O Partido Social Democrata Alemão, o SPD, uma das mais importantes vozes políticas da Europa, divulgou nota contra as tentativas de aplicação de um golpe político-parlamentar contra Dilma Rousseff.
Num duro texto, diz que “a oposição no Brasil deve retornar aos princípios democráticos. Isto significa respeitar os resultados das eleições e de luta para a mudança política através das urnas”.
A nota é assinada por Niels Annen e Klaus Barthel , representantes da bancada social-democrata para assuntos estrangeiros e assinala que não há acusações concretas de corrupção contra Dilma e nem contra o ex-presidente Lula. E, portanto “as alegações contra Roussef não representam uma base jurídica fundamentada para o impeachment”.
“Com o impeachment, a oposição abusou um instrumento democrático importante da Constituição para remover um presidente democraticamente eleito do cargo.Sabemos que Dilma Rousseff perdeu apoio entre as pessoas em geral e no Congresso. O abuso de impeachment, no entanto, representa um precedente perigoso para a democracia brasileira. Ele permite que as pesquisas de opinião e marchas de protesto superem princípios constitucionais e eleições democráticas “, assinala a nota.
PS. Recebo de um leitor, tradutor juramentado, com imensa gentileza, uma tradução exata da nota do SPD e a reproduzo, com minhas escusas pelas imprecisões:
“A socialdemocracia alemã cerra fileiras com a democracia brasileira
Niels Annen, porta-voz do Grupo Parlamentar de Trabalho sobre Política Externa
Klaus Barthel, relator do caso
A bancada do Partido Socialdemocrata Alemão apóia todas as forças democráticas no Brasil, que se colocam contra as ideologias antipolíticas e antidemocráticas, e faz votos que se encontre uma saída da crise num processo de diálogo. É imperioso que a oposição no Brasil retorne a princípios fundamentais comprometidos com a democracia. Isso significa respeitar os resultados das eleições e lutar pela mudança política nas urnas.
“No domingo passado a Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil decidiu pela abertura do processo de impeachment contra a presidente em exercício, Dilma Rousseff.
A bancada do Partido Socialdemocrata Alemão no Parlamento Federal acompanha o desenrolar dos acontecimentos no Brasil com muita apreensão. Os graves casos de corrupção na empresa petrolífera paraestatal Petrobrás abalaram a confiança da população no sistema político e nos partidos. Ficou comprovado que também o Partido dos Trabalhadores beneficiou-se de financiamentos ilegais. Apesar das apurações intensas já realizadas, inexistem indícios incriminadores do envolvimento de Dilma Rousseff ou seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva no escândalo da Petrobrás. Não obstante, o PT e suas lideranças se vêem expostos a uma campanha difamatória movida por amplos segmentos da mídia brasileira com o objetivo de destruir a credibilidade e a reputação do partido, da presidente em exercício e do seu antecessor. A mídia não reconhece, porém, que somente os governos do PT sob as presidências de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva criaram as condições no Judiciário e nos órgãos investigadores para uma apuração efetiva da corrupção. Em uma sociedade democrática, cabe ao Judiciário assegurar que a apuração da corrupção não degenere em revanchismo político.
As acusações contra Dilma Rousseff não constituem uma base jurídica sólida para um processo de impeachment. É significativo ver que elas também não tiveram nenhuma importância na discussão e na votação nominal, realizadas na Câmara dos Deputados em 17 de abril.
Apelando ao processo de impeachment, a oposição abusa de um importante instrumento democrático, previsto na constituição, para expulsar do cargo uma presidenta democraticamente eleita. Sabemos que Dilma Rousseff amarga perdas quanto à aprovação do seu governo pela população e pelo Congresso Nacional. No entanto, o emprego abusivo do processo de impeachment é um precedente perigoso para a democracia brasileira. Permite que resultados de pesquisas de opinião e marchas de protesto pesem mais do que princípios constitucionais e eleições democráticas.”
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É a Masculinocracia. Uma mulher que não cometeu crime sendo julgada por assembleia políticas dominantemente masculinas num país machista: ¨Home lava mais branco¨.
Hehehe
Quando o Chico Buarque foi agredido no Leblon, a Globo se calou.
Agora o José de Abreu também foi alvo de agressão por um casal em SP, desta vez com reação diferente do Chico.
Daqui a pouco, estará no Faustao, pra comentar o ocorrido.
A diferença dos casos é apenas o momento.: a Globo considerando o GOLPE consumado, agora vai querer apaziguar os lados, pois sabe que começou a reação, olho por olho.
Exatamente... agora que o golpe está praticamente consumado quer limpar a sua barra! na realidade a globo e suas comparsas foram as grande forças que impulsionaram o golpe ao longo dos últimos anos! Sem dúvida com o apoio - inclusive financeiro - dos patrões estrangeiros!
Os fatos são esses da nota do SPD alemão. É simples assim e é preciso que todas as vozes, nacionais e internacionais, compreendam, denunciem e rechacem o golpe. Mas, o enredo construído, por anos a fio, é complexo e intrincado. E não terminou, os golpistas todos (nacionais e internacionais) não recuarão facilmente. Por que Moro está sumido das machetes?
