistas, somos confundidos (por ignorância) com comunistas. Como se comunista fosse criminoso. É muita ignorância.

  • Bem feito que esta descaracterização radical das nossas FFAA esteja em curso. Nunca serviram para a defesa do território e de suas riquezas, então vão ser transferidos para caçar bandidos nas favelas. Sempre ficaram com essa fraude moral institucional de não se meter na política e resguardar os seus espaços enquanto a população brasileira, aqueles a quem eles devem servir, continua sendo assaltada por este políticos desqualificados e ladrões. Pois são justamente estes políticos que vão desonrar a farda nas fuças deste militares incompetentes e sonhadores.

  • Bolsonaro pode até ser preparado para atirar com qualquer arma mas seu cérebro é menor que um projétil

  • As forças armadas devem mesmo ficar de fora da briga política, pois não se pode correr o risco de internacionalizar açuntos internos. Os projetos estratégicos continuam, parte da seção do casco resistente do submarino Toneleiro foi entregue, os caças gripe ng estão sendo fabricados, a marinha em busca de parceiros para integração do PROSUPER, satélite geo estacionário para comunicação de defesa em banda Ka em órbita. Não há nada mais perigoso do que um exército que manobra em silêncio!!!!

  • É de pensar...

    Derrubaram a monarquia por menos que isso: "exército não é capitão do mato", diziam para justificar aquele golpe.

    O exército tem muito a fazer, muito mesmo, mas certamente não é ser polícia de corrupto que torrou o dinheiro da segurança...

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