O Supremo dominado pela República de Curitiba

Consumou-se ontem mais uma manobra  escandalosa para garantir que Lula permaneça preso e fora do processo político eleitoral.

Como de outras vezes, o Tribunal Regional da 4ª Região praticou a alternância em seus papéis de “lebre” e “tartaruga” de maneira a deixar ao ex-presidente menos espaços para recorrer da sentença com que o “juiz supremo” Sérgio Moro o encarcerou.

Dois meses depois da defesa de Lula haver impetrado recursos (especial e extraordinário) ao Superior Tribunal de Justiça, que ficou engavetado por 42 dias à espera de que a vice-presidência do TRF-4 se dignasse a intimar ao Ministério Público do pedido de recurso, a tartaruga acelerou e, às vésperas do julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal, negou ao ex-presidente o direito de recorrer à Corte, tudo o que o ministro Edson Fachin queria para poder tirar o caso de pauta.

Sim, na noite de ontem, um dia em boa parte consumido, também nos tribunais, pelo jogo do Brasil na Copa, que deixou as repartições em clima de ponto facultativo, às 18 horas, a desembargadora Maria de Fátima Labarrère, assinou, afinal, a inadimissibilidade do recurso extraordinário ao Supremo.

A Dra. Fátima é a mesma que, num único dia, negou, de batelada, 11 pedidos de habeas corpus feitos por presos de Moro.

No campo das comparações, o TRF-4 jogou na retranca o tempo todo e, já na prorrogação, levantou a bola para Fachin recusar a Lula o direito de ver sua sentença reexaminada, quando já se comentava que, diante da absurda dureza com que está sendo tratado, se pudesse ao menos dar-lhe o discutível “benefício” de uma prisão domiciliar.

Por longos dias, acabou-se qualquer discussão, pois terão de ser apresentados recursos ao próprio TRF-4 e só depois às cortes superiores sobre a confirmação da negação do direito de recorrer.

O argumento, primário, de que não se pode fazer reexame das rpovas em cortes superiores é usado como capa para encobrir aquilo que se quer impor: o que Sérgio Moro decide, depois de “carimbado” por seu rabicho de 2ª instãncia, tem de ser acatado na base do “falou, tá falado”, sem deixar espaço para que se questionem os atropelos processuais que tenham ocorrido.

E serve para dar um “cala a boca” ao STF, que, dócil como um cordeiro, diz a isso um “sim, senhor”.

Fernando Brito:

View Comments (57)

  • "Olha, mãe, sem os militares", gritam os dirigentes da ditadura de 2016 empolgados.

  • Você está certo.
    Moro maçom grau 33.
    Félix Fischer relator da lava jato no STJ é maçom do Paraná.
    Fachin, relator da lava jato no STF é maçom do Paraná.
    Na maçonaria ambos subordinados ao juiz de piso.
    Os dois relatores nao foram os originais, foram designados e houve manobra para a nomeação.
    Félix Fischer no STJ ficou com a relatoria após grande pressão sobre o ministro Ribeiro Dantas, relator natural.
    Fachin no STF ficou com a relatoria após a morte de Teori e grande manobra para ir para a segunda turma e ser novamente "sorteado" (quem faz sorteios no STF é o homem mais poderoso do país e certamente faz parte da irmandade).

    • As bolinhas no STF são todas Gilmar, eventualmente um Fachin!!

  • A minha única dúvida é... tudo isso embrulhado em legalidades, é fruto de seduções ou ameaças?...

    • Penso que os dois. Primeiro seduções, no caso em que esta falhe, ameaças.

    • Pelo acontecido " acidente" de Zavaski Eu não tenho dúvida....enquanto isso o amigo do rei de Curitiba....o candidato derrotado....e psicopata...articula " politica"....

    • Moro não foi acidente...ajudante de ordens da Weber atuando na primeira farsa do mensalão...não por acaso...foi plantado na justiça como uma maçã podre no cesto....

  • O ministro Marco Aurélio acaba de declarar à Tv portuguesa que a prisão de Lula é ilegal. É um fato que joga todo nosso judiciário definitivamente no esgoto. Mais um acontecimento inédito no mundo, um ministro de suprema corte de um país, declarar no exterior que seus colegas efetuam prisões ilegais. Puxem a descarga da latrina pro Brasil do golpe descer.

