Nassif alerta que as empresas que patrocinam Marina, em especial o Itaú, podem ter danos de imagem quando começarem a sofrer ataques severos por parte daqueles que vêem a candidatura Marina como um adversário a ser derrubado.
“Trata-se de uma das mais ousadas e arriscadas experiências de marketing: o investimento pesado no sentido de rede, provocando um imbricamento entre a imagem das empresas e de uma candidatura política.”
Itaú, Natura e Marina, com a mesma imagem
sex, 25/10/2013 – 07:15 – Atualizado em 25/10/2013 – 22:19
Luis Nassif, em seu blog
Recentemente, a Natura lançou campanha enaltecendo suas consultoras. No anúncio, realçava a palavra “rede” e a consultora apresentada tinha semelhança física com Marina Silva.
Esta semana, o Itaú mudou o nome da Redecard – sua operadora de cartão de crédito – para apenas Rede. “Rede remete à tecnologia, agilidade e modernidade ao mesmo tempo que cria para a marca uma personalidade jovem e conectada. Uma Rede que conecta pessoas e empresas, mudando a experiência de consumo”, explicou o release do banco.
O site da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, apregoa: “Rede é participação e acesso, é conexão entre pessoas. Com o registro da #Rede, começam processos inovadores de participação cidadã. Conecte-se”.
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Não por coincidência, Itaú e Natura estão entre os principais apoiadores da candidatura Marina Silva.
Trata-se de uma das mais ousadas e arriscadas experiências de marketing: o investimento pesado no sentido de rede, provocando um imbricamento entre a imagem das empresas e de uma candidatura política.
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Historicamente, poucos banqueiros ousaram participar diretamente do jogo político. E nenhum arriscou a misturar imagens de forma tão ostensiva.
Nos anos 50, Roxo Loureiro, um banqueiro ousado que praticamente inaugurou a poupança e o sistema de agências descentralizadas, entrou na política. Gastou mais do que podia. E foi fuzilado por uma declaração impensada de Octávio Gouvêa de Bulhões, que provocou uma corrida contra seu banco. Aliás, seu principal executivo era Otávio Frias, que, anos depois, se tornaria o proprietário da Folha.
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Ainda nos anos 50, o banqueiro Walther Moreira Salles tinha tudo para ser o governador de Minas Gerais. Conseguira o impossível: o apoio tanto do PSD quanto da UDN. Recusou para não colocar o banco em risco.
Nos anos 70 foi a vez de Olavo Setúbal, do Itaú. Apesar da solidez, o Itaú tornou-se vítima de boatos que chegaram a provocar corridas em algumas praças importantes, como a de Campinas. Setúbal manteve a carreira pública, mas sem arriscar a disputar eleições.
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Na história do país, apenas o ex-governador de Minas Magalhães Pinto conseguiu fazer carreira política e bancária. Seu banco quebrou anos depois, mas sem ter sido prejudicado pela política.
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Apostar em políticos é estratégia de marketing tão arriscada quanto apostar em boxeadores: basta um nocaute para liquidar com qualquer campanha; basta uma denúncia, uma derrota acachapante, uma reversão de imagem para respingar no patrocinador. Basta derrotar os adversários para ter contra si todos seus eleitores.
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Não apenas isso. Especialmente em períodos eleitorais, a radicalização política não poupa gregos, troianos e egípcios, ainda mais nesses tempos de redes sociais. É uma mistura que poderá colocar contra o banco os eleitores do PT, do PMDB e Minas Gerais inteira.
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As duas empresas têm a seu favor o fato de serem inquestionavelmente sólidas e bem administradas. No caso da Natura, há uma ampla identificação com o ecoliberalismo de Marina Silva. No caso do Itaú, o foco em um público urbano moderno, mesmo alvo do partido de Marina.
Mas, se vivo fosse, Olavo Setúbal certamente não teria permitido essa aventura.
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Isto é verdade?
se o itau e a natura estão com a marina , talvez tenha chegado a hora de trocarmos de banco e perfume.os bancos estatais , o boticario e outras boas marcas estão aí.
E ela quer enterrar a velha república ! A piada do ano!
Aí está!
