Eu tenho visto, não sem certa impaciência, o quanto os setores progressistas se perdem em discussões secundárias quando o povo, bem na sua frente, vem mostrando aquilo que deseja: manter seus direitos, recuperar algum grau de prosperidade, ter seu país governado por gente capaz e politicamente sólida o suficiente para este desafio.
O Datafolha abriu hoje os dados estratificados da pesquisa de intenção de voto e coloquei aí em cima os dois gráficos dos cenários, hoje, mais reais da disputa. Nem o Datafolha, nem eu, nem ninguém pode prever, claro, o que vem à frente, mas todos podemos pensar a realidade a partir de como ela se apresente e a tendência que ela assume.
E é evidente que se está assistindo um consistente crescimento – ou melhor, retomada – da opção por Lula para enfrentar aquilo que descrevi no primeiro parágrafo. E, em ângulo igual e investido, o enfraquecimento de seus prováveis competidores num processo eleitoral.
Digo que é consistente e é assim que a análise técnica do prórpio Datafolha diz que é:
Lula ganhou pontos em todos os segmentos da população. Entre os mais escolarizados, por exemplo, em que ele aparecia com 13% em julho, numericamente abaixo de Marina (18%) e no mesmo patamar de Aécio (12%) e Bolsonaro (13%), o petista agora fica com 17%, numericamente acima de Marina (13%), Bolsonaro (13%) e Aécio (11%). A vantagem do petista é maior em segmentos como o dos mais pobres (30%, ante 15% de Marina e 12% de Aécio), menos escolarizados (34%, e na sequência aparecem Marina, com 13%, e Aécio, 10%) e moradores da região Nordeste (41%, ante 14% de Marina e 10% de Aécio). Essa dinâmica na preferência pelo petista se estende aos demais cenários, com outros adversários na disputa.
Se o que julga ser o racional – embora moldado pela mídia – vai se restabelecendo lentamente, após uma avalanche de traumas que vivemos, no povão, onde o instinto de sobrevivência fala bem mais alto, ele já está falando.
Se irá, numa eleição que nem temos certeza estar garantida, vencer, é outra coisa. Vencer, para o povo é eventual, mas é tão diferente o que esta vitória traz que só por golpes elas t~em sido revertidas.
A perseguição a Lula, que – claro – não vai parar, já passa a ser percebida como algo deliberado e enfadonho e, como se observa nos gráficos, desde que começou a ser indiciado por tudo e qualquer coisa, o efeito foi o inverso de enfraquecê-lo.
E vai cada vez mais ter este sentido, porque na compreensão simples e verdadeira no povão, Lula se associa cada vez mais com um período de estabilidade, prosperidade, conquistas.
Não chega a ser inédito para quem observa nossa trajetória histórica, para embrulho no estômago dos pretensiosos e elitistas.
Como de outra vez, a memória tem uma força irresistível.
Não pense que este é um quadro a ser comemorado, porque , em tese, o que viria pela frente seria mais “puro”, mais “santificado”, menos “junto e misturado” do que antes.
Não. Um processo de retomada democrática do Brasil, para ser viável terá de aceitar muitas companhia às quais, em outras circunstâncias, nós torceríamos o nariz. A quem não quer isso, recomendo a leitura do excelente artigo do professor Igor Fuser, publicado ontem.
No caminho desta possível retomada, está o retrocesso.
A ferocidade que se espalhou nas corporações é um inimigo muito mais terrível que a corrompida parcela da política convencional, com seu adesismo na alta e sua traição na baixa. Ela é como a classe média e como aquela bolinha de ar do nível dos pedreiros, procura quem está por cima. Já os ferozes, não, eles usam e abusam dos poderes que têm para destruir.
Mas um povo tem justamente nisso, na sobrevivência, uma imensa força atávica. E la, cedo ou tarde, brota ou rebrota sempre.
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Esta parcela que está voltando para Lula, daqui em diante, apenas confirma e consolida a base dele. A cada noticia tentando incriminá-lo, confirma-se a perseguição.
