No G1, a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, diz que o Brasil poderá importar carne para equilibrar mercado, porque os preços estariam altos em razão, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo), do crescimento das exportações, principalmente para a China.
Só que ontem a Folha publicou que as exportações de carnes perdem fôlego e recuam 13% em relação a outubro , registrando a retração tanto na de suínos, aves e bovina este mês. E, nesta, justamente a maior retração foi na exportação de carne in natura, a mais consumida no mercado interno.
Os “especialistas” deveriam tratar a sério o que é um produto essencial na cesta de consumo brasileira, cujo preço subiu perto de 6% este mês, em média.
O comportamento do preço da carne, claro, está impactado pelas exportações, mas não exatamente pela quantidade de carne disponível. O aumento do preço em reais reflete o aumento do valor do dólar, se há mercado aberto à exportação. Mas a oferta depende de decisões muito anteriores no tempo, porque o tempo de abate de um bovino, novilho ou boi, varia, na grande maioria dos casos, de 1 ano e meio a três anos.
E o setor está, por isso, vivendo limites ao seu crescimento causados por uma série de inseguranças desde a chamada Operação Carne Fraca, há dois anos e meio, seguida do caso JBS, da retração ao financiamento de exportação de carnes processadas.
No início de setembro, o efeito conjugado da liberação de importações pela China para 17 frigoríficos de carne bovina e a elevação da moeda norte-americana reduziu a oferta interna e elevou os preços. E poderia ser mais agudo este processo se os argentinos não estivessem vendendo muito à China (mais que o Brasil) e os EUA tivessem levantado suas barreiras sanitárias – algo totalmente sem razão de ser.
O Brasil, e já não é de hoje, trata com irresponsabilidade há pelo menos três anos um de seus pontos fortes de exportação, inclusive em não ter uma política de investimento estável no processamento de carnes e nas brigas que ameaçou arrumar com o mercado do Oriente Médio, algo que, felizmente, não foi adiante.
Ou se a soja, cujo valor e no açúcar, onde os preços internos guardam relação com a cotação do dólar se o preço destes produtos não tivesse tido queda significativa no mercado internacional, de 2016 para cá.
E aguardem para os próximos dias outro “pancadão” nos preços da gasolina.
É outro lado – bem sensível ao povo – da análise espetacular de que o “efeito é zero” do dólar mais alto.
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Abrafigo....fenabrave...sao alguns exemplos de sindicatos da indústria, que nao servem pra nada, alem de cabide de empregos e organizar os carteis nas respectivas categorias.
O Brasil é um país "desequilibrado", sob vários aspectos. Ouvimos grandes analistas dizerem que o dólar baixo, foi um dos motivos da desindustrialização. Quando ele sobe passa ser o motivo da inflação. Algo parecido vale para a taxa de juros, que sempre foi objeto de críticas ferozes. Mas quando Dilma a derrubou caíram de pau em cima dela.
Eta país complicado.
Então fiquei na dúvida. Se as exportações tiveram queda, mesmo com o dólar em alta, por que essa alta de preços?
A operação carne fraca é a grande responsável?
Espero ver Ana Maria Braga com uma arroba de carne no pescoço
É tal da retomada na b....
COMAM FRANGO TROPA DE JEGUES,NOSSA CARNE NUNCA SERÁ VERMELHA!
A China está a fazer uma aliança comercial com o México, e desde março de 2017 que o México, aproveitando o ataque judicial aos frigoríficos brasileiros pela chamada Operação Carne Fraca, deu grandes incentivos à sua agropecuária e se prepara para disputar o mercado de carne mundial, inclusive em carne que obedece a todas as exigências muçulmanas. Depois de tanta preparação, chegou a hora da disputa real no mercado. O Brasil poderá ter grandes dificuldades de disputa de mercados que já eram seus, em razão de problemas emanados pelo radicalismo geopolítico de seu governo.
Imagino q a China tem opçoes em mente
Australia
Argentina
Canada
Moçambique
Angola
Sim, mas a China tem demonstrado um interesse especial no México, inclusive colocando estivamente aquele país na sua Rota da Seda. O México, como se sabe, está surgindo como a nova liderança da América Latina, em lugar do Brasil. E não nos esqueçamos de que ao tempo do neoliberalismo do FHC, o PIB do México ultrapassou o do Brasil.
Em Floripa, também por conta do 13º e da chegada do verão em breve, a carne já subiu mais de 15% de outubro prá novembro no mercado onde faça compras de mês.
E por conta do aumento da carne bovina, o pessoal do frango já aproveitou para aumentar os preços também... Empresário brasileiro é tão vagabundo quanto o presidente que elegeram.
Curiosamente a mesma desculpa,exportações para China,é usada pelo delinquente neoliberal Macri,para o aumento absurdo dos preços por lá.
Mas,se não são as exportações,acredito que o ASNO tenha virado ecologista,com menos consumo= menos bois=menos gases de efeito estufa (os piores).De paso reduz o nível de proteínas na alimentação,mais doenças,mais mortes= menos pobres.O cara é um gênio !!!
A economia se prepara para um voo de galinha. Um voo de galinha verde.