O plano de investimentos em logística anunciado agora há pouco pelo Governo Federal só surpreendeu pelo valor estimado, quase 20% maior do que o esperado: quase R$ 200 bilhões.
Claro que, como todo investimento de infraestrutura, não é como vender bananas e depende de tempo de maturação.
Salvo exceções – e em geral associadas a obras de expansão – mantém a diferença com o programa de privatização dos anos 90: não haverá venda do que já existe, simplesmente, mas investir.
Ou seja, não a simples alienação de patrimônio, mas a criação de riqueza.
É claro terão alguma demora no cumprimento da legislação e o efetivo início da implantação, mas abrem perspectivas de melhor funcionamento de nossa economia, embora não tenha o poder de, por si, mudar o modelo.
Trata-se, basicamente, da elevação da competitividade dos produtos de exportação – mineral e agrícola – e da estrutura de transporte, de carga e pessoas, o caso das estradas e dos aeroportos.
Uma necessidade óbvia, quando se vê que dobraram, ou mais que isso, a produção de grãos, o número de veículos e o de passageiros da aviação.
Os gargalos, dos quais tanto reclamam os empresários, estão prontos para ser abertos, desde que se queira investir.
Novidade, mesmo, só no modelo de financiamento, menos dependente do BNDES – sobretudo nas ferrovias, que são quase 50% do plano e têm retorno mais lentos – mais o que é a incógnita maior: haverá dinheiro privado para participar destes investimentos?
Haverá, porque são rentáveis, e muito e há interesse, sobretudo de investidores estrangeiros, em aplicações de longo prazo. Sobretudo se associado com recursos de realização de lucro mais veloz em venda de equipamentos e serviços, o que deve ser motivo de cuidados complementares, nos quais o saldo possível de financiamento público deve ser, aí sim, empregado sem ressalvas.
É essencial que não se deixe de aproveitar a oportunidade para gerar mais que empregos na construção pesada – o que é vital, sobretudo agora – mas para a recuperação da indústria e a implantação de plantas de equipamentos e a malha de serviços que um investimento desta ordem permite.
É aí que se transmite para a sociedade a geração de riqueza que o investimento em infraestrutura proporciona.
São os dois, juntos, que criam desenvolvimento com esta coisa que parece demodé: justiça social. O que é a única forma de ser sustentado, porque sem consumo a riqueza é mesquinhez e só com consumo não se produz futuro.
É coisa que qualquer família sabe, de tão simples.
Mas há algo que o plano de investimentos faz, de imediato, muito antes das obras serem iniciadas e muito antes de funcionarem.
Pode ser o primeiro sinal, apesar do que a imprensa fará, uma virada de página no clima de pessimismo econômico com que soterraram o Brasil.
Porque o Brasil não tem saída senão crescer e os saudosistas do Brasil “pequeno e servil” não podem nada contra a realidade de sermos um país fadado a ter um destino próprio e não ser uma colônia financeira.
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Terminou o post com chave de ouro!
Postura ativa e altiva!
Disse tudo.
Agora vamos ter os catastrofistas do PIG, a Globo à testa, dia e noite a malharem o plano e a lançarem a desconfiança nos possíveis investidores aliados.
Tudo o que se faz para tornar este pais do tamanho da sua real dimensão encontra na Globo feroz oposição. Parece coisa de quem não quer concorrente, como o imperialismo conservador, que tem na imprensa venal sua melhor quinta coluna.
REVOLTADO. Francamente, em que pese toda admiraçao que tenho por vc e pelo blog (tenho lido materias de alto nivel aqui), pois sou leitor assíduo do msm(embora quase nao comente) mas nao consigo ver com os mesmos olhos esse posicionamento de ACEITAÇAO a quase tudo o que o governo faz.
Primeiro pq nao tenho compromisso com o governo. Ele é quem tem compromisso comigo, posto que dei a ele um voto de confiança.
E segundo, que nao posso usar 2 pesos e 2 medidas. O q nao concordo em relaçao a um, tb nao concordo em relaçao a outro. Nao adianta dizer q se trata APENAS de concessões. Sabe quando isso vai voltar a ser como era??? NUNCA!!! Dp q o privado poe a mão em cima.... pra pegar de volta.... eu preciso ver pra crer.
