O tal “documento interno” vazado de dentro do círculo mais íntimo do Governo – a autoria é atribuída a Thomas Traumann, chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência – é muito bom – embora, na minha opinião, com alguns erros) como é bom que tenha vazado.
Surpreso com esta afirmação?
É porque o documento, que nada tem de indigno ou comprometedor – ao contrário, é uma boa análise sobre o “inferno astral” do recém-inaugurado segundo governo de Dilma Rousseff mostra à Presidente – se é possível que ela ainda não saiba disso – que seu círculo mais próximo está mais furado que uma peneira e que ali há gente disposta a criar-lhe todo o tipo de constrangimento político em troca de “fortalecer” sua própria posição.
Todos os movimentos de Dilma são – e em geral previamente – expostos na mídia. Muito mais que favorecer a “armação” de movimentação “espontânea” – nós sabemos como é “espontânea” a ação multiplicadora do “comando marrom” do PSDB e dos grupos direitistas que se formaram sob sua sombra – esta exposição indecorosa que lhe fazem acaba por anular ou manietar as consequências políticas de seus diálogos.
Sobretudo, claro, os com Lula, porque qualquer decisão que ela tome a partir destas trocas de ideias será inevitavelmente apresentada como “ordem” ou “pressão” do ex-presidente.
Agora, chegou-se ao máximo da ousadia: entregar a um jornal um texto que, pela sua natureza, foi escrito para ser submetido à própria Dilma e, por iniciativa dela, a quem mais julgasse dever discutir o tema.
O nome disso não é vazamento, é quebra do princípio da autoridade e da confiança que eleva alguém a um cargo ministerial ou assessoria a um Presidente.
Quanto ao conteúdo do texto vazado, publicado pelo Estadão, pouco há que comentar e muito o que aprender, por isso o reproduzo abaixo seus principais trechos, com algumas observações minhas, entre parênteses e grifadas:
A comunicação é o mordomo das crises. Em qualquer caos político, há sempre um que aponte “a culpa é da comunicação”. Desta vez, não há dúvidas de que a comunicação foi errada e errática. Mas a crise é maior do que isso.
As forças políticas que elegeram Lula e Dilma são minoritárias nas redes socais desde os movimentos de 2013. Isso por uma singularidade clara do mundo digital: o Facebook, o twitter, o G+, etc., são espaços privilegiados para o ataque, a zombaria e a propagação de palavras de ordem. É um espaço onde o convencimento, o diálogo, a troca de ideias até existe, mas é lenta e geralmente se prega para convertidos.
Parece contraditório, mas o panelaço do dia 8 e as marchas deste dia 15 mostram que as redes sociais não estão perdidas para Dilma e Lula. No dia 8, até uma hora depois do pronunciamento, houve mais tuítes a favor a Presidenta do que contra. No domingo, houve uma disputa equilibrada até a PM falar em um milhão na Paulista, desmobilizando todo o regimento pró-governo. Óbvio que esse movimento virtual não altera as derrotas políticas do panelaço e das pessoas nas ruas, mas mostram que nem tudo está perdido.
(…)
A campanha presidencial de 2010 foi a primeira na qual a comunicação digital teve um papel relevante no resultado das urnas. O uso de vídeos montados sobre aborto e fechamento de igrejas evangélicas marcou um novo patamar da baixaria na disputa política brasileira. A campanha digital Dilma/2010 foi mais de resistência e de combate a boatos do que de convencimento. Os blogues não geraram conteúdo, mas foram fundamentais na propagação de reportagens da grande imprensa como caso Paulo Preto e da bolinha de papel. ( apenas porque a imprensa os abafou ou distorceu)
O início do primeiro governo Dilma, no entanto, foi de rompimento com a militância digital. A defesa ferrenha dos direitos autorais pelo Ministério da Cultura e o fim do diálogo com os blogues pela Secom geraram um isolamento do governo federal com as redes que só foi plenamente reestabelecido durante a campanha eleitoral de 2014.
Em 2015, o erro de 2011 foi repetido.
