O roteiro de Lula nada tem a ver com o Datafolha

Com ares de novidade, o Painel da Folha diz que “dois dados da última pesquisa Datafolha vão nortear a estratégia do PT para projetar a candidatura de Lula à Presidência: a alta insatisfação com o governo Michel Temer e o índice de 85% de apoio à convocação de eleições diretas”.

Francamente, o que há de novo nisto para que não seja algo além do óbvio.

Temer tem um rejeição estratosférica desde que chegou ao governo.

A maioria dos brasileiros, desde então, querem eleições diretas, no Datafolha fez questão de omitir quando escondeu os 62% que queriam novas eleições presidenciais,

Só mais adiante a nota sobre os “estrategistas” toca no essencial.

O fato de que o fundamento da campanha – e do favoritismo – de Lula é a referência de estabilidade e prosperidade que ele representa.

Só um tolo não vê que a campanha de Lula não será o “anti”.

“Anti”, e “anti-Lula”,  é o que a direita pretende usar, seja com Bolsonaro, Dória e o Aécio “Descanse em Paz” Neves.

Campanhas negativas, para que quem acompanha eleições há 40 anos, são, na maioria das vezes, fadadas à derrota.

A campanha de Lula não é anti, é pró.

É ele quem tem a capacidade de buscar na memória o tempo que  foi positivo aos brasileiros.

Quem, por egoísmo analítico, prevê uma campanha de radicalismo exacerbado  de Lula, se engana.

Até porque esta não é a praia de Lula.

Claro que Lula terá contra si os 30, 35% da direita hidrófoba. Nunca deixou de tê-los e terá de novo.

Aí talvez esteja a diferença essencial entre o “Lula 1” e “2”  em relação ao “Lula 3”.

Menos ilusões, mas não menos pragmatismo.

 

Fernando Brito:

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