Para entender melhor o que se passa na Crimeia

Ontem, corri o risco de escrever aqui sobre o fato da situação da Crimeia não pode ser simplificada, porque envolve minorias e maiorias populacionais, e uma longa história de agressões, internas e externas, naquela região, que implicaram em massacres de russos, de tártaros e de judeus.

Risco porque é complexo falar de algo tão distante. Mas necessário, quando se percebe que nossa mídia só trata superficialmente do assunto, como uma mera expansão imperial russa. Pode até ter algum componente disso, mas tem outros, muito mais significativos do ponto de vista daquela população.

Hoje, a Deutsche Welle, agência de notícias alemã, publicou uma ótima reportagem sobre isso, bastante equilibrada, onde se revela que a boa convivência da Crimeia com o governo ucraniano está abalada com as novas forças no poder no país.

Que levou, inclusive, à perda do reconhecimento do russo – falado pela maioria da população – como idioma regional, decisão do novo governo de Kiev que desagradou profundamente os descendentes de russos na república.

Mas, na reportagem, também, surge uma janela para uma solução pacífica e democrática: já havia um referendo sobre o status de conivência entre a Crimeia e a Ucrânia – à qual o país se associou, como república autônoma, há 20 anos.  Era no final de maio, foi antecipado para 30 de março.

É, se o bom-senso imperar, a maneira de resolver este impasse: as urnas,  não as armas.

Presença militar russa divide população da Crimeia

Mikhail BushuevDeutsche Welle)

Criticado internacionalmente, envio de tropas para a península do Mar Negro por Putin é visto com esperança por maioria russa. Outras etnias estão receosas, e também paira o temor de uma guerra.

O júbilo é grande, entre parte da população da Crimeia. Carreatas transportando a bandeira da Rússia, pessoas festejando nas ruas das cidades de Sevastopol e Simferopol, capital da República Autônoma. Elas comemoram a aprovação, pelo Parlamento russo, de um pedido do presidente Vladimir Putin para enviar tropas militares à península pertencente à Ucrânia.

O entusiasmo dos grupos de origem russa, que respondem por aproximadamente 60% da população da Crimeia, já havia sido despertado antes, com a antecipação de um referendo sobre o status da península do dia 25 de maio para 30 de março. Este poderá ser o primeiro passo para uma maior independência da península em relação à Ucrânia, culminando com sua separação total do país, ou até mesmo com uma anexação à Rússia.

Símbolo de bravura

Após o anúncio do envio de tropas russas, houve manifestações nas duas maiores cidades da Crimeia. Estima-se que mais de 5 mil pessoas se reuniram na maior praça de Sevastopol, a pouca distância dos edifícios da administração pública. “Rússia! Rússia!” era a palavra de ordem.

Muitos manifestantes traziam a fita de São George – um símbolo de bravura militar, sobretudo para os russos, e lembrança de sua vitória sobre os nazistas. Entre 1941 e 1942 ocorreu no porto de Sevastopol uma das batalhas mais difíceis na Segunda Guerra Mundial. Atualmente, é lá que a frota russa no Mar Negro se encontra estacionada.

A maioria dos manifestantes quer uma aproximação à Rússia. “Esta é nossa escolha. Por que a imprensa internacional não fala isso?”, questiona a escriturária Svetlana Konycheva. Ela se diz chocada com o fato de a imprensa ucraniana só informar sobre “medo e pânico entre as pessoas na Crimeia”. Contudo, se trata exatamente do contrário, garante.

Fitas de São George distribuídas entre pró-russos

Intolerância com novo governo em Kiev

Poucas vezes o clima na Crimeia esteve tão politizado. Nos cafés, mercados e ruas só se fala em política. Há pouco tempo, a situação era bem diferente. “Geralmente vivemos com bastante tranquilidade. Mesmo durante os protestos em Kiev, tudo esteve bem calmo por aqui, até o novo governo ucraniano alterar a lei do idioma”, conta Galina, proprietária de uma pequena loja. “Essa foi a gota d’água. De repente, 30 mil pessoas vieram para esta praça protestar”, lembra.

