Patrícia Faerman mostra como Curitiba manda às favas o STF e segue na “Operação Prende o Lula”


Reportagem da jornalista Patricia Faermann, no GGN, confirma que a República de Curitiba não aceita a decisão de Teori Zavascki de avocar para o STF as investigações sobre o ex-presidente Lula e vaza para a imprensa documentos e conclusões para acusá-lo.

Meu comentário: duvido que, a esta altura, algo possa ser feito para conter o atropelo arbitrário que durante dois anos permitiram ao grupo chefiado por Sérgio Moro – não há separação de funções, senão formais, entre juiz, MP e Polícia Federal, neste caso.

Ficaram, quando muito, num “ai,ai,ai”. Não podem reclamar de ter dado asas a cobras. A mim restam poucas dúvidas de que Pilatos vá enviar Lula para a corte de Herodes.

Lava Jato afrontou STF adiantando inquérito contra Lula

Patricia Faermann, no GGN
A força-tarefa da Operação Lava Jato descumpriu a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, confirmando que deu sequência às investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e vazando informações ao jornal O Estado de S. Paulo de um inquérito com o resultado de uma possível denúncia ao ex-presidente. A conclusão foi adiantada em reportagem desta segunda-feira (25) do jornalista Marcelo Auler, reproduzida aqui. O GGN confirmou os desvios dos investigadores. 
 
A matéria do Estadão foi divulgada no último sábado (23). Intitulada “Denúncia do sítio em Atibaia (SP) será primeira acusação contra Lula na Lava Jato“, integrantes da Polícia Federal vazaram um inquérito aparentemente concluído contra Lula sobre a compra e a reforma do sítio Santa Bárbara. Os jornalistas receberam, inclusive, cópias dos autos que foram anexados à publicação. Entre os documentos, laudos periciais, notas fiscais e um suposto contrato de compra do sítio por Lula e dona Marisa, indicado como “contrato de gaveta”. 
 
A reportagem é toda construída em tempos verbais futuros, adiantando os próximos passos da equipe de Moro: o inquérito “será a primeira acusação formal entregue à Justiça”, “a peça apontará a família do ex-prefeito de Campinas (SP) e amigo de Lula Jacó Bittar (PT) como ‘laranjas’ na ocultação da propriedade”, “o compadre e defensor jurídico do ex-presidente Roberto Teixeira também será citado como parte da operação de formalização do negócio”, “a Lava Jato também vinculará os desvios de recursos na Petrobras à reforma executada no sítio e a manutenção de bens referentes a Lula”, “OAS, Odebrecht e o pecuarista José Carlos Bumlai serão vinculados aos serviços executados, como compensação por obras loteadas pelo cartel” – são os principais pontos do suposto inquérito adiantado pelo jornal.
 
Em artigo reproduzido pelo GGN, Marcelo Auler alertou para o fato de que a força-tarefa concentrada no Paraná, sob o comando do juiz Sergio Moro, voltou a vazar informações da investigação, “mostrando que ainda detém documentos, ou cópias deles, que deveriam estar no e sob o controle do STF”. Auler publicou, ainda, que o vazamento dos documentos por parte do jornal paulista “pode ser encarado como uma afronta ao Supremo Tribunal Federa”. “Afinal, o ministro Zavascki, relator da Operação Lava Jato naquela corte, avocou o caso para sua apreciação e posterior deliberação do plenário. Teoricamente, nada poderia ser feito sem sua autorização”, completou.
  
O GGN buscou, junto ao STF, o posicionamento da Corte e do ministro Teori Zavascki sobre a atuação de investigadores da equipe de Curitiba. A constatação foi que, tanto a reportagem do Estadão, como partes da análise de Marcelo Auler, cometeram erros de informações sobre os autos que envolvem as investigações contra o ex-presidente Lula. Mas, o erro maior – que neste caso não se trata de mera análise ou publicação de imprensa, mas de ferir atos processuais – partiu da equipe da Lava Jato.
 
Auler errou em um pequeno detalhe. O sigilo das informações decretado por Teori Zavascki, relator do processo da Lava Jato no Supremo, foi restritamente às interceptações telefônicas e não todos os autos da investigação. Assim, o possível inquérito não está incluído em sigilo. (Veja aqui as explicações de Auler e sua convicção de que o vazamento partiu dos procuradores)Por outro lado se trata de vazamento na medida em que os autos sequer foram enviados à Justiça – seja a Vara Federal de Curitiba, seja o Supremo.
 
Isso porque a primeira decisão do Supremo Tribunal Federal neste caso veio com um despacho do ministro Teori Zavascki, na noite do dia 22 de março deste ano. Foi uma medida cautelar solicitada pelo Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, contra a quebra de sigilo das interceptações telefônicas envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros políticos, com foro privilegiado, como a própria presidente Dilma Rousseff.
 
No pedido dirigido a Zavascki, que é relator dos processos da Lava Jato no Supremo, o ministro tomou duas decisões: primeiro, voltou a impor o sigilo aos grampos envolvendo o ex-presidente Lula e políticos detentores de foro e, segundo, decidiu que todos os autos de investigação a Lula fossem remetidos ao STF, para que a última instância decida a quem cabe julgar o ex-presidente e, possivelmente, qual instância também julgaria outros nomes e políticos envolvidos na investigação.
 
Posteriormente, no dia 31 de março, o caso foi debatido pelo Plenário do Supremo, com a presença de todos os ministros. De forma unânime, os membros do STF concordaram com Teori Zavascki pelo sigilo dos áudios e a grande maioria da Turma reafirmou a segunda decisão, também, de que todas as investigações em curso na Justiça Federal do Paraná envolvendo o ex-presidente Lula fossem enviadas ao Supremo, para que a instância decida a quem compete julgar.
 
Dessa forma, o jornal que foi o porta-voz da equipe da Lava Jato de Curitiba, também mostrou desconhecimento de processos legais ao deduzir que “os inquéritos estão suspensos depois que ele [Lula] foi nomeado ministro da Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff, no dia 17, e o tema foi levado ao Supremo”. Como bem explicou Marcelo Auler, a suspensão das investigações contra Lula ocorreram quando o juiz Sérgio Moro liberou o áudio das interceptações telefônicas, e não quando o ex-presidente foi nomeado ministro.
 
O jornal também faz confusão de termos processuais: inquérito e denúncia.
 
Os documentos disponibilizados ao Estado de S. Paulo fazem parte dos mecanismos de investigação da Polícia Federal. Trata-se de um laudo pericial, além de outros documentos anexos a um inquérito. Essa é a primeira fase de uma investigação. Pelo caminho natural de um processo, esses documentos são remetidos ao Ministério Público Federal – seja aqui os procuradores da força-tarefa de Moro, para os casos de primeira instância, ou a Procuradoria-Geral da República, para os políticos com foro privilegiado. De porte desses autos, os procuradores decidem se enviam ou não uma denúncia à Justiça responsável – que neste caso, também não está definida.
 
Mas, em diversos momentos a reportagem adianta