Pesquisa feita pela FGV no dia do segundo turno de 2014, com base em amostra de mais de 600 mil tuítes, mostrava as redes sociais brasileiras divididas, com leve vantagem para o campo pró-Dilma.
A partir de novembro, as redes sociais pró-Dilma foram murchando até serem quase extintas. Principal vetor de propagação do projeto dilmista nas redes, o site Muda Mais acabou. Os robôs que atuaram na campanha foram desligados e a movimentação dos candidatos do PT foi encerrada. ( robô, para mim, é coisa de aloprado picareta, que ganhou dinheiro com isso)
Mas o movimento mais impressionante ocorreu entre os militantes, os apoiadores da candidatura de Dilma. Pesquisa da FGV mostrou que, a partir do final de novembro _ com o anúncio de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e as primeiras medidas do ajuste_ a militância orgânica dilmista começou a parar de defender o governo. Houve um soluço pró-Dilma nas redes no dia da posse, mas a pesquisa da FGV é afirmativa: houve um descolamento entre o governo e a sua militância. ( ou com seus eleitores?)
A ausência de agendas públicas da presidenta da eleição ao carnaval, a mudança nas regras do seguro desemprego e pensão por morte, o desastrado anúncio de cortes do FIES, o aumento nos preços da gasolina e energia elétrica e o massacre nas TVs com as denúncias de corrupção na Petrobras geraram entre os dilmistas um sentimento de “abandono” e “traição”. Constata-se hoje nas redes uma mágoa dos eleitores de Dilma, registradas em frases como “votamos nela e a política econômica é do Aécio”, “não tinha como ela não saber dessa corrupção toda na Petrobras”, “ela disse que a vaca não ia tossir, mas tossiu”, “ela mexeu nos direitos dos trabalhadores”, “na hora de pedir voto ela aparecia e agora sumiu”, “ela disse que ia segurar a conta de luz e soltou” etc…
As páginas dos deputados e senadores do PT pararam de defender o governo. Hoje, por exemplo, a página do deputado Jean Wyllys, do PSol, tem um peso na defesa do governo maior que quase toda a bancada federal. É sintomático que a principal página do Facebook pró-Dilma não oficial, a Dilma Bolada, começou a perder fãs em fevereiro, o que pode significar uma situação de quebra de imagem.
Apenas as páginas oficiais Portal Brasil/Blog do Planalto/ Facebook da Dilma e o site do PT seguem defendendo o governo, mas suas mensagens não conseguem ser reverberadas fora da sua corrente de seguidores. (nunca conseguiram, é só olhar os rastreadores de acesso, como o Alexa))Ou seja, o governo e o PT passaram a só falar para si mesmo.
A tática do PSDB foi exatamente a oposta. Cerca de 50 robôs usados na campanha de Aécio continuaram a operar mesmo depois da derrota de outubro. Isso significou um fluxo contínuo de material anti-Dilma, alimentando os aecistas e insistindo na tese do maior escândalo de corrupção da história, do envolvimento pessoal de Dilma e Lula com a corrupção na Petrobras e na tese do estelionato eleitoral. Tudo com suporte avassalador da mídia tradicional. (aqui, o principal erro do documento: a mídia tradicional é a “mãe” deste movimento, é quem lhe provê conteúdo e credibilidade)
Simultaneamente, a partir do final de janeiro, as páginas mais radicais contra o governo passaram a trabalhar com invejável profissionalismo, com uso de robôs e redes de Whatsapp.
Desde janeiro, a página no Facebook do grupo Revoltados Online teve o engajamento de 16 milhões de pessoas nos últimos três meses. O Vem Pra Rua chegou a 4 milhões. Para comparar: no mesmo período as páginas do Facebook Dilma Rousseff e PT foram compartilhadas por 3 milhões de pessoas.
Em estimativas iniciais, a manutenção dos robôs do PSDB, a geração de conteúdo nos sites pró-impeachment e o pagamento pelo envio de Whatsapp significaram um gasto de quase R$ 10 milhões entre novembro e março.