A gota d'agua foi a atitude do STF manter Renan. Hoje é possível perceber que a atitude de Marco Aurélio foi uma injeção de contraste no Supremo. Marco Aurélio, me parece propositalmente, provou que houve um golpe.
Quem volta para Lula, volta com um olhar mil vezes mais critico.
Concordo.
Foi um sinal de moralidade que talvez resta a alguém daquela côrte. Escancara se o golpe e deixa a mecê do julgamento da sociedade que foi iludida pela falsa promessa de caça às bruxas mas que também se torna mais crítica e consegue perceber as entranhas do lado podre que consegue reunir STF, Mídia, MP, Judiciário e Partidos elitistas que defende exclusivamente seus interesses, não interesses do POVO.
Realmente não entendo as pessoas da esquerda aborrecidas com os desmandos da direita:
Eles estão fazendo campanha para nós!
PS. E não há qualquer possibilidade de dizer que a esquerda está "sabotando" ou torcendo pelo "quanto pior melhor".
PS 2. Só espero que a esquerda afinal entenda que os poderes são três: o executivo é nosso, o campo de disputa é o legislativo ou o judiciário...
PS 3. precisamos de deputados de senadores ou desses meninos que Lula colocou para estudar Direito. Só.
PAULA LINS......TETEINHA, COXINHA..... VAMOS OXIGENAR SUA ME
NTINHA....
Existem ainda setores lúcidos no empresariado para que haja um acordo? As portas na cara que levaram de Meirelles, dos procuradores-talebans e de Moro fizeram com que recuperassem a lucidez? Onde está o Instituto Ethos? Vão abraçar uma provável última saída pactuada no Brasil ou vão ter que enfrentar um governo de transição para o socialismo, único caminho viável até para os sociais-democratas petistas caso a distopia de Moro/EUA/PGR vença, no campo das elites, a disposição para o diálogo? Nós, do povo, deveríamos estudar os clássicos de estratégia militar pois creio que teremos que fazer aplicação prática deles quando a guerra civil estourar, que é, na minha opinião, o cenário mais provável quando a transformação do Brasil em um Grande Haiti ficar mais delineada.
Ô Brito, mostra a última tacada de mestre do Noblat. Tão genial que merece ser perpetuada para todo o sempre na história
O jornal nacional voltou a ser a coisa mais nojenta do mundo. Montaram uma reportagem-tramóia contra o Lula de 30 minutos, com nada de provas ou de acusação séria. Enquanto rodava a tramoia contra Lula, óbvia reação golpista à subida de Lula nas pesquisas, tufos de dinheiro rolavam de um encanamento enferrujado, sugerindo que tudo era corrupção de verdade. Antes disso, outra meia hora mostrou Temer todo garboso como o herói que salvou o Brasil, com a vitória da PEC da Morte no Senado. Alvíssaras, o Brasil está salvo, foi o disseram três economistas escolhidos a dedo pela Globo. No meio disso tudo, o JN mostrou uma grande reportagem ilustrativa sobre a Delação Premiada, sem ligá-la a seus questionamentos. Ainda bem que ao fim entrevistou um procurador que adiantou que a delação não pode ser anulada por vazamento, só por falsidade de testemunho.
Então Lula é a solução? Own... Onde estava a minha fé que eu não tinha enxergado isso ainda?
O povão, em sua maioria, já percebeu q o golpe FOI GOLPE!
Só ainda não o perceberam, alguns imbecis coxinhas de classe mérdia, e os canalhas q devem estar ganhando algo para apoiar esse governo moribundo, alguns dos quais frequentam esse blog.
Perfeito FB, gostei do tom e da firmeza do teu texto. Vamos todos lutar e de forma inteligente encontrar saidas democraticas juntos e unidos. Tb sinto que as mentiras estão se esgotando e cada vez mais so' histericos mesmo continuam com seus discursos alucinados; essa demencia coletiva perde seu impeto e tb espero que os verdadeiros progressistas nao percam mais tempo !!!