Os jornais destacam que o Federal Reserve subiu em 0,5% os juros dos títulos do Tesouro norte-americano, “a maior alta em 20 anos” em um único aumento, fixando agora um remuneração anual de 0,75%.
Era o esperado pelo mercado, salvo raras exceções, pois a inflação de 8,5% acumulada por lá em 12 meses é a maior dos últimos quarenta anos.
Por aqui, dá-se como certo um prêmio extra de 1% na Taxa Selic, subindo a 12,75%. Será surpresa se limitar-se a 0,75%.
Lá e cá as autoridades monetárias prometem não fazer elevações mais bruscas no preço do dinheiro, mas nenhuma das duas consegue afirmar que as novas altas vão conter os processos inflacionários em curso. Ou que a “moderação” da alta sirvam de contravapor à desaceleração da economia que, acima e abaixo do Equador, mostram-se rebeldes.
O preço do petróleo subiu de novo hoje, e não foi pouco: 5%, com o Brent fechando a US$ 100 dólares por barril. Além de nos levar a situações de pressão interna – quem dvudar, leia Vinícius Torres Freire, na Folha, avisar que novo aumento dos combustíveis “está no forno” – é sinal de freios nos mercados mundiais dos quais dependemos, em especial pelos novos lockdowns na China.
O que se repetiu-se aqui tantas vezes, que inflação acima dos dois dígitos leva a a elevações de preços onde a razão vira a do “aumenta porque tudo aumentou”. E estamos num ponto em que, se a inflação mensal descer aos oníricos 0,5% ao mês para que se ultrapasse os 8% que, diz-se, o mercado projeta para 2022.
Por enquanto, dá para continuar a atrair capital estrangeiro, com os ganhos na chamada “arbitragem”: pegar dinheiro mais barato fora e aplicar aqui com o triplo da taxa, ou mais.
É um negócio tão sustentável quanto o do tenente da Aeronáutica Luís Felipe de Albuquerque Júnior comprava carros a prazo e revendia-os imediatamente, inaugurando por aqui as pirâmides financeiras.