O modus operandi, nesse caso, do FHC com a Dilma só diferencia por ser uma forma mais branda... no fim, o mal é praticamente o mesmo.
A fatura, vamos pagar dobrado a conta (em muitos casos isso já acontece). Se quisermos ter melhoria, vamos ter q pagar mais do que ja pagamos. Quem vai lucrar msm sao as empresas.
J. Fernanades
Aracati-CE
Fernandes, por mim, ideologicamente, seria tudo estatal. Também acho que esse seria o ideal, sobretudo se melhorarmos as regras que permitam ao estatal romper certas barreiras burocráticas que, pessoalmente, por experiencia própria,sei que atrapalham a agilidade administrativa. Mas não sou avesso, totalmente, ao financiamento privado e nem mesmo ao estrangeiro. Fizemos boa parte da CSN com dinheiro americano e nem por isso ela deixou de ser um marco no nosso desenvolvimento. Compromisso com o governo, só tenho os cívicos. Este blog - infelizmente, digo - nunca teve apoio oficial. Certíssimo, porque não têm a obrigação de anunciar em sites de esquerda, se não anunciassem fartamente nos de direita, em proporção muito maior do que mesmo o pouco que colocam nas publicações progressistas. E nem mesmo o privado, concorrencialmente, podemos ter, pois as empresas não querem, amanhã, ser associadas. Mas isso não me faz desistir, embora, eu confesso, tenha vontade de cuidar de mim .Mas eu amo meu país, como você - vê-se - também ama e quero ver ele se desenvolver. Não fizemos uma revolução, somos prisioneiros das regras que nos impuseram e, cá entre nós, é hercúleo ter feito este país menos injusto e mais vigoroso economicamente. É pouco? É. Mas caminhamos, Obrigado por seus elogios, espero continuar honrando seu julgamento e sendo como sou - ou tento sempre ser - sincero com o que digo.
A parte o meu desabafo, quero reiterar minha assiduidade no blog, acompanhando cada publicaçao e admiraçao que tenho pelo trabalho que vc faz. Nem sei o que seria do País nao fosse esse trabalho de formiguinha dos blogs SUJOS.
Abraço fraterno.
Faço minhas as suas palavras, devemos muito, muitíssimo a Fernando Brito. Creio que devemos criar uma sociedade anônima fechada para investir pesadamente em criar nossa própria mídia, com espaço especial para esse companheiro. Brito, vamos crescer essa empresa, acolher milhares de militantes como sócios.
Deixemos o PIG de lado e vamos ser felizes, hoje às 19h30 temos futebol de verdade na TV Brasil, a estréia da Seleção Brasileira de Futebol Feminino na Copa do Mundo. Aqui no trabalho ninguém mais comenta sobre futebol que passa na plim-plim, ou seja, o que ela leva ao ar tem cada vez menos espectadores, não demora muito para bater as botas e passarmos a ter naturalmente uma mídia mais qualificada. Na minha casa só entra TV Brasil, NBR e TV Escola, as vezes TV Câmara, TV Senado e Record.
Aqui em casa também, Itamar. Arte 1 e Curta. Vamos ser felizes.
Em casa também
A mídia inimiga do povo brasileiro já não tem sangue. Sangrou tanto que está secando e com um odor insuportável. Não mete mais medo. A inveja dela é a nossa felicidade. O Brasil gigante, de 200 milhões de pessoas conscientes e felizes tem espetacular mercado de telespectadores a ser explorado por quem pratica jornalismo sério. Somente pessoas incultas, sem ideário político e, massa de manobra, ainda lhes dão ouvidos. É o apocalipse PIGal. Já não repercutem. Lula/18.
Um coisa eram venderem o Brasil para empresário que não tinha amor, só queria ganhar dinheiro, e agora só para os que querem apenas gastar com o Brasil e até ter prejuízo
Não entendi coisa alguma do que escreveu.
Muito bem, muito bom..
O Governo deu um PIL no PIG.
Hoje na hora do almoço ouvi o que o Governo Federal tem a oferecer em infraestrutura pela NBR.
O PIG não li, nem ouvi, muito menos assisti, mas não deve ter gostado.
Enfim, os cães ladram, e a caravana passa.