O futuro dirá o quão danoso será ao país e às próprias Forças Armadas o quadro esdrúxulo que vai se formando no futuro governo Bolsonaro.
Generais da reserva, recém saídos do Alto Comando do Exército não são, na prática, civis como outros quaisquer, jubilados em suas carreiras.
Formam não só uma confraria – se quiserem chamar assim, uma “ala militar” do governo – como têm a tendência quase inevitável de sobreporem-se às estruturas formais de comando e subordinação das Forças Armadas.
Voltamos, pelo visto, a ter o posto de “marechal”, o general de cinco estrelas, que foi extinto em 1967, por um deles, Castello Branco.
Ao macharelato iam os generais de quatro estrelas ao passarem à reserva e isso deixava, ao menos na forma, os generais da ativa em hierarquia inferior.
Parece que voltamos no tempo.
Já temos três “marechais”: Hamilton Mourão, na vice-presidência, Augusto Heleno, no Gabinete de Segurança Institucional e deveremos ter o quarto, na pasta de Infraestrutura. O tenente-coronel Marcos Pontes não entra nesta conta, por ter alcançado o posto de ministro da Ciência e Tecnologia por incapacidade e folclore.
É um quarto do governo, se não surgir um “eu também quero”.
O Alto Comando do Exército, onde têm assento todos os generais de quatro estrelas no serviço ativo, tem apenas 15 integrantes.
A República voltou a ter outro poder, além de Executivo, Legislativo e Judiciário.
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Ao contrário dos civis, que após deixarem o cargo público, mesmo que seja o maior deles e para o qual deva ter conseguido milhões de votos - como o de presidente da república - os militares não deixam de ostentar o título da última patente que alcançaram na ativa, mesmo quando passados à reserva. É um grave erro conceitual designar por "ex-militares" os que passaram à reserva, mas que não foram expulsos da corporação ou força que integraram. Não é preciso ter estado em quartéis para perceber que os militares da reserva têm tanto prestígio - e mesmo grande poder de influência - quanto os da ativa (em alguns casos até mais). Portanto não é surpresa para os mais atentos e observadores que os generais de pijama estejam tão assanhados e pressionem o ex-capitão para estarem no 1º escalão do governo decorrente uma golpe de Estado e de uma eleição farsesca e fraudulenta.
Sempre me surpreendeu que os grandes juristas brasileiros - sobretudo os doutores em Direito Constitucional - nunca tenham feito as duras críticas que a CF/1988 sempre mereceu, por recepcionar o que de pior havia na CF imposta pelos militares que aplicaram o golpe de 1964, ou seja, a CF/1967, emendadas pelos famigerados AIs, que davam licença para os militares e seus comandados não só perseguirem, como prenderem, torturarem e assassinarem centenas (talvez milhares, já que nunca se apuraram com rigor os crimes de Estado cometidos entre 1964 e 1985) de opositores políticos ao regime ditatorial imposto, fossem esse opositores integrantes de resistência armada ou não.
O generalato golpista é que está no comando, não o ex-capitão, que os mais afoitos insistem em chamar de "presidente eleito". observo que a estratégia é essa mesmo, pois estando nos cargos de 1º escalão e comandando de fato o governo golpista, privatista e entreguista, mas sem o ônus de ocupar formalmente a presidência da pública, esse generalato pensa assim poder se preservar (e às FFAA) das críticas pelo fracasso líquido e certo desse desmonte e destruição a que vêm submetendo o Brasil, desde 2016. Esses generais pensam que os brasileiros não estamos percebendo suas manobras e que se, e quando, for restabelecido Estado de Direito Democrático eles ficarão tão impunes quanto em 1985, escorados numa Lei da Amnistia que nada mais foi do que a impunidade para os crimes de Estado que militares e seus comandados cometeram ao longo de 21 anos de trevas (1964-1985).