A maioria dos cidadãos de Sevastopol tem dificuldade em entender e aceitar a revolução em Kiev – embora sejam poucos os que viam no presidente deposto Viktor Yanukovytch um bom chefe de Estado. Mas os que assumiram agora o poder na Ucrânia assustam boa parte da população da Crimeia.

“Não queremos uma Maidan aqui”, mostra um cartaz, referindo-se à Praça da Independência de Kiev, foco dos protestos pró-europeus. Os russos que vivem em Sevastopol e Simferopol lutam, sobretudo, pelo direito de ter sua língua materna reconhecida como idioma regional. A lei nesse sentido fora aprovada sob Yanukovytch, mas o novo presidente interino, Oleksander Turchinov, vetou a decisão do Parlamento de suspender a lei do idioma.

A população de origem russa espera que a fraca economia da Crimeia possa ganhar novo impulso sob orientação do Kremlin. “Vivemos há mais de 20 anos sob regime da Ucrânia. E o que eles fizeram pela Crimeia? Temos uma dívida pública de 130 bilhões de dólares, que os meus netos precisarão quitar. E nossa economia está no chão”, critica o pintor Oleg Tanzüra, inspirado pelo que ele chama de “energia dos protestos”.

Manifestantes  participam de carreatas com bandeiras nacionais russas

 

Preocupações do outro lado

Mas muita gente na Crimeia não está feliz de que a crise na Ucrânia tenha chegado a este ponto; entre eles, alguns russos que vivem na península. Não são todos os que apoiam os últimos movimentos de Moscou. “Tenho medo de que isso vire uma guerra”, desabafa Pavel, um executivo de Simferopol.

Profundamente preocupada estão as minorias que vivem na península – entre eles os tártaros, que respondem por 15% da população, e os ucranianos, que somam 10%. “Estamos a apenas meio passo de uma catástrofe”, avalia Refat Tchubarov, presidente de uma importante associação de tártaros da Crimeia.

Sua etnia não tem boas lembranças da política do Kremlin. Na Segunda Guerra, o ditador soviético Josef Stalin mandou deportar os tártaros da Crimeia para a Ásia Central. Hoje, eles defendem que a integridade territorial da Ucrânia não seja ferida – por isso são contrários à separação da Crimeia. Tchubarov conclamou os cidadãos a não entrar em pânico e a manterem-se unidos. “Devemos manter tudo tranquilo”, afirmou o tártaro na televisão.

Para os ucranianos que vivem na península e que apoiaram integralmente a revolução em Kiev, o anúncio sobre a ocupação pela Rússia fez o mundo vir abaixo. “Estamos chocados”, afirma o coordenador do movimento Euromaidan Crimeia, Andrei Chekun: “Temos medo de protestar. Hoje, eu fui atacado na rua.”

Fernando Brito:

View Comments (13)

  • Enquanto isso aqui no ocidente continuamos um bloqueio criminoso contra Cuba e os iankes continuam no Oriente Médio!

    Vai entender a mídia internacional....

  • A Russia concedeu independência a Ucrânia usando a boa e velha técnica da divisão, que as potências européias usaram no oriente médio: dividir os povos em fronteiras artificiais.
    Com isso eles mantiveram a Ucrânia dentro da sua esfera de influência, cedendo a Criméia, território que naturalmente caberia na Rússia.
    Agora que eles perderam o controle sobre a Ucrânia, eles querem a Criméia de volta. E vão ter, nem que seja a força.
    A grande imprensa está criando uma Ucrânia militarmente poderosa, mas isto é ridículo.
    Recorrer ao conselho de segurança? com veto Russo? piada...
    E os americanos vão fazer o que? eles que não se metam, a Russia pode destruir o mundo umas 10 vezes se quiser.
    Alias, como os pobres americanos vão para o espaço sem as naves russas? A NASA só trabalha com satélites e robos exploratórios faz anos... acho que eles nem mesmo sabem mais como enviar um homem ao espaço. Isso é monopólio Russo.