Deu resultado. Em fevereiro as mensagens/textos/vídeos oposicionistas conseguiram a capacidade de atingir 80 milhões de brasileiros. As páginas do Planalto mais as do PT, 22 milhões. Ou seja, se fosse uma partida de futebol estamos entrando em campo perdendo de 8 a 2.
De um lado, Dilma e Lula são acusados pela corrupção na Petrobras e por todos os males que afetam o País. Do outro, a militância se sente acuada pelas acusações e desmotivada por não compreender o ajuste na economia. Não é uma goleada. É uma derrota por WO.
Como virar o jogo?
Não será fácil virar o jogo. Pesquisa telefônica SECOM/ Ibope mostra que 32% dos entrevistados mudaram de opinião sobre o governo negativamente nos últimos seis meses. Esse movimento é mais perceptível entre os moradores do interior (35%), pessoas com renda familiar entre 2 a 5 SM (36%) e que avaliam o governo como regular (37%). As principais razões para essa mudança são: os escândalos de corrupção (31%), aumento da inflação (28%) e o fato de o governo “não cumprir o que promete” (16%).
As responsabilidades da comunicação oficial do governo federal e as do PT/Instituto Lula/bancada/blogueiros são distintas. As ações das páginas do governo e das forças políticas que apoiam Dilma precisam ser muito melhor coordenadas e com missões claras. É natural que o governo (este ou qualquer outro) tenha uma comunicação mais conservadora, centrada na divulgação de conteúdos e dados oficiais. (Por que isso é natural? Comunicação não é conservadora ou revolucionária, senão na forma. Conteúdos e dados oficiais podem (e devem) ser comunicados de maneira popular, compreensível e eficiente. Por exemplo: “Pátria Educadora” é um desastre em matéria de formulação de conceito de comunicação como poucas vezes vi na vida)A guerrilha política precisa ter munição vinda de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele.
Essa coordenação por si só não vai mudar o humor do eleitor dilmista. Mas como mostraram as ações conjuntas no dia 8 e no dia 15 são um início.
O pronunciamento de 8 de março foi extremamente criticado por ser longo e sem substância. As principais críticas ao pronunciamento foram: “fala muito e não diz nada”, “discurso longo e sem propósito”, “não transmite confiança nem entusiasmo”, “não assume responsabilidade por nada”. O pedido de paciência foi o que mais irritou aqueles que um dia já apoiaram Dilma nas redes. Houve um grande número de posts com a mensagem ‘já perdi a paciência!’. A fala dos ministros Rossetto e Cardozo no domingo à noite foram recebidas com panelaço antes que eles falassem a primeira sílaba.
Isso não significa que o público não aguarde respostas curtas e objetivas para perguntas de três grandes temas: corrupção na Petrobras, inflação/crise econômica; e o “estelionato eleitoral”. São perguntas como: “a gasolina subiu porque Dilma, Lula e o PT roubaram na Petrobras?” “Dilma falou uma coisa na campanha e está fazendo outra?”; “a vaca tossiu, ela está mexendo nos direitos dos trabalhadores?”, “ela mentiu ao dizer que o Aécio é que ia aumentar a gasolina e a luz?”, “por que ela sempre culpa a crise internacional e não assume que errou?”, “por que ela deixou a inflação explodir?”, “o que ela está fazendo para acabar com a corrupção na Petrobras?”, “a campanha dela recebeu dinheiro do esquema lava jato?”, “como ela pode falar em Pátria Educadora e cortar o FIES?”, etc… Sem responder claramente a essas perguntas não há como a militância se sentir respeitada de novo e, de novo, defender o governo. É preciso aceitar a mágoa desses eleitores, reconquistá-los.
Óbvio que essa reconquista não é apenas um trabalho de comunicação. Não adianta falar que a inflação está sob controle quando o eleitor vê o preço da gasolina subir 20% de novembro para cá ou a sua conta de luz saltar em 33%. O dado oficial IPCA conta menos do que ele sente no bolso. Assim, como um senador tucano na lista da Lava Jato não altera o fato de que o grosso do escândalo ocorreu na gestão do PT.
