O artigo de Luciano Martins (escrito para o programa de rádio), no Observatório da Imprensa, está muito bom. Destaco um trecho:
Ao ver desmentidas pelos números suas próprias adivinhações, a imprensa usa o contorcionismo das metáforas para dizer que, agora, as expectativas catastrofistas não têm sentido. Ora, mas quem foi que criou essas expectativas, se não a própria imprensa, ao dar abrigo e destaque para as piores previsões disponíveis?
Martins também faz um alerta: o pessimismo é, por si só, um fator recessivo, porque visa desestimular investimentos:
No amplo espectro das causas que compõem os fenômenos complexos, não se pode descartar o efeito do pessimismo da imprensa sobre escolhas de empresários e executivos mais conservadores.
Leia a íntegra:
O inexorável peso dos fatos
Por Luciano Martins Costa em 28/02/2014 na edição 787
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 28/2/2014
É manchete nos principais jornais de sexta-feira (28/2) o resultado da economia brasileira no ano de 2013. O tom de espanto domina os títulos das reportagens e das análises dos economistas credenciados pela imprensa. O Produto Interno Bruto cresceu 2,3%, contrariando o canto fúnebre entoado incessantemente pela mídia tradicional até o dia anterior. O discurso muda subitamente: agora, diz-se que “uma surpresa favorável estancou a piora das expectativas”.
As edições da véspera de carnaval devem ser guardadas pelos analistas da comunicação jornalística como um caso a ser estudado em futuras pesquisas. Trata-se da mais deslavada demonstração de irresponsabilidade, para não dizer manipulação criminosa, no exercício dessa que já foi considerada uma atividade luminar da vida moderna.
Ao ver desmentidas pelos números suas próprias adivinhações, a imprensa usa o contorcionismo das metáforas para dizer que, agora, as expectativas catastrofistas não têm sentido. Ora, mas quem foi que criou essas expectativas, se não a própria imprensa, ao dar abrigo e destaque para as piores previsões disponíveis?
Com exceção de uma minoria de especialistas, que passaram as últimas semanas fazendo penosos malabarismos verbais para não cair na corrente do apocalipse, o conteúdo dos jornais tem induzido os operadores da economia a um estado mental depressivo, que afeta principalmente o setor industrial, mais suscetível ao clima de pessimismo. Alguns textos acusam o governo atual de haver insuflado no mercado um otimismo exagerado, há três anos, ao projetar taxas de crescimento anuais em torno de 4%.
Acontece que, desde então, a imprensa tem trabalhado no sentido contrário, produzindo um clima que induz a estratégias cautelosas por parte dos investidores. Ainda assim, note-se, o nível de investimento cresceu 6,3% em 2013, a maior alta desde 2010. O gráfico apresentado pelo Estado de S. Paulo anota, timidamente, que os investimentos devem crescer mais em 2014, impulsionados pelas obras da Copa do Mundo.
Manipulação e malabarismo
No amplo espectro das causas que compõem os fenômenos complexos, não se pode descartar o efeito do pessimismo da imprensa sobre escolhas de empresários e executivos mais conservadores. Observe-se que, progressivamente, a predominância de opiniões negativas sobre a economia brasileira se tornou tão hegemônica que alguns autores passaram a usar e abusar de figuras de linguagem para se dirigir a seus leitores, abrindo mão do vocabulário econômico específico.
Interessante notar também que um dos destaques das edições de sexta-feira (28) é a frase de uma jovem economista muito apreciada pelos jornais, que costuma usar referências literárias para ilustrar suas análises. Em declaração no Estado de S. Paulo, ela afirma que o desempenho do PIB “vai gerar um choque de realidade sobre a economia do País. O pessimismo não se traduz em recessão ou queda do PIB”, observou. O leitor atento vai pesquisar suas manifestações anteriores e constata que a economista tem sido uma das mais agressivas ativistas do pessimismo, useira contumaz de ironias.
Note-se também que, mesmo diante da realidade que contraria tudo que vinha publicando, a imprensa se esforça para diminuir o impacto dos fatos sobre suas previsões alarmistas. Numa página inteira em que analisa sinais de mudança no modelo brasileiro de crescimento, a Folha de S. Paulo apresenta na edição de sexta-feira um ranking das economias que mais cresceram, lançando mão de um artifício primário para minimizar a importância do desempenho do Brasil: em dezembro, quando noticiaram estudos sobre mudanças na economia dos Estados Unidos, os jornais dividiram os países em dois blocos – os mais vulneráveis e os menos vulneráveis.
E qual o critério adotado agora pela Folha, para classificar o desempenho dessas mesmas economias em 2013? Divide os países em três blocos, colocando o Brasil no bloco intermediário.
Se optasse pelo mesmo critério usado para destacar a análise pessimista, o jornal teria feito um quadro com dois blocos, e o Brasil seria apresentado entre os quatro países que mais cresceram, junto com China, Indonésia e Coréia do Sul.
São manobras como essa, inspiradas claramente num viés ideológico e no interesse político, que afetam a credibilidade da imprensa.
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Miguel/Luciano. É impressionante como amigos meus que outrora eram comedidos em comentarios(principalmente os economicos), agora o fazem, tambem, como marionetes destes inumeros jornalistas-que se acham economistas. Aí, se pergunto o que tanto os fazem furiosos com a governabilidade da Dilma e tambem de Lula, nao sabem o que dizer. Nao conhecem e nao enxergam-e tambem nao tem a menor vontade disso-um palmo à frente do nariz. ALIENÇÃO TOTAL. Adoram chamar o governo de "porco"; "que só sabe cobrar impostos" ; de "roubar"; de "dar dinheiro prá pobre ficar em casa comendo às suas custas com os bolsas familias e outras" de "um governo que pregava uma coisa antes de entrar e agora está fazendo pior"... Enfim, um discurso que é tipico de gente que se enquadra naquele que sempre é comentado por aqui do "Quanto pior melhor". Esses caras, assim como essa imprensa hipertendenciosa, são muito perigosos, pois alienam também quem está à margem disso. Ou seja, falou do PT tudo é ruim para eles....São muito amigos meus, mas sinceramente....Já pedi para lerem os artigos aqui do tijolaco/ocafezinho entre outros, e eles falam: "Ah, são todos petistas tambem". Como diz aquele ceguinho-Geraldo Mageka: Émuidificil...
Veja o quanto a imprensa conservadora é nociva ao nosso Brasil. Torce o tempo todo para nada dar certo. Torce contra o Governo e a Economia, contra a economia justamente para enfraquecer o governo. Sequer lembra que existe um povo que espera ávido para que o Brasil continue acertando e melhorando a qualidade de vida de TODOS. Por isso, os produtos do PIG, da minha parte, ganham a lata do lixo.
A geopolítica do PIG, se traduz em SOMENTE QUERER DESARTICULAR O GOVERNO BRASILEIRO. O Brasil está correto com o Mercosul, mas... o fundamental que a nação americana e a europa notaram é com relação ao BRICS, por gentileza procure estimular uma estudo em termos globais o mercado que significa o BRICS em população, em perspectivas, os blocos subjacentes estão em polvorosa com este bloco que detém a maior parte da população mundial, podem reter a grande fatia do comércio entre si e internacional.
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