Panair: o assassinato de uma empresa

Postei aí do lado, via Blog do Mello, o documentário “Panair do Brasil”, de Marco Altberg, que relembra a história da companhia que, nos anos 50 e 60, era a grande estrela da viação brasileira internacional.

Referência de aviação para gerações de brasileiros, a Panair foi extinta em 1965, por ato do Governo Castello Branco, uma decisão que envolveu pesados interesses, entre eles os da Varig, que se beneficiou de algo que, décadas depois, seria semelhante à medida governamental que selou sua morte.

A Panair, que nasceu americana, mas foi progressivamente absorvida por empresários brasileiros, com o apoio do Governo Vargas até se tornar inteiramente brasileira, sob controle de um grupo liderado por Mario Wallace Simonsen (nada a ver com Mário Henrique Simonsen, ministro da ditadura), também dono da TV Excelsior, igualmente fechada pelo regime, quatro anos depois da Panair.

Este Wallace Simonsen era amigo e apoiador de João Goulart, o que lhe valeu o ódio dos golpistas de 64. Tanto que, no caso da Panair, o Supremo Tribunal Federal, 20 anos depois, acatou a tese de que a falência foi decretada fraudulentamente.

O assassinato da Panair, embora tenha sido o de uma empresa, acabou tirando um pedaçõ de vida de milhares de pessoas, que trabalhavam ou dependiam da sua atividade.

Um episódio, que, depois de anos de esquecimento, agora está sendo investigado pela Comissão da Verdade.

Assista ao documentário na seção de vídeos.

 

 

Fernando Brito:

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