A entrevista presidencial desde dia 16 foi um excelente início. Ao falar com firmeza sobre o seu compromisso com a democracia, explicar de forma fácil a necessidade do ajuste fiscal e assumir falhas como a da condução do Fies, a Presidente deu um rumo novo na comunicação do governo. Não pode parar.
É preciso que a PR fale mais, explique, se exponha mais, seja nos quebra-queixos pós-evento, seja respondendo ouvintes da Voz do Brasil (20 milhões de ouvintes), seja com a mídia tradicional (TV aberta, de preferência), seja com a volta das entrevistas por Facebook. Não importa quantos panelaços eles façam.
É preciso consolidar o núcleo de comunicação estatal, juntando numa mesma coordenação a Voz do Brasil, as páginas de sites, twitter e Facebook de todos os ministérios, o Facebook da Dilma e a Agência Brasil.
A publicidade oficial em 2015 deve ser focada em São Paulo, reforçando as parcerias com a Prefeitura. Não há como recuperar a imagem do governo Dilma em São Paulo sem ajudar a levantar a popularidade do Haddad. Há uma relação direta entre um e outro.(Ah, São Paulo, São Paulo, o Brasil para eles se resume a você)
Dizem que passado o terremoto de Lisboa, o rei Dom José perguntou ao marquês de Alorna o que podia ser feito. Ele respondeu: “Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”.
Sepultar os mortos significa que não adianta ficar reclamando e discutindo como teria sido se o terremoto não tivesse ocorrido. Cuidar dos vivos, é que depois de enterrar o passado, temos que cuidar do que sobrou, dar foco ao presente. ( De novo um erro: o passado foi o fantasma que ajudou a eleger Dilma, porque é concreto e palpável. Ou melhor, doloroso, muito doloroso.)Fechar os portos, evitar o pânico entre os nossos, impedir o salve-se quem puder, a fuga em massa. Significa que não podemos deixar que ocorra um novo tremor enquanto estamos cuidando dos vivos e salvando o que restou”. (Outra vez a incapacidade, derivada do erro anterior, de entender que existe uma base real que não é um desastre, desastre são os erros cometidos por esquecerem-se dela)
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Bom diagnóstico. A militância petista tem de voltar às suas raízes, fazer zines e blogs defendendo a democracia, dar palestras sobre cidadania em escolas públicas, enfim, politizar a população. Dialeticamente, a resposta da esquerda ao 15 de março pode acelerar a chegada da sociedade que queremos, mais humana e menos desigual.
O governo Dilma 2 é o mais fraco da história, em minha opinião. Mais do que o do Collor, do Itamar, do Jango... Mas até o do D. Pedro II em seu final, quando passou a chefia do governo pra filha de tão desinteressado. Mas até ele e sua filha, Princesa Isabel, peitaram a elite escravagista. Não dá pra defender governo que não se defende, rodeada de incompetentes, ineptos, vazadores e medrosos. Dilma está tendo o que merece. Colhe o que plantou. Não comunica, por isso se trumbica. Está deixando as coisas difíceis até para a volta do Lula.
a Maria Frô diz que ela aprovou mais leis trabalhistas do que o Lula.
Pior que o do FHC, que quebrou o país 3 vezes , afundou a P-36 e provocou o apagão, não foi.
Concordo com vc.
Se Dilma II, que acaba de começar, será pior que o do FHC só o tempo irá dizer.
Mas há muitos indícios de que este será o pior em décadas.
Comecemos pelas desavenças entre executivo e legislativo. Passemos ao inextinguível intento ao golpe. Por fim destaquemos as "trapalhadas" desse início de governo: Fazer a vaca tossir! Não quero aqui discutir a necessidade das medidas adotadas, mas sim o fato de terem sido executadas após uma longa e mentirosa campanha eleitoral que. Dilma não apenas negou que tomaria certas decisões, ela alegou que seu opositor é que as faria.
Não concordo com a balbúrdia golpista da turba bovina pastoreada pela Grobo. Tampouco admito que imputem a um único partido a culpa pela corrupção, essa que parece ser uma desvirtude da maioria dos brasileiros (independente de classe social, nível de instrução ou ocupação). Mas acho que críticas construtivas são cabíveis ao governo.