  • Eu li em outra fonte que a população russa da Criméia é de 70%.
    Os Russos movem suas tropas para uma região que a eles foi cedida para uso militar. Eles já estão prevendo que os Ucranianos vão tentar massacrar o povo da Criméia.
    Só que o seguinte... Criméia se chama assim devido aos Cimérios, aquele povo de cavaleiros terríveis e bárbaros.
    Conan, o Bárbaro, era Cimério na ficção.
    Os ucranianos que se cuidem.

    • valeu, alex!
      a lembrança do cimério conan foi ótima... e quando a vida imita a arte, o destroço é feio. sai da frente!

  • A reação da Rússia na Ucrânia

    dom, 02/03/2014 - 09:22 - Atualizado em 02/03/2014 - 09:59 nassif

    Por JNS

    Eventos na Ucrânia entraram em rápida aceleração

    - "??????? ????? ?????????, ?? ?????? ????" é um ditado russo que diz:

    - "Os russos demoram para selar o cavalo, mas, depois que montam, andam depressa."

    Ao longo dos últimos dias, os eventos na Ucrânia entraram em rápida aceleração e houve vários eventos simultâneos. Em Kiev, os líderes da insurgência assumiram controle total do Parlamento e imediatamente aprovaram leis que revogam o status de língua oficial para o idioma russo.

    Os líderes políticos foram à Praça Maidan para obter a aprovação dos membros propostos para o novo governo. Exatamente como ordenou Victoria Nuland, a secretária-assistente de Estado dos EUA, Iatseniuk ficou com o cargo de primeiro-ministro.

    Na própria Praça Maidan, aparecem profundas diferenças entre partes, que agora se opõem entre elas, da multidão. O neonazista líder das "forças de segurança Maidan" e um dos fundadores do Partido Liberdade, Andrei Parubii, tornou-se chefe do Conselho de Segurança. O líder do Setor Direita (Pravy Sektor) neonazista, Dmitri Iarosh, é agora Delegado-chefe do Conselho de Segurança. O resto do novo governo é, na sua maioria, de apoiadores do ex-presidente Yushchenko, em outras palavras: leais agentes dos EUA.

    O novo regime dissolveu a polícia antitumultos e, assim, liquidou a última força que restava ainda capaz de manter a lei e a ordem nas regiões controladas pelos insurgentes. Agora reina a lei das gangues, nua e crua. A moeda está em queda livre. Iatseniuk diz que são necessários $35 bilhões imediatamente, para evitar um calote. A dívida total é de $170 bilhões.

    Nas áreas controladas pelo novo regime, estão acontecendo "expropriações" (roubos e assaltos) por toda a parte; a rua é governada pelos bandidos. Yanukovich foi retirado da Ucrânia por forças da segurança russas (mais sobre isso, adiante). O Parlamento do Tartaristão e o Congresso Mundial dos Tártaros apelaram aos tártaros da Crimeia, basicamente para parar à merda toda (disseram isso em termos mais polidos). Honra e glória, à sabedoria dessas duas organizações!

    Homens armados, não identificados, tomaram o prédio do Parlamento da Crimeia às 4h da madrugada, só para assegurar que, dessa vez, os membros eleitos daquele Parlamento pudessem entrar e reunir-se. Uma bandeira russa foi hasteada no topo do prédio do Parlamento. O governador de Carcóvia, Mikhail Dobkin, renunciou ao cargo, para concorrer à presidência da Ucrânia, nas eleições de 25 de maio.

    O Parlamento da Crimeia assumiu as funções do governo central e anunciou um referendo sobre o futuro da Crimeia, marcado para 25 de maio. O recém-eleito prefeito de Sebastopol reuniu-se com o Comandante-em-chefe da Frota do Mar Negro. Os dois declararam que não será tolerada nenhuma violência, seja de que tipo for.

