A esperança que a inflação baixe em janeiro e fevereiro tem um imenso obstáculo: o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo que, se for o sugerido pelos técnicos da empresa de transportes municipal – a SPTrans – passaria dos atuais R$ 4,40 para até R$ 5,10, sem contar neste valor os subsídios pagos às empresas de ônibus como ressarcimento de gratuidades e fator de “desconto” nas tarifas.
Não vai chegar a isso, mas elas vão subir forte a partir do dia 1° de janeiro.
Embora seja a que mais pese no cálculo da inflação, não é só lá. Grande parte das capitais brasileiras têm reajuste das tarifas em janeiro e fevereiro e, este ano, em razão da pandemia, mantiveram os preços congelados.
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos diz que o reajuste, para manter o sistema como é hoje, seria necessário um reajuste entre 40 e 50%, mas seu próprio presidente, Otávio Cunha, admite que “nenhum prefeito teria coragem de fazer isso”.
Mesmo tendo sido reduzido o peso do transporte por ônibus no cálculo da inflação, 10 ou 20% de aumento efetivo para o passageiro vão bater forte na inflação.
E como o IPVA do carro, sobretudo o usado, vai ter um belo salto, não é só para o povão que o peso vai ser alto.