Não podemos ignorar os maus augúrios...
Senhor Fernando Brito,
Gente como esse cidadão, que escreve essas baboseiras nas seções de Comentários dos Blogs considerados de esquerda, são similares aos robôs do Aécio, mas agindo com mais eficácia destrutiva, porque estâo avalizados pela reputação dos Blogueiros.
Votei em Lula e em Dilma, mas não sou força cega. Nem petista. Sou sim, anti-PSDB/PiG/Entreguistas. Se vocês acham que não se pode criticar quem está errado só porque os apoiam, equivale o chamado "passar a mão na cabeça" de quem erra. Os governos trabalhistas têm meu apoio, o que não significa estarem livres de crítica. O governo Dilma 2 é péssimo! PÉS-SI-MO! Mas, para os que estão gostando, masoquismo é a palavra que me vem à mente.
Terminar um mandato com APAGÃO é um sucesso. Uma popularidade lá embaixo. Não fez sucessor e não elegeu três candidatos diferentes do seu partido. Isto é pífio. Mas ainda é considerado um gênio politico.
GENTE VCS JÁ ESTÃO FALADO DO SEGUNDO MANDATO DE DILMA, ELA NEM COMEÇOU AINDA , OS PERSEGUIDORES NÃO TA DEIXANDO , E VCS JÁ ESTÃO FALANDO DE PIOR , PARA DE FICAREM OUVINDO E LENDO HISTORIA, DE POLITICAGEM ,VCS NÃO ESTÃO VENDO QUE ELA TA SENDO PERSEGUIDA PELO HERODES ,QUE VOLTOU PARA PERSEGUIR A PRESIDENTE !!
Publicado em 18/03/2015
R7 e Amaury: FBI investiga
se NauFraga também lava
Ex-Presidente do BC de FHC e guru de Aécio teria transferido US$ 4 de Cayman para a Suíça.
Saiu no R7:
SWISSLEAKS: FUNDO DE INVESTIMENTO DE ARMÍNIO FRAGA É INVESTIGADO NOS EUA
Fundo de ex-presidente do Banco Central teria transferido US$ 4,4 mi das Cayman para Suíça
Amaury Ribeiro, do R7
O fundo, intitulado Armínio Fraga Neto Fundação Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, é investigado nos Estados Unidos por ter transferido US$ 4,4 milhões de uma conta nas ilhas Cayman para outra conta do HSBC na Suíça. A informação é de uma fonte do FBI, polícia federal norte-americana.
Documentos apontam ainda que, para supostamente evitar a tributação de impostos, Fraga teria declarado à Receita que o fundo era filantrópico, ou seja, isento de tributos.
Ao R7, Fraga disse que a investigação nos EUA é “100% ficção”, mas admitiu que o fundo existiu.
— Investi nesse fundo há sete ou oito anos, mas tudo dentro da legalidade. Todas as minhas contas, de minha família e da Gávea Investimentos são declaradas perante as autoridades competentes, brasileiras e americanas. Não houve esta transferência mencionada, houve sim um investimento regular e documentado. Não temos notícia de qualquer investigação sobre o tema.
Fraga foi presidente do Banco Central de 1999 a 2003, no governo Fernando Henrique Cardoso, participou da elaboração do plano de governo de Aécio Neves e era cotado para ser ministro da Fazenda do tucano. Ele tem cidadania dupla, brasileira e norte-americana
As autoridades americanas chegaram ao fundo após investigar a lista dos clientes de todo mundo que mantinham contas no do HSBC da Suíça. A lista foi vazada a jornalistas por um ex-funcionário do banco, no caso que ficou conhecido como “Swissleaks” (leia mais abaixo).
A apuração aponta que a conta beneficiada era de compensação. Conhecida como “conta-ônibus”, que só serve para transportar dinheiro — não é possível, por exemplo, fazer investimentos por ela.
Os documentos levantados pelas autoridades norte-americanas mostram ainda que antes de ser depositado no HSBC, o dinheiro foi transferido para outra conta, no Credit Bank da Suíça, supostamente para fugir do rastreamento.