    Novas milícias populares de defesa formaram-se na Criméia, com número estimado entre 5 mil e 15 mil membros, organizados em brigadas. Estão controlando todas as principais estradas e no momento estão filtrando o tráfego de quaisquer "visitantes" provenientes das áreas controladas pela insurgência. Membros importantes do Parlamento russo visitaram a Criméia para manifestar apoio à população local e reunir-se com parlamentares da Criméia.

    Na Rússia, as opiniões estão divididas sobre o que fazer. Vladimir Zhirinovksy e seu partido LDPR dizem que a Rússia deve ficar de fora e não dar um único rublo aos ucranianos. Os comunistas querem que a Rússia leve a questão ao Conselho de Segurança da ONU. O Partido "Só Rússia" (mais "moderado") está manifestando pleno apoio ao povo da Criméia e diz que a Rússia tem de intervir e ajudá-lo. Feitas as contas, a tomada do governo por neonazistas em Kiev parece estar despertando uma mistura de desgosto e fúria, que pressionará o Kremlin para que faça alguma coisa.

    Assim sendo... E o Kremlin? Parece que está usando uma estratégia de resposta em várias etapas, que serão colocadas em andamento, simultaneamente:
    Ao retirar Yanuk do país e permitir que se refugiasse na Rússia, o Kremlin deixou claro que o presidente legitimamente eleito da Ucrânia estará fisicamente disponível para desafiar qualquer e todas as decisões do novo governo, do Parlamento controlado pelos insurgentes e do governo nacionalista fascista. É evidente que Yanuk está politicamente morto, mas, em termos da legislação vigente, continua a ser extremamente poderoso e ator importante que tem de ser mantido vivo.

    O (agora ex-) governador da Carcóvia, Mikhail Dobkin, fez "discreta" viagem à Rússia e voltou com a decisão de renunciar ao cargo de governador, para concorrer à presidência.

    À primeira vista, a ideia de participar de eleições controladas pelos fascistas pode parecer estúpida, mas repense: em primeiro lugar, no caso totalmente improvável de uma eleição que seja pelo menos 50% decente, ele quase com certeza será eleito (a maioria dos ucranianos não apoia os fascistas).

    Segundo, se a eleição for "manipulada", Dobkin, candidato, poderá questioná-la.

    Terceiro, pelo simples fato de concorrer, ele pode forçar a imprensa controlada pelos fascistas (sobretudo a TV) a dar-lhe tempo de televisão para responder à propaganda nacionalista fascista. Assim, tudo considerado, é um movimento astucioso.

    Para a Criméia, assunto está resolvido: em maio, se tornará estado independente. Esse estado terá alternativas abertas e, se, por algum milagre inesperado e basicamente impossível, Dobkin for eleito presidente, a Criméia pode aceitar um ‘status quo ante’ [lat. ‘estado em que as coisas estavam antes’], mas com o claro entendimento de que aquele será um arranjo federativo do qual a Criméia poderá separar-se a qualquer momento. Se algum dos nacionalistas for "eleito", nesse caso a Criméia romperá todos seus laços com a Ucrânia e se unirá economicamente com a Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão e Armênia, como estado independente.

    A Rússia usará a força para defender a Crimeia se for necessário. A solução preferível é ajudar as autoridades locais a defenderem-se, elas mesmas, fornecendo, se necessário, fundos, armas, expertise, inteligência e etc.. Mas em praticamente todos os casos, nada disso será necessário, simplesmente porque tudo isso pode ser fornecido pela Frota do Mar Negro, com base ali mesmo. No máximo, os ucranianos nacionalistas podem mandar para lá as mercenários que já usaram em Kiev.