Dona Marina não é nada menos do que a candidata à presidência pela coligação ITAU-NATURA-CIA.
Certa vez o ACM Neto teve a honestidade de expressar que a extrema direita, digo, a poderosa, inútil para a nação e seu povo, egoista e espoliadora Casa Grande teriam de encontrar um rosto carismático e altamente popular para voltarem ao poder com a capacidade de desfazer todas as conquistas sociais e venderem o que sobrou do patrimônio público. Aí está a Dona Marina, a carismática nulidade que, caso eleita, atenderá às exigências nefastas contra a nossa soberania vindas de fora via ONGs estrangeiras e espertalhões como os desta NATURA, que segundo se diz não honra direitos trabalhistas.
Enquanto existirem caras de santinho entre os pobres carismáticos, a BIG HOUSE se perpetuará no Brasil. Todos sabemos que o país detém apenas 10% da potência elétrica instalada nos EUA e que a energia elétrica gerada é diretamente proporcional ao desenvolvimento de uma nação. Também é claro e meridiano aue os EUA não querem concorrência no seu "quintal". Mas a manipulável e ressentida Marina vende a alma a banqueiros espoliadores, cobradores de altas taxas de usura que se rebelaram contra a queda de juros promovida no atual governo e que não investem um centavo em produção mas que financiam candidatos ao Congresso visando editar leis que lhes permitam tomar até as residências das famílias inadimplentes. Cobram juros de até 400% ao ano, os sacanas aos quais Dona Marina, a nulidade carismática se aliou para enganar milhões de eleitores com promessas vazias ou falsas. Tanto a Dona Marina, a nulidade que poderá assumir o Planalto, para o retrocesso do Brasil, como também Tio SAM, são contrários ao investimento nosso em desenvolvimento via geração hidroelétrica, justamente aquela mais barata e limpa energia para a qual dispomos do maior potencial do mundo. Tio SAM não nos quer ver desenvolvidos e soberanos, mas escravos deles. Também a inócua, incompetente, arrogante e perversa BIG HOUSE tupininquim não quer que o povo se liberte do cativeiro.
Dona Marina será uma catástrofe disfarçada, porém anunciada.
Uma vez eleita a NSA do Snowden não necessitará de espiões, pois nomeará os ministros de estado.
Vou fechar minha conta no Itaú, não quero que meu dinheiro sirva para que se faça politica. Investimento é apartidário, portanto eles que fiquem com Marina que eu migrarei para outro Banco.
Dê preferência ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, instituições controladas pelo Estado brasileiro, que dão lucros aos cofres públicos, e que cumpriram papel fundamental em 2009 para evitar que o Brasil mergulhasse na crise junto com os países ricos.
Só tenho conta no BB e na Caixa, me orgulho disso, e continuarei recomendando a todos que sigam o meu exemplo. E que se dane quem achar ruim. Tenho todo o direito de me expressar, e de recomendar às pessoas que fechem suas contas no Itaú e no Bradesco, e transfiram todo seu dinheiro para Banco do Brasil e Caixa.
Temos que espalhar pelas redes (epa!) sociais e seja lá por onde for uma campanha "Feche sua conta no Itaú e pare de comprar Natura."
Será uma das piores estratégicas já usadas, ambas por duas empresas respeitadas e vista com bons olhos por toda uma sociedade que ainda vê na politica a forma mais consciente e de livre escolha, sem a participação capitalista de banqueiros no processo eleitoral. Aguardem e vejam depois as consequências drásticas disso !!
Vou aguardar pra vê qual a atitude da Justiça Eleitoral, diante de uma campanha promocional do Banco Itaú e sua Rede, num ano eleitoral em que participa da eleição um partido com o mesmo nome do seu produto e que tem um dos seus donos, como ativo participante.
Ingenuidade é alguém acreditar que um Banco investe bilhões em uma candidatura a Presidência de um país, sem nenhum interesse próprio. Tenham certeza que a conta virá na conta dos seus clientes e, de rebarba, na conta de cada um dos brasileiros. Quem viver, verá.
Excelente, obrigada, aguardamos mapas e investimentos destas outras obras comentadas pelo Cludio Oji, para divulgar.