Palco para bufões

Dois espetáculos patéticos estão em curso envolvendo parlamentares bolsonaristas.

Um, o protagonizado pelo brucutu Daniel Silveira, que se elegeu profanando a memória de Marielle Franco, faz teatro na Câmara para evitar a (re)colocação de uma tornozeleira eletrônica, depois da prisão que lhe havia sido determinada depois de, entre outras “pérolas”, ter prometido dar uma “surra com um gato morto” no ministro Edson Fachin, do STF.

Outro, o desde tal Gabriel Monteiro, protagoniza cenas “armadas” de enfrentamento onde simula ser ainda policial-justiceiro, abusos na exploração de crianças e uma série de abjeções que vão de estupro, exibições sexuais e filmagem de relações íntimas com menores.

Mais chocante, porém, é que a exposição na mídia e nas redes sociais fazem exatamente o que eles querem: levanta uma onda de apoio às suas atitudes que sugere que, na eleições de outubro, ambos colherão em votos o resultado destas ignomínias.

Isso deveria alertar que acha que está fazendo as denúncias contra estes sujeitos em nome da convivência civilizada de que está, de fato, ajudando a sustentar politicamente estas anomalias sórdidas.

Aqui, resolvi fugir das tentações de “cliques” que possam render estas boçalidades e apenas registro esta atitude. A mídia e o Judiciário, se são sinceramente contra isso, deveriam, sim, estar produzindo menos espalhafato e cobrando mais ação do Ministério Público.

Mas, infelizmente, parece que por lá também interessa mais fazer o jogo destes exibicionistas da estupidez.

 

Fernando Brito:
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