    Por outro lado, a Frota do Mar Negro pode mobilizar a 810ª Brigada Independente de Infantaria Naval, o 382º Batalhão Independente de Infantaria Naval e, até, o 102º Destacamento Independente Spetsnaz da Marinha [emblema, na imagem], o que significa algo entre 1.300-1.400 soldados de elite, todos eles oficiais super treinados, com longa experiência de combates, apoiados por artilharia, força aérea, blindados, etc.. A expectativa é que as autoridades locais e as forças policiais (inclusive os Berkut da polícia antitumulto local e as milícias populares de defesa) serão suficientes para conter qualquer "visitante" da insurgência que apareça por lá, sem precisar de qualquer ajuda da Frota do Mar Negro. Em resumo: a insurgência ucraniana jamais controlará a Criméia.

    Leste da Ucrânia

    É onde as coisas ficam muito mais nebulosas. O palpite é que o Kremlin está adotando uma atitude de "esperar para ver" em relação ao leste da Ucrânia, esperando pelo que aconteça num nível local. O princípio básico por trás da política do Kremlin é "só ajudamos os que se ajudem eles mesmos e façam por merecer nossa ajuda". A Criméia é exemplo perfeita dessa abordagem. Fato é que os nacionalistas têm forte presença em Carcóvia, Dniepropetrovsk ou Poltava. Assim sendo, o desenlace aí é muito mais difícil e delicado de antever.

    Aqui, a política correta é autoevidente: primeiro, deixar que ocorra a luta entre facções e eles passem a comandar a já arruinada economia real; eles que descubram até onde conseguem sobreviver movidos só a hinos nacionalistas e gritos de "??? ????? ?? ???????? - ??????? ??? ?????????" (Fora, judeus e russos, Ucrânia para os ucranianos). A União Europeia e os EUA que compareçam com os $35 bilhões para pagar por mais essa "revolução colorida" e evitar um calote; e, depois, eles que deem jeito de administrar esse novo regime "popular pró-ocidente".

    Então, quando o dinheiro deles acabar, é esperar que recorram ao Kremlin e peçam ajuda. Aí, basicamente, se tratará de "comprar a parte deles para tirá-los do negócio", item a item, fábrica a fábrica, político a político, oligarca a oligarca, região por região.

    A Rússia NADA deve aos nazistas odiadores de russos. E nada lhes dará gratuitamente. Os nacionalistas ucranianos tentarão retaliar, sobretudo com ataques aos gasodutos russos que atravessam a Ucrânia, mas essa estratégia inviável, ferirá, em primeiro lugar e mais fundo, a Europa; e, afinal, a Rússia construirá dois gasodutos que não estão projetados passar pela Ucrânia. Eventualmente, a Ucrânia acabaria por romper com o ocidente.

    Quanto à China, já está processando judicialmente o novo regime por quebra de contratos comerciais (ou, pelo menos, já há notícias disso, em algum dos noticiáriosi). A China seguirá a Rússia, neste caso.

    A menos que ocorra um milagre, haverá muita violência nas províncias do leste da Ucrânia. No ponto em que estão as coisas hoje, não haveria qualquer intervenção militar russa para proteger a população que fala o idioma russo, que terá de defender-se, sozinha. A Rússia garantirá: (a) apoio político, (b) financeiro e, possivelmente, (c) uma quantidade limitada de apoio secreto.

    Quanto aos EUA e a OTAN, não deverão intervir militarmente. Haverá MUITA propaganda anti-Rússia, muita propaganda pró-nacionalistas fascistas, milhões de dólares norte-americanos continuarão a encher as burras dos líderes do golpe, mas, mais cedo ou mais tarde, os EUA e seus fantoches europeus terão de se conformar ante a evidência de que fracassaram: não expulsaram a Frota do Mar Negro da Crimeia; e a Crimeia se encaminhará na direção da Rússia: será o tiro pela culatra, da "revolução colorida" que EUA e União Europeia implantaram em Kiev.

    Mas em nenhum caso, os EUA e a União Europeia reconhecerão qualquer tipo de autoridade pró-Rússia em nenhuma parte da Ucrânia. Por isso é possível que o país rache, como a Geórgia ou as duas Coréias. Isso não tirará o sono, nem da Criméia e nem da Rússia – EUA e União Europeia que tenham sua própria versão do Kosovo, só para variar.

