OAB: Gilmar Mendes não foi digno de ser Ministro do Supremo

Gilmar Mendes não consegue mesmo se livrar da “Síndrome dos Capangas Lá do Mato Grosso”.

 

Mas, graças a isso, consegue algumas proezas, como a de colocar contra si toda a advocacia brasileira.

 

O “chilique”, ontem, ao levantar-se e dar as costas para o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (veja vídeo no final do post), acabou dando forma legível a qualquer um sobre a natureza de seu voto e de uma atitude pior do que a grosseria no tribunal.

 

Porque Gilmar, no seu palanque de toga, ofendeu não apenas a entidade dos advogados; ofendeu a verdade e o bom-senso, ao acusá-la de “conspiradora” e de biombo político do petismo.

 

Isso, por uma ação proposta há cinco anos – quando sequer se podia imaginar os escândalos da Lava-Jato – e numa ocasião em que era presidida por Ophir Cavalcanti Junior, notório adversário político de Lula, Dilma e do PT.

 

Um integrante da corte suprema não pode, em hipótese alguma, violar o que manda a Lei Orgânica da Magistratura e não “tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça”, embora este dispositivo legal pareça ter se revogado na prática desde a gestão Joaquim Barbosa.

 

A nota dos presidentes estaduais da OAB, que reproduzo após o vídeo, tem, lá no final, o resumo desta ópera bufa: Gilmar Mendes é  “um magistrado que não se fez digno de seu ofício”.

A Nota da OAB

O Colégio de Presidentes de Conselhos Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil vem lamentar a postura grosseira, arbitrária e incorreta do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, quando abandonou o plenário diante de esclarecimento prestado, de forma legitima, educada e cortês, pelo advogado e dirigente da Ordem dos Advogados Cláudio Pereira de Souza Neto que, naquele momento e naquele julgamento, representava a voz da advocacia brasileira.

Repudia o Colégio de Presidentes os ataques grosseiros e gratuitos, desprovidos de qualquer prova, evidencia ou base factual, que o ministro Gilmar Mendes fez à Ordem dos Advogados em seu voto sobre o investimento empresarial em campanhas eleitorais, voto vista levado ao plenário somente um ano e meio depois do pedido de maior tempo para análise.

Ressalta o Colégio de Presidentes que comportamento como o adotado pelo ministro Mendes é incompatível com o que se exige de um Magistrado, fere a lei orgânica da magistratura e está na contramão dos tempos de liberdade e transparência. Não mais é tolerável o tempo do poder absoluto dos juízes. Não mais é aceitável a postura intolerante, símbolo de um Judiciário arcaico, que os ventos da democracia varreram.

Os tempos são outros e a voz altiva da advocacia brasileira, que nunca se calou, não será sequer tisnada pela ação de um magistrado que não se fez digno de seu ofício.

Enfatizamos que o ato de desrespeito às prerrogativas profissionais do advogado foi também um ato de agressão à cidadania brasileira e merece a mais dura e veemente condenação. O ato de abandono do plenário, por grotesco e deselegante, esse se revelou mais um espasmo autoritário de juízes que simbolizam um Poder Judiciário desconectado da democracia, perfil que nossa população, definitivamente, não tolera mais.

Fernando Brito:

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  • A POSTURA POLÍTICA-PARTIDÁRIA DE GILMAR MENDES NÃO PODE SER TOLERADA PELA SOCIEDADE BRASILEIRA. ELE SE MOSTROU UM DEFENSOR DOENTIO DOS INTERESSES DO PSDB. GILMAR MENDES PERDE (SE É QUE JÁ POSSUÍA ANTES), TODA E QUALQUER CONDIÇÃO PARA ATUAR COMO MINISTRO DO STF. AO RASGAR A CONSTITUIÇÃO E DESRESPEITAR A OAB (QUE PELA CONSTITUIÇÃO, DETERMINA QUE O ADVOGADO É INDISPENSÁVEL PARA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA), GILMAR MENDES SE MOSTRA MAIS UM ELEMENTO QUE MANCHA A TRADIÇÃO DE JURISTAS DO STF. JOAQUIM BARBOSA FEZ ESCOLA E AGORA, A SOCIEDADE É OBRIGADA A CONVIVER COM ESSE TIPO DE GENTE. PERDE A SOCIEDADE, PERDE O PODER JUDICIÁRIO E, PRINCIPALMENTE, PERDE, MUITO, A DEMOCRACIA.

  • Gilmar acaba de acatar recurso do Serra. Gilmar, o doutor, sábio entre os sábios, supremo dos supremos foi carinhosamente tratado por José Serra como "meu presidente" ao atender um telefonema via celular que se estendeu entre cochichos em plena campanha eleitoral, quando o que se esperava era um mínimo de neutralidade de um presidente do STF. Quanto zelo contra a esquerda. Quanto carinho com os amigos! Para eles tudo, para os outros, cinco horas de discursos com ataques e impropérios. A grande maioria não quer que o seu voto seja "comprado" junto a congressistas e desvirtuado por empresas que achacam os consumidores. Gilmar vai na contra mão de todos e insiste em justificar o injustificável com toda a empafia do mundo, ainda que não disponha de votos.

  • Foi só uma pessoa imparcial e de moral elevada assumir a presidência do STF para fazer com que o Gilmar Mendes colocasse o rabinho entre as pernas e sair correndo assustado.

    • Faria melhor se nunca mais retornasse ao plenário do Supremo. Sua presença é um desrespeito a consciência do povo brasileiro. ?Vade retro satanás!

  • Gilmar apoz, durante quatro horas caluniar o PT, Lula e Dilma, usando o plenario para politicagem do mais baixo nivel e por quase uma hora tentar defender sua tese indefensavel, isso e que e contar apenas com a propria inteligencia e esquecer da inteligencia dos brasileiros, ate os eleitores de Aecio estao horrorizados a nao ser os fascistas que nao tem limites, apoz cinco horas de absurdos covardemente e sem respeitar a si mesmo, e o plenario com resposta desreipeitosa ao presidente e a OAB levantou-se e virou as costas, atitude inconcebivel de um ministro do Supremo, ficara na historia!

  • Quem está assistindo agora os outro votos dos Ministro do STF ao financiamento das campanhas, fica, como eu, pasmo de ver quanto assunto os pares do "Sinistro" Mendes dão à este cidadão, que desmerece e envergonha a suprema corte. Votem , Srs. Ministros, com o poder que lhes é dado pelos Poderes...não tenham medo do Sinistro Mendes...ele rosna mas não morde. E se mordesse ...o Gov. Federal distribui gratuitamente vacina anti-rábica.

  • Qualquer acadêmico de Direito conhece o Estatuto do Advogado, que no artigo 6º dispõe:
    "Artigo 6º: Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos".
    E ainda, mais adiante o próprio Estatuto, no artigo 7º, inciso X garante ao advogado "usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como replicar acusação ou censura que lhe forem feitas".
    Infelizmente o insígne Magistrado quebrou as regras do decoro.

  • Ao longo do texto, tratam esse indigno "Gilmar" com muito fineza! Um Coronel Tupiniquin desse tem que ser tratado como Sarnento, que é.

  • Desonesto que é, mentiroso e cínico que é, o Gilmar Dantas age como coronel da república do café com leite na sessão do STF que está julgando a inconstitucionalidade do financiamento de campanha eleitoral.

    O STF deveria julgar a inconstitucionalidade do chefe dos capangas de Diamantino.

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