Estão fazendo uma grande ofensiva externa para tentar confundir o mundo e dar legitimidade ao golpe. Não estão gostando de perder a guerra da informação no exterior. Estão tentando recuperar algum terreno perdido e vender lá fora o mais que possam como verdade a falsa legitimidade do golpe. Mas já há reação contra eles. Quem quiser cooperar com ela entre aqui:
https://www.facebook.com/1561198827543058/videos/1570537923275815/
FB.
Como e nota está escrita em alemão, vão dizer que foi um texto adaptado de Karl Liebknecht para os dias atuais.
Outros vão dizer que a tradução para o português foi efetuada na Venezuela de Maduro.
Os pitbulls como Aloysio 300 vão LATIR contra a intromissão alemã, que com sua culturazinha de algumas décadas vem querer explicar a nossa milenar sociedade o que é regime democrático.
Os evangélicos neo-pentecostais vão dizer que os alemães não acredtam em Deus, são favoráveis a aberrações como o aborto e o casamento gay.
A Globo vai explicar em editorial que o SPD está em declínio e além disso não possui uma visão clara das especificidades da "democracia" brasileira.
A cereja do bolo será dada pelos "colonistas" que afirmarão que o SPD sequer possui maioria no parlamento alemão.
É a negação do GOLPE em todas as frentes.
GOLPE.
GOLPE.
GOLPE.
GOLPE.
GOLPE.
GOLPE.
GOLPE. Escracha o MUNDO !!!!!! Cuspindo na cara dos GOLPISTAS !!!
É o Golpe STF-Cunha-Temer. algo impensável na sociedade alemã juízes da mais alta corte de um pais associado a bandidagem, mas em um pais da América Latrina isso ocorre, e quem decretou o impeachment foi um parlamento comandado por um gangster que roubou 51 milhões de dólares, e isso não interessa aos senhores juizes. O que pensaria a sociedade alemã, que se escandaliza com cidadãos que sonegam imposto de renda, saber que para o STF tal desvio não é escândalo e concede a ele plenos poderes para e julgar uma presidente sem acusação, eleita com 54 milhões de votos
(((( JUIZ ESPANHOL TAMBÉM DENUNCIA O GOLPE NO BR )))))
Baltasar Garzón denuncia o golpe brasileiro e compara ao Paraguai e Honduras
Juiz reconhecido mundialmente pela prisão de Pinochet se diz indignado com o risco que a democracia corre no Brasil e compara o golpe em curso com o que ocorreu no Paraguai e em Honduras
Jornal GGN - No artigo à seguir, o juiz espanhol que condenou o ex-presidente do Chile Augusto Pinochet pela morte e tortura de cidadãos espanhóis, na ditadura chilena, Baltasar Garzón, que ficou conhecido na história da Espanha como "super-juiz" e "juiz-estrela", reflete sobre a crise política e institucional brasileira.
Garzón se diz indignado com o que se passa na democracia do Brasil. "A luta contra a corrupção é vital e deve ser prioritária em qualquer democracia, mas é preciso estar atento aos interesses daqueles que pretendem se beneficiar da “cegueira” que supõe a luta em si mesma", ressalta.
Ética Política e Justiça no Brasil, por Baltasar Garzón Real*
Partindo da consciência crítica de quem pertence a um país que em algum momento histórico exerceu o férreo poder do colonialismo atualmente em debate entre mil contradições e contrariedades, mas também partindo da firmeza democrática e da convicção de defender valores universais como justiça, liberdade e democracia, quero compartilhar com vocês meus sentimentos e algumas reflexões que tenho feito diante da difícil situação que vive institucionalmente o Brasil.
Sinto profundo pesar em observar que pessoas que são referências da boa política, defensores dos direitos sociais, de trabalhadores e daqueles que são os elos mais fracos da cadeia humana estão na mira das corporações que, insensíveis aos sentimentos dos povos, estão dispostas a eliminar todos os obstáculos que se lhes apresentem para consolidar posição de privilégio e controle econômico sobre a cidadania com consequências graves para o futuro. Nessa dinâmica perversa, os grandes interesses não hesitam em eliminar política e civilmente aqueles que o contrariam na defesa dos mais frágeis que sempre foram privados de voz e de palavra para decidir seus próprios destinos.
Mesmo partindo da perspectiva de quem não vive o dia-a-dia da política brasileira, devo dizer que sou capaz de perceber o espetáculo oferecido pelo procedimento de juízo político que está em curso contra a Presidenta Dilma Rousseff e que guarda semelhanças com outros que foram vivenciados por países como Paraguai e Honduras, forjados institucionalmente por parte daqueles que somente estavam interessados em alcançar o poder a qualquer preço.