  • Há algo de positivo em toda essa tragédia que vem engolfando o mundo todo, seja na África, onde a última vítimas é o Egito, além de casos crônicos de caos como os da Tunísia, da Líbia e do Sudão, no Oriente Médio, onde a vítima do momento é a Síria, além do caos crônico instalado no Iraque e a questão insolúvel da Palestina, na Eurásia, onde as vítimas do momento são a Ucrânia e a Turquia, esta última vendo agravar-se dia a dia os efeitos de um trabalho sujo e cada vez mais intenso dos agentes da corporatocracia globalitarista, e na Asia onde as mesmas forças tentam de toda forma acabar com a democracia na Tailândia.
    O positivo é que a essa altura só os vendidos à corporatocracia, os que querem se vender como prostitutas preteridas, além dos agentes operativos, como há muitos em nossa mídia corporativa e nas casas das garças da vida, podem fingir não ver que todos os líderes políticos da grande potência, sejam democratas ou republicanos, bem como os líderes da União Europeia ou da OTAN, todos sem exceção, não passam de fantoches da corporatocracia globalitarista. Em particular, caíram as máscaras dos fantoches da Matrix, Barack Wall Street Obama e John Skull and Bones Kerry.

  • Esta região foi palco da última guerra onde ainda se usava tração animal nos veículos militares e sempre foi palco de conflitos.

  • O Inverno lá foi forte...???
    O gás para aquecer não é pago???
    A água esta escassa????
    O ar contaminado????
    As bombas sobre controle???
    A Rainha esta quase caindo, e só mais esta???
    A Igreja Protestante esta retornando ????
    Cortaram verbas para as forças Armadas do USA????
    Os Nazi estão voltando???? E agora servem os USA????
    NÂO venham para o BRASIL...só na Copa,
    mas depois voltem.
    Assim na boa..
    Aqui só temos a DIREITA e suas mutretas..

  • A Russia está perdendo, mesmo que fique com a Crimeia. Os falidos capitalistas ficarão com a Ucrania, só espero que o urso não acorde e corte de vez o gaz dos dependentes europeus, aí sim o mundo ficará preto.
    Como eles irão desligar as usinas nucleares? Que energia usarão? Sei lá.
    Preferia que a coisa estivesse melhor para nós todos.

  • A Ucrânia foi tomada pelo golpismo patrocinado pelos EUA e UE, aliados aos neonazistas ucranianos. Povo da Criméia não quer neonazistas porque eles odeiam russos e judeus, ou seja, vão massacrar, exterminar russos e judeus da Criméia como de todo leste ucraniano.
    Musychko, um dos "libertadores" festejados pelo ocidente golpista é um dos neonazistas que já assumiu posição no governo fantoche dos EUA.
    Brito, sugiro fontes de leitura que não ocidentais sobre a situação na Ucrânia/Criméia como o Pravda (em português) e a rádio Rússia (também em português) pelos sites delas. Têm textos com informações negadas pelas agências de notícias ocidentais e bastante elucidativos, com detalhes sobre a política, economia e história local.

  • O autor do artigo, ai da Deutsche Welle pode ser equilibrado mas ta muito omisso e demasiado superficial .
    Fala de revoluçao em Kiev e de nenhum nazismo nos revoltosos.Fala nada do fuck da Sra. Nuland, fala nada dos NED, FH, da escalada das verbas secretas canalizadas para as "mudanças de regime".
    Nao toca no tema porto e base naval russa, a unica importante que ela tem para o sul e ocidente.
    E pasmem, muito menos do cerco militar estrategico q a servil e obsequiosa OTAN vem realizando em favor todos sabem de quem. Quando os
    imperiais tentam cimentar o ultimo muro deste cerco...o urso Putin vai se tornar um de pelúcia? Haja saco nesse controle da narrativa.

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