Apoplético, querendo arrancar a máscara que está obrigado a usar, Jair Bolsonaro pregou a volta imediata à normalidade.
Claro, algo não apenas impossível, mas monstruoso, pelos milhares de mortos que teríamos a mais com isso.
E o que ele pretende com esta gritaria de que “vamos nos tornar um país de pobres” (coisa que nunca é um problema quando se trata de achatar salários, impedir aposentadorias, tirar garantias do trabalhador, etc), “um país de miseráveis, igual à África Subsaariana e que o Brasil “vai quebrar” e entrar em “caos”?
O coronavírus está em mais de 210 países no mundo. Pelo menos uma vintena deles em situação de gravidade semelhante à nossa. Várias dezenas de outros estão com medidas de isolamento tão ou muito mais severas que as nossas.
Nenhum de seus governantes está gritando que seus países vão quebrar e entrar em caos.
Muito menos anunciando uma quebradeira do Estado sem que se anunciem também medidas para recuperar sua capacidade de existir, assistir e mediar os conflitos de interesse.
Está na cara que o presidente está fermentando uma agitação social que não está, até agora, no cenário, embora sofrimento e carências não faltem, inclusive pela precariedade e demora na entrega no auxílio de emergência.
Seus seguidores, urrando pelas ruas, são os únicos sinais de perda de equilíbrio no comportamento social visíveis até aqui e não são os informais, os desvalidos, os moradores de favelas e de periferias que estavam ali, pregando o golpe e a intervenção dos militares. Nem os carros com que desfilavam eram Brasílias e Chevettes velhos.
Não estranhem, portanto, se polícias e milícias – das quais o Exército Brasileiro, pela estupidez de alguns generais obtusos e ambiciosos, se tornou caudatário – começarem a estimular e promoverem desordens e até saques.
Se existem, mesmo em meio a toda esta dor e privação, alguma ameaça à ordem é o bolsonarismo.
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Quem são os empresários? é aí que a população tem que ficar sabendo, quem são os fascistas? Além dos usuais velho da Havan, Luciano Huck e seu sócio do Madero, XP e investimentos, ...
"PT quebrou o Brasil" vs "O Brasil vai quebrar"
"O PT nunca acabou com a miséria" vs "No Brasil ninguém passa fome" + "O Brasil vai se tornar um país de pobres"
Bolsominions: o exemplo perfeito do uso do verbo "duplipensar" cunhado por Orwell no livro 1984.
A brasileiro médio não ANALISA as coisas, não faz comparações, relações, não traça paralelos. Resumindo, o brasileiro médio é como um burro com antolhos, que só olha numa direção e só processa a última informação recebida.
A brasileiro médio não ANALISA as coisas, não faz comparações, relações, não traça paralelos. Resumindo, o brasileiro médio é como um burro com antolhos, que só olha numa direção e só processa a última informação recebida.
Estamos salvos! A Damares encontrou em Floriano, cidade do Piauí, a cura definitiva para o Coronavirus! Pelo custo de apenas cem reais, o freguês fica completamente curado. Damares não cabe em si de tanta felicidade, e promete sacudir o Brasil com a fórmula milagrosa de Floriano!
Ao que parece, uma médica florianense que milita na saúde de Madrid, na Espanha, repassou a hospital de Floriano um protocolo de tratamento com um coquetel de medicamentos que inclui a hexacloroquina, e que teria sido aplicado na cidade com resultado exitoso no tratamento de oito pacientes em fase inicial. Que país! Que tempos! Porca miséria de subdesenvolvimento!
Ao que parece, uma médica florianense que milita na saúde de Madrid, na Espanha e que é muito preocupada com a sorte dos moradores de sua pobre cidade, repassou ao hospital de Floriano um protocolo de tratamento com um coquetel de medicamentos que inclui a hexacloroquina, e que teria sido aplicado na cidade com resultado exitoso no tratamento de oito pacientes em fase inicial. Onde estão os cientistas de São Paulo, de Salvador e de Belo Horizonte, que não sabem nada sobre tal coquetel espanhol? Que país! Que tempos! Porca miséria de subdesenvolvimento!
Depois da pandemia, ou talvez até durante, tudo indica que teremos de enfrentar uma tentativa de golpe e confronto com desfecho imprevisível.
Imagine que interessante ...o Brasil é dos poucos cujo comandante entra em Pânico buscando aterrorizar os passageiros.
..essa nem o Costa Concórdia, cujo capitão Squettino ao menos teve a dignidade de saltar do navio antes de todos terem saído.
Bozo, faça um favor aos seus nervos, renuncie e deixe que verdadeiros comandantes passem a conduzir este país !!
O que este merda quer é exatamente o caos para justificar o exército nas ruas. Este é o plano. É sintomático que as polícias só reprimam as manifestações de esquerda e nunca as da direita, mesmo que sejam feitas com símbolos e métodos nazistas. Como as instituições suportam esta turba acampado na Praça dos Três Poderes ameaçando o Supremo? Estes animais todo fim de semana na Paulista ameaçando o Governador? Teremos uma ditadura garantida pelas forças armadas e pelas polícias, civil, militar e federal, além das milícias, claro. E o pior, com este imbecil criminoso comandando.
Sim, o bozo quer convulsão social para colocar as tropas na rua e aumentar a bagunça em que vive o Brasil ainda mais. Mas bozo não quer o autogolpe, não quer se tornar um ditador porque ele precisaria governar, trabalhar, assumir responsabilidades e ele é um vagabundo compulsivo, um incompetente e tem uma única ideia fixa: o combate às esquerdas. O que ele quer é a destruição das instituições, um país sem lei onde mandam as milícias e os evangélicos apascentam o rebanho tornando-o dócil.
Não estou entendendo! O país já não estava quebrado quando tiraram a Dilma(GOLPE)? Ou estavam mentindo? Ele vai ser quebrado agora!!
Muito interessante o discurso do General Mourão, que alguns estão a tomar como peça de defesa das ações do governo federal.
Ele evoca a célebre coletânea de artigos publicados na imprensa nova-iorquina, denominada "O Federalista", na qual se assenta a criação de uma nova forma de governo, o federalismo, que é um meio termo entre a confederação e o governo centralista, e que foi grosso modo adotada pela república brasileira.
Mourão não explicita, mas dá a entender que os governadores de estado avançam sobre atribuições do governo central, porque estariam a ferir princípios constantes nos artigos de "O Federalista". Claro que Mourão sabe muito bem que o que nos rege não é "O Federalista" de 1788, mas sim a Constituição da República Federativa de 1988, 200 anos depois, portanto. E esta última reserva aos estados federados e aos municípios federados o poder de decisão sobre os cuidados de saúde de seus cidadãos.
Reserva também aos poderes legislativo e judiciário, como resposta a outra queixa de Mourão, a faculdade de corrigir outros poderes que porventura exorbitem em decisões estapafúrdias, inconstitucionais e flagrantemente contrárias aos interesses do país e do povo brasileiro.
Outros pontos interessantes são levantados por Mourão, mas não cabe abordá-los em curto comentário. Apenas cabe dizer que ele fala em tese, sem descer ao terreno abusivamente imperfeito da realidade, como se o governo Bolsonaro fosse um governo regido pela normalidade democrática, pela seriedade mínima requerida e pela competência.