As investigações apontam que, após ser enviado à Suíça, o dinheiro teria voltado para uma conta no America Bank de Nova York.
Os investigadores pediram a quebra de sigilo do fundo.
Swissleaks tem mais de 8 mil brasileiros
O vazamento de detalhes de contas de mais de 100 mil clientes do banco HSBC na Suiça em fevereiro foi batizado como “Swissleaks”. Os dados distribuídos em cerca de 60 mil documentos mostram movimentações nas contas entre 1988 e 2007, totalizando mais US$ 100 bilhões. Na lista, estão os nomes de 8.667 brasileiros que depositaram US$ 7 bilhões apenas entre 2006 e 2007.
As informações foram cedidas ao jornal francês Le Monde pelo ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani. O peródico francês compartilhou os dados com mais de 140 jornalistas de 54 países do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) que comanda desde então a análise e divulgação do Swissleaks.
O ministro José Eduardo Cardozo determinou que a Polícia Federal apure possíveis crimes relacionados às movimentações nas contas dos brasileiros. A Receita Federal já conduz uma investigação em busca de indícios de evasão de divisas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. Apenas a posse da conta e a movimentação de valores no exterior não configura crime.
Em tempo: sobre a matéria, lavagem de dinheiro, não deixe de ir ao livro do Amaury, Privataria Tucana – PHA
Em tempo2: o Amaury enviou um e-mail, depois de publicado esse post sobre seu trabalho no portal R7 da Record:
A Folha e o Globo estão escondendo o … tucano. Já mandei o material para a CPI do HSBC.
Nada de novo. Sinal de que há transparência no governo até demais. Queria ver se vazase um documento do tempo que o Aécio era governador de Minas, quanta coisa interessante a gente ia saber.
Eu já joguei a toalha há muito tempo, aprendi com a minha mãe a ajudar somente a quem quer ser ajudado.
Não só a militância do PT mas toda a esquerda desmobilizou-se face ao sumiço da Dilma.
Sumiu politicamente ao levar Levy et caterva sem antes dizer claramente ao povo brasileiro o que se pretendia. Fazer um ajuste contra o povo e poupando os endinheirados e, mais, aumentado-lhes a renda via SELIC foi sim negação a seu discurso eleitoral.
Reduzindo a SELIC e usando a sobra para subsidiar gasolina e energia teria o mesmo efeito nas contas do Tesouro sem dar munição à oposição.
O ajuste tal como é feito malha o salário e poupa o rentismo.
Porque não incluiram impostos sobre transferências patrimoniais ?
Agora se fala em "estudos" . . .
Sumiu do noticiário por gestão horrorosa da comunicação social do governo e isso que ela conviveu com Brizola . . . e tendo agora muito mais condições de atuação !
Quanto aos vazamentos ela mais do que ninguem sabe que se governa com os seus e não se "dorme com o inimigo".
A bandeira do "republicanismo" vale tanto para não permitir o uso de recursos governamentais contra opositores como os opositores não podem usar recursos governamentais contra o governo.
Se você fosse eleito
você escolheria para ministro alguém
que NÃO votou em você?
Será que não era sumiço pós cirurgia plastica?
O governo vai ou não vai sair dessa letargia?
Dilma, durante a campanha, disse que não iria ficar pedra sobre pedra no combate a corrupção.
Ate agora, a gangue golpista é quem esta dando as cartas , escondendo a sua propria corrupcao.
Já passou da hora de nao deixar pedra sobre pedra na condenação dos sonegadores e outros componentes da gangue da direita. Tem que ter ministro da justiça com letra maiúscula e combater com seriedade toda a corrupção.
Avestruz é que esconde a cara.
Presidente tem que ter estratégia e fazer as coisas acontecer e não ser somente espectador de um MP comprometido com a corrupção da casa grande e pig.
E o Café coma a Presidenta, sumiu, saiu do Ar???
Aquilo era muito bom!
Do caos brota uma uma nova ordem, dominemo-a em nosso favor!