O que Trump deveria aprender sobre a queda de Dilma Rousseff

Antes de começar, para evitar as rotulações primárias, é necessário repetir o óbvio: meu nível de simpatia por Donald Trump é “zero absoluto”.

Dito isto, também preciso dizer que, nas sucessões presidenciais dos Estados Unidos, que acompanho desde a eleição de Jimmy Carter, jamais vi tamanha campanha de corrosão da legitimidade do vencedor de uma eleição que – corretas ou incorretas, mas quase nada contestadas – tem lá as regras deles, fundadas no federalismo que pariu o próprio país, desde as ‘Treze Colônias”.

Trump, como se sabe, ganhou as eleições com as pequenas e médias cidades. O quadro aí ao lado mostra que, nas metrópoles que concentram 56% da população americana, Trump perdeu por larga margem, uma tendência histórica dos Republicanos que chega aos paradoxais 80% para Hillary Clinton na cidade de Nova York.

Embora o resultado de um processo eleitoral sempre seja o reflexo de uma divisão, poucas vezes se viu tanta divisão retratada, mesmo numa votação que, facultativa, atrai pouco mais de metade das pessoas em idade eleitoral.

Mas não estão aí as principais diferenças.

Mesmo que não se possa dizer que eram luminares os últimos presidentes republicanos –  Gerald Ford (de quem se dizia não ser capaz de mascar chicletes e descer uma escada ao mesmo tempo), Reagan, Bush pai e Bush filho – nenhum deles era, nem de longe, tão descolado da “serenidade”  que o establishment financeiro deseja  quanto Donald Trump.

E nenhum deles tinha a oposição militante da mídia que o milionário dos cabelos cor de laranja enfrenta, ao ponto de estarmos assistindo coisas que, se não fossem sérias, seriam hilariantes, como a de ser acusado, praticamente, de agente do presidente russo Vladimir Putin.

Nem com Obama, chamado de marxista islâmico pelos bolsonaros de lá, a coisa chegou ao ponto em que um jornal como o The New York Times coloca Trump numa lista de “candidatos pró-Russia” eleitos nos últimos tempos.

Certamente porque Trump, malgrado suas grotescas declarações sobre armamento nuclear, esteja disposto a por freio na política de desagregação do entorno russo que Barack Obama só estimulou, como ficou evidente nos desastrosos casos da Ucrânia e da Síria.

É evidente que há, por parte do mundo do dinheiro, um movimento “amansa-Trump” e é bem provável que ele, em alguma escala, seja mais dócil a eles do que pareceu durante a campanha.

O problema é que, se for completamente, se destrói. E, mesmo sendo flexível ao máximo, talvez não baste.

Para o leitor e a leitora argutos, portanto, não preciso explicar o título lá de cima.

Fernando Brito:

View Comments (12)

  • O que é pior Brito, por lá eles às vezes matam os presidentes.Mais uma coisa, penso que tá na hora de vc deixar de lado esse "republicanismo" que tanto mal fez à Dilma e passe a bloquear os comentários desses energúmenos como esse tal de david marq, que não trazem nada aos debates. Deixe que esses imbecis se afoguem em seus próprios vômitos. Forte abraço e um ótimo 2017.

    • Concordo nessa questão dos comentários. Há instrumentos para evitar este lixo que os débeis mentais ou trolls depositam nos sites sérios. Eu os bloqueio e eles pra mim são aquilo que realmente são: NADA. Mas alguns criam perfis novos para postar idiotices e provavelmente ganhar 0,10 por post.

  • A direita brasileira não vê q vai ficar em suas casas cercada de pobres por todos os lados. Quem botar a cara de fora vai correr risco de morte ou assalto. Kkkkkkkb

  • DAVID MARQ: já combinou com os petistas para que essa sua bichice seja posta em prática? No dia em que um coxinha - qualquer coxinha - conseguir me humilhar, eu me mato. Sabe por que? Por que nenhum de vocês tem inteligência suficiente para conseguir tal intento. Um boçal me humilhando? Que houve? O cigarrinho do capeta era turbinado? Fora isso, precisa ser muito imbecil e canalha para querer humilhar alguém. E, com certeza, vocês são ambas as coisas. Fazem parte da escória da escória social. Não, não foi digitação repetida. É escória da escória mesmo.
    PS: cuidado para não morder a língua. Pode ser que não exista soro antiofídico por perto...

  • Não tem que bloquear esses babacas. Eu me divirto com a burrice e a inconsequência deles. O papo é sempre o mesmo, os textos são os mesmos. Eles nos proporcionam uma otima oportunidade para estudarmos cérebros atrofiados. Assim podemos entender melhor como a midia consegue cooptar imbecis com apenas uma ou duas linhas em factóides. Coisas que nem criança de 10 anos se deixaria enganar, esses canalhas aceitam como verdade inquestionável. Estudantes de psicologia tem, com eles, um vasto campo para estudos, principalmente quando observam a estupidez humana, a mesma a que Einstein se referia, dizendo que ela não tem limites.

  • Tudo vai melhorar derrubando a Dilma.
    Melhorou tudo. Diminuiu a taxa de desempregados, aumentou o consumo, aumentou exportações, o dólar caiu, a inflação caiu, o PIB subiu, as indústrias estão com 100% da capacidade de produção, não vendemos nossas riquezas.
    Tudo maravilhosamente bem na terra brasilis. E vai "melhorar" ainda mais, em 2040.

  • O adriano boa pessoa: teu latim de manual é do mesmo nivel da tua noçao de historia e politica norte americanas.
    E uma estultícia adrianática nos dois casos.

  • Eu sou Trump !!!!!!
    Antes que me escalpelem, explico.
    O Trump pode vir a ser muito ruim para o Moro e o PGR, mas para nós brasileiros ele é só uma incógnita.
    É bom lembrar que Hilary fazia: era o braço direito do malfadado Obama, que plantou guerras mundo afora, espionou o Brasil e deu um golpe na nossa democracia.
    Com o Trump existe a incerteza.
    Com Hilary seria a continuação da espoliação, do tratamento de verdugo, da espionagem, do massacre.

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