Eu tenho uma profissão e me orgulho dela, porque percebo na informação e na opinião um valor coletivo.
Não sou um canalha, um fofoqueiro, um mentiroso e desprezo tudo o que faz o jornalismo ser, frequentemente, assim.
Erro, como qualquer pessoa, e não sou mais sabido que ninguém. E, assim que o percebo ou sou avisado, corrijo. Quando necessário, peço desculpas.
Mas não admito ficar calado quando vejo coisas repugnantes.
E foi assim a matéria do Estadão dizendo que o ator americano Jack Nicholson estava em “estado avançado” do Mal de Alzheimer e sequer “se lembra mais quem é”, reproduzindo (sem link) uma suposta reportagem da sensacionalista revista Star, que em lugar algum do mundo foi levada a sério.
Aqui, porém, agiu-se de maneira totalmente irresponsável e desumana, ao noticiar assim a imaginária degradação de vida de uma pessoa, e de uma pessoa notória e admirada.
Pior, o texto da matéria mostra que quem a escreveu sabia que era mentira, porque o ator assistiu, no domingo, ao lado do filho, um jogo do seu time de basquete, o Los Angeles Lakers.
Perfeitamente bem e falando normalmente no vídeo que o próprio jornal menciona.
Ora, quem escreveu a matéria sabia, um certo João Assis, então, que a “notícia” era mentirosa e, ainda assim, deliberadamente puxou-a para o título, em busca de “impacto”.
Uma atitude de mau-caráter.
Que o jornal, a empresa O Estado de S. Paulo, corrobora, porque a matéria está no ar e não há sequer um registro de que é improcedente o “estado avançado”, inclusive com demência, de Nicholson.
Um desrespeito não só à pessoa retratada, mas às milhões de pessoas que sofrem de Alzheimer ou tem parentes e amigos nesta condição.
Mas o “jornalismo-celebridade” não conhece ética, não conhece dignidade humana, não conhece respeito.
É gente chafurdando no lixo e empurrando lixo sobre a sociedade.
Hoje, mais cedo, escrevi sobre isso na política.
Jornalismo-lixo existe em todos os países do mundo. Mas, aqui, generalizou-se, por conta de empresas dominantes no mercado que fazem disso instrumento de seus interesses econômicos e políticos.
Leitor é alguém que deve ser atraído, influenciado e comercializado pela propaganda.
Não importa a que custo e com que métodos.
Mas eles são os “limpos” e nós os “sujos”.
Ainda bem que não somos tão limpos como eles.
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Isso ai meu amigo, meu grande abraço pra você!
Fernando eu não sei se vc tem tempo p/ ler todos os comentários que postamos aqui. Eu tenho sido um crítico muito forte dos jornalistas brasileiros e tenho feito de uma forma generalizada. Porém, tenho sabedoria e inteligência suficiente p/ fazer algumas distinções. Você é uma delas. Portanto, quando e se você ler alguma critica minha aos jornalistas pode se sentir fora do contexto.
Com relação ao seu comentário de hoje a respeito da notícia do Estadão apenas vem alimentar e referendar o que tenho escrito a respeito dos "jornalistas brasileiros". Abs...
A globo faz isso diariamente no SPTV matérias dendenciosas sobre a Prefeitura de São Paulo, um jornalismo de quinta, mas ninguem faz nada e passa a ser natural. Aqui um exemplo, existiram outros muito piores:
http://jornalggn.com.br/noticia/para-globo-chuva-na-tinta-e-calamidade-publica
Só tenho uma explicação para o lixo jornalístico produzido pelo PIG, estão nas últimas, são os estertores da morte se manifestando.
Só os blogs sujos informam limpamente.
Terão mais audiência a cada dia, pois o leitor não é otário.
As pocilgas midiáticas restarão vazias.
Concordo em parte,com o lindo artigo.Com o que não concordo e com a afirmativa de que para ser-se jornalista,tem-se que ser honesto e não canalha.Contudo é exatamente da profissão de PUBLICISTAS
Depois da manchete, na primeira página da folha, hoje, falar que Nicholson está em estado avançado” do Mal de Alzheimer ou que Obama tem hemorroidas ou ainda que o grande sonho de Lula é participar do BBB na globo, passa a ser apenas entretenimento. Essa gente de bens e que cuida do monopólio da mídia, perdeu a noção não da decência, isso perderam algumas estações antes, agora o que perderam, em definitivo, foi a sanidade mental. Só internando e rápido, para diminuir o risco de levarem o país à merda ampla, geral e irrestrita.
continuando,O publicismo,em todos os aspectos,traz sempre a ideologia de quem publiciza,sejam eles de um lado ou de outro.Sob à sociedade de classes,cujos donos dos meios de publicização,o preposto tem que expressar a opinião do dono do meio em questão.Exigir-se atributos que passem além disso,é sonho inalcançavel.O que cabe àqueles que não se contentam com o que se assiste,aqui e alhures,é tentar estabelecer o CONTRADITÓRIO,para que o outro lado possa exercer sua capacidade de crítica.
Não sei porque vocês implicam com o G.A.F.E. Pagando o que pagam (e em alguns casos mais do que deveriam) e com as "diretrizes de trabalho" para os funcionários, queriam o que? Jornalismo de qualidade?
Fernando Brito, esses que eu não reconheço como sendo jornalistas são tão canalhas como seus patrões. A globo usa desse expediente todos os dias no seu jornalismo golpista.