Omissão burocrática agrava perda da 2ª dose

É inimaginável que o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, só hoje tenha passado a se preocupar com o gigantesco número de pessoas que estão deixando de receber a 2ª dose da vacina contra a Covid-19.

Porque só hoje ele admitiu o problema, e já com números apavorantes: 1,5 milhão de pessoas perdendo a janela correta de imunização, o que reduz ou anula o efeito da dose inicial.

Mesmo quem não tenha, como ele tem, acesso imediato e amplo aos dados de vacinação, fazendo contas “em papel de pão” como este blog, sabia do problema.

Mas é pior ainda a reação do burocrata do gogó macio que tomou o lugar de Pazuello: “o ministério vai emitir uma lista por estado com as pessoas que estão com a segunda dose atrasada”.

E vai fazer o que com esta lista, “Excelência”?

Colocar na internet para as pessoas saberem se falta tomar a segunda dose? Arrumar um aplicativo para que elas possam ver?

As providências tinham de ser tomadas ontem, como têm de ser tomadas hoje, para que o prejuízo não seja maior.

Uma campanha de comunicação de massa explicando a necessidade do reforço e convocando as pessoas a comparecerem aos postos de vacinação já deveria estar sendo despejada sobre o país.

Os serviços de telemarketing do governo deveria estar disparando ligações automáticas para todas estas pessoas – que deixaram seus telefones, quando o tinham, ao fazer a ficha da primeira dose – para receberem a segunda.

Mas o Dr. Queiroga vai fazer “uma listinha” – quem sabe com “cópia carbonada”- e repassar para os municípios que, aliás, foram quem deu a informação de quem não apareceu para revacinar-se.

Dói ver as equipes de vacinação se esfalfando de trabalhar, metendo-se em lamaçais e quebradas de todo o tipo para dar uma única vacina, e um burocrata destes agindo com tamanha preguiça diante da perda de milhões de doses e do risco que correm as pessoas que não as tomaram.

Depois reclamam de CPI.

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