    • O Judiciário esta no esgoto desde há cerca de dois anos, quando referendou o golpe de estado dando rasgada roupa de legalidade ao fraudulento impechment contra Dilma Rousseff, aliás, no mesmo ato, também estuprando e rasgando aquela já foi chamada de Constituição Cidadã.
      Enfim, a esta altura dos acontecimentos, considero injusto com qualquer esgoto a comparação com isso que chamam de Poder Judiciário, em especial o STF.

    • Falar esta distante da ação. Será que ele não quis enfrentar oposição do publico? Tenho vergonha desses ministros.

    • O Marco Aurélio é um canalha, agora que ele vem falar isto ??? E a Dilma deposta sem crime , o que o bandido do Marco Aurélio disse para a imprensa portuguesa????

    • Fachin, sabujo do Partido do MP, da República de Curitiba e da opinião publicada, obviamente fez uma cagada ensaiada com o TRF-4, em que os atores já haviam decorado seus papéis e "timing" nos bastidores.
      O descrédito nessa "justiça", comprovado em pesquisa, é decorrente também da forma como manipulam descaradamente seus trâmites, sem a menor cerimônia.

  • tenho dúvidas se o stf está subordinado mesmo ao juizeco ou se faz parte do pacote. São manobras muito sincronizadas. Um diz mata, outro diz esfola. O próprio ritmo coelho/tartaruga atende ao roteiro traçado. Acreditando nisso, nossa margem de ação é estreita, frágil e dependente do judiciário. Esse golpe não tem ponta solta. A casa grande mestiça está subordinada à casa grande branca e muito, muito rica.

      • com cereteza. esses cabeças ocas não conseguiriam urdir uma trama tão direitinho.

    • Maria Thereza, nada me tira da cabeça que sobre todos esses do pacote há uma cabeça maior que manobra todos como fantoches, talvez de fora do Brasil. Esse desmonte tem estrutura [pra mim, claramente] geopolítica. É um inimigo surpreendente, ainda não conhecido, o que torna ainda mais difícil combatê-lo, ainda mais para um povo que foi “amansado” nesses cinco séculos para ser um amontoado de pulgas amestradas. Não podemos desistir do Brasil. Temos de achar a saída.

      • penso que vc está certíssimo. é a tal guerra híbrida, sem tanques, sem exército, via judiciário e legislativo. A saída, se houver, será política, como sempre. Esperar que nós, amansados nesses 500 anos, vamos fazer uma bastilha por aqui, é bobagem. E esses cabeças ocas não conseguiriam tramar o golpe como foi feito. Temos muitos entreguistas aqui, desde muito tempo, recrutados ainda na juventude. Os EUA, na realidade, na minha opinião, há muito são comandados pelo mundo financeiro. Só servem de fachada pq os verdadeiros mandantes não gostam de aparecer. O Jáder comentou que é a CIA. Diria que também, mas não só. Situação complicadíssima

    • Lembremos de Rodrigo Janot dizendo a Eugênio Aragão: "A Lava Jato é maior do que nós".

  • Mas como assim? é tudo junto com o supremo com tudo? Isso sim que é uma tremenda republiqueta de direita.

  • No Brasil pós golpe, a sede da Suprema Corte fica em Curitiba. Em Brasília, na Praça dos Três Poderes, apenas um "puxadinho" pra recepcionar e distribuir mordomias e auxílios moradias bancados com o meu, com o teu, com o nosso dinheirinho suado. Ao Estado Democrático de Direito apenas uma coroa de flores com a inscrição: "Aqui jaz algo que um dia já foi uma Nação". #SupremaCorteAmaDeLeiteDoGolpeEDaCrise

  • Tudo isto faz parte de uma estratégia para levar as forças progressistas ao desespero. Em função disto, poderão surgir aloprados que imaginam buscar uma solução pela força. Aí a armadilha estratégica terá dado o resultado esperado. As forças da "ordem" irão agir usando o arsenal jurídico de exceção. O encarceramento dos militantes do campo progressista será a bola da vez. Segue-se o processo de ação e reação. Tudo isto, fomos testemunhas antes e depois do Golpe de Estado em 1964. Agora, provavelmente , não será diferente. A História ensina lentamente. Enquanto isto, a nação é saqueada por aqueles que financiam regiamente as forças da "ordem". Lamentavelmente, estamos vendo o começo do fim da nossa nação. O futuro para os nossos filhos, que até 2014, era visto como promissor, agora, em 2018, comprometido para sempre.

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