Houve um rebuliço por uma hipotética e quimérica "intervenção militar", que fez ferver a nostalgia de militares de pijama, desde que os Estados Unidos deflagraram sua operação Lava Jato, cuidadosamente iniciada em um já famoso seminário. Este seminário, supostamente contra "crimes financeiros" que o Departamento de Justiça dos EUA promoveu no Rio de Janeiro de 04 a 09 de Outubro de 2009, - https://wikileaks.org/plusd... - comandado pela funcionária do Departamento de Estado e especialista em América Latina Shari Villarosa, teve como sua estrela máxima da numerosa representação do Brasil um certo juiz de primeira instância chamado Sergio Moro. Na abertura do seminário, Villarosa discursou salientando que "crimes financeiros são um problema global e devem ser abordados de uma maneira global" - Esta perspectiva foi a dica
para que os juízes e promotores do Brasil e de outros países latino-americanos considerassem que as leis americanas valem muito mais que as leis e as constituições locais, que passaram a burlar. Neste seminário foi discutida - e aprovada - a instalação da Força Tarefa de Curitiba, que seria depois denominada de Operação Lava Jato. Os militares de pijama, que são da linha dura, acreditam piamente que os Estados Unidos são compostos de anjos terrestres manifestamente destinados a guiar toda a Humanidade para o paraíso da justiça e do desenvolvimento. Quem for contra os Estados Unidos estará sendo "comunista", rótulo que para eles é a coisa mais horrorosa do mundo. Por isso é que quando o general Ernesto Geisel deu vida ao projeto de desenvolvimento nuclear nacional, inteiramente independente dos americanos, foi imediatamente taxado de comunista pelos componentes da "linha-dura". Com esta compreensão analítica, podemos entender o silêncio dos militares brasileiros diante da absurda prisão punitiva do Almirante Othon pela Lava Jato. Othon era considerado desde muito antes um criminoso pelas autoridades americanas, porque comprou no mercado negro implementos para desenvolver o método brasileiro de enriquecimento de urânio. Comprou no Mercado Negro com dinheiro não-contabilizado, porque no mercado aberto as potências centrais jamais lhe venderiam o que desejava comprar. Certamente, para os linha-dura, tratava-se simplesmente de mais um "comunista" a ser castigado. Pergunta-se: Será que Geisel e Othon, bem como o Brigadeiro José Alberto Albano do Amarante, grande cientista companheiro de Othon na pesquisa nuclear, que morreu em circunstâncias misteriosas com a família culpando os americanos e israelenses por sua morte por radiação https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Alberto_Albano_do_Amarante, será que eles não deixaram seguidores nas Forças Armadas? Será que todas elas estão inteiramente dominadas pela Linha-Dura, que é mais proativa e barulhenta? O rebuliço pela tal intervenção militar parece que sublimou-se na estranhíssima eleição do capitão Bolsonaro para presidente, e a presidência agora parece estar nas mãos ideológicas da tal linha-dura, que considera que aquele que contrariar os Estados Unidos, mesmo se for a favor do progresso do Brasil como Geisel e Othon foram, não passam de um infames "comunistas", seja lá o que isso represente no imaginário delirante deste ódio muito bem aproveitado pelos piratas internacionais e pelos verdadeiros inimigos do país.
Deveria haver mais seriedade por parte de quem foi eleito, de seus apoiadores e daqueles que se dizem brasileiros nacionalistas e que estão, todos, brincando com o povo, seja com aqueles que os elegeram, seja com aqueles que votaram contra, ou com aqueles (quase a maioria) que, por desinteresse, falta de esperança ou impossibilidade votaram nulo, em branco ou se abstiveram. O governo nem tomou posse e o que se vê é uma briga diária entre setores militares pelo poder, entre o eleito e seus assessores atuais e futuros, uma opinião hoje e outra amanhã pelo mesmo tema, e o povo à margem de tudo. Foi para isso que alijaram Lula da disputa? Foi para isso que o vencedor fugiu dos debates? A única certeza que se percebe é que o Brasil está indo ladeira abaixo o que é tão ao gosto de quem não gosta do país e somente tem olhos para o seu interesse privado e para o exterior.
Meu único consolo é que não vai demorar muito para ficar claro o resultado desse conluio golpista civil/militar de baixo nível. Os militares e civis que comandaram o golpe em 64 ao menos tinham projetos de desenvolvimento para o País, eram toscos mas não estúpidos (a maioria era também estúpida mas essa não estava no comando). Os atuais vão nos jogar no abismo em seis meses depois de tomarem posse das respectivas canetas.
“Pelas suas próprias palavras (do general), eles já voltaram ao comando do país antes mesmo da vitória do capitão, quando o comandante do Exército intimou o Supremo Tribunal Federal a negar o habeas corpus a Lula, mantendo-o preso para não disputar a eleição”-Ricardo Kotscho
Estes "militares brasileiros" ja até preparam a vaselina,aplicaram-na e estão somente na posição adequada,esperando o cliente do norte.Bando de vagabas.
Da voz do próprio comandante vem a público agora, meses depois, o péssimo exemplo dado aos seus iguais e subordinados. Ao pressionar explicitamente o Supremo Tribunal Federal em abril deste ano via twitter para não libertar Lula e assumir que calculou intervir, Villas Bôas descumpriu o decreto 4.346, de 2002, que proíbe aos militares brasileiros envolver-se em assuntos políticos. De quebra, o general descumpriu também o próprio Regulamento Disciplinar do Exército que classifica manifestação política como transgressão disciplinar.(PÁTRIA LATINA)
Brito, por favor avise a jornalista da Folha de São Paulo - que desvendou os disparos de fakes news pelos empresários em prol de bolsonaro - que há mais uma 'coincidencia' entre Trump e Bolsonaro. Ou seja, antes de sua eleição Trump afirmou que a votação de 2016 seria fraudada. Leia no The Washington Post a matéria: ' Judge delays certification of Geórgia results, citing concerns over'.
Complementando comentário anterior: o título completo da matéria do Washington Post que mencionei é: Judge delays certificaton of Geórgia results, citing concerns over provisional ballots.
Não julgaram, nem condenaram os torturadores. A desmoralização virá desta maneira. Ainda tarde que nunca!
Pior é terem ciência( os militares) do nefasto esquema WhatsAppDisney, aonde o eleitor incauto votou por ¨figurinhas-cacarecos¨.
Os almirantes e brigadeiros também vão querer um posto correlato ao de marechal. Como se chamariam? Grand Admiral? Brigadeiro Mor?
poder Neo-Moderador ? (ironia...anos de neo-monarquia...Canudos(?) gurra do Paraguai ? não Venezuela...