A interferência constante do Poder Judiciário com o fim de influenciar nesses processos deve cessar. Por experiência, sei os riscos que representam os jogos de interesses cruzados, não tanto em favor da justiça e sim com o objetivo de acabar como o oponente político instrumentalizando a um dos poderes básicos do Estado e fazendo-o perder o equilíbrio que deve preservar em momentos como este, tão delicados para a sociedade. O judiciário deve prosseguir suas atuações sem midiatização política de nenhum tipo, sem prestar-se a jogos perigosos em benefício de interesses obscuros, distantes da confrontação política transparente e limpa.
A perda das liberdades e a submissão da Justiça a interesses espúrios pode custar um preço excessivo ao povo brasileiro. O Poder Judiciário e seus componentes devem resistir e defender a cidadania frente às tentativas evidentes e grosseiras de instrumentalização interessada. O objetivo não parece ser, como dizem, acabar com o projeto político do Partido dos Trabalhadores e seus máximos expoentes, mas submeter à população de forma irreversível a um sistema vicarial controlado pelos mais poderosos economicamente.
A luta contra a corrupção é vital e deve ser prioritária em qualquer democracia, mas é preciso estar atento aos interesses daqueles que pretendem se beneficiar da “cegueira” que supõe a luta em si mesma. A justiça deve manter os olhos completamente abertos para perceber o ataque ao sistema democrático que é perceptívelna realização de uma espécie de juízo político sem consistência nem base jurídica suficiente para alcançar legitimidade e que somente busca tomar o poder por vias tortuosas desenhadas por aqueles que deveriam defender os interesses do povo e não os próprios. Ou ainda daqueles que nunca disputaram eleições e que pretendem substituir a vontade das urnas, hipotecando o futuro do povo brasileiro.
A indignação democrática que sinto ao acompanhar os fatos do Brasil, país pelo qual tenho imenso apreço, me provoca profunda dor e ao mesmo tempo me compele a expressar esses sentimentos diante daqueles que não têm pudor em destruir as estruturas democráticas que tanto tempo levaram para serem erguidas, aqueles que não hesitam em interferir na ação da Justiça em benefício próprio.
Ninguém conquista um reino para sempre e o da democracia deve ser conquistado e defendido todos os dias frente aos múltiplos ataques e isso se faz desde os mais recônditos lugares do país, de uma mina, uma pequena fábrica, do interior da Floresta Amazônica já tão atacada e deteriorada por interesses criminosos, das redações dos periódicos ou plataformas televisivas que servem de tentação à submissão corporativa, das ruas das cidades e dos púlpitos das igrejas, das favelas e dos conselhos de administração das empresas, das universidades, das escolas, em cada casa da família brasileira é preciso lutar diuturnamente pela democracia. E é obrigação de todas e todos fazer isso não somente em seu país, mas também fora, em qualquer lugar, porque a democracia é um bem tão escasso cuja consolidação é missão do conjunto de toda a comunidade internacional.
Tanto o presidente Lula da Silva, a quem conheço e admiro, como a presidenta Dilma Rousseff, com quem nunca estive pessoalmente, representaram o melhor projeto em termos de política social e inclusiva e que, caso tenham incorrido em irregularidades, merecem um juízo justo e direito básico à ampla defesa e não um julgamento ilegítimo em praça pública realizado por quem não tem direito nem uma posição ética para fazê-lo. O povo brasileiro nunca perdoará o ataque frontal à democracia e ao Estado Democrático de Direito.
Madrid, 24 de abril de 2004
* Baltasar Garzón Real é jurista, Magistrado e Advogado Espanhol
(tradução Carol Proner)
jornalggn/noticia/baltasar-garzon-denuncia-o-golpe-brasileiro-e-compara-ao-paraguai-e-honduras
Perfeito !
Até o reino mineral sabe que é golpe. É claro que os golpistas vão tergiversar, abusar da demagogia, decorar o poder para sair na ilha de caras como legalistas. Aqueles velhos conhecidos nossos de outrora, tomam o oder pela via torta.
Se um voto valeu 140 cargos na administração pública para deputados, cirurgia de 120 mil pro outro, anistia para o cunha, o verdadeiro saque de que acusavam começa assim que efetivar o golpe.
Viva o Brasil!
O sr.Goulart,filho do Ex.Presidente João Goulart,resumiu de vez,o que esta acontecendo no BRASIL.Substituíram OS QUEPES,PELAS TOGAS.O maior responsável pelo tão grande número de ilicitudes que ocorre hoje no Brasil ,é o JUDICIÁRIO,inerme com relação aos GOLPISTAS,somente COM RELAÇÃO AOS GOLPISTAS, incluído-se aí,O STF que não cumpre suas tarefas constitucionais.Somente acolhe falsas denúncias,contra o governo atual.Estão se vingando de representantes do POVÃO,a quem somente mandam para a PRISÕES, e externando INVEJA por constatar que pessoas com nível cultural,eu disse,CULTURAL, inferiores às elites,que representam e se acham iguais, punindo governantes que expressam o POVÃO. Esse é o resumo do que ocorre.
A imprensa internacional tá toda errada! Só a imprensa (PiG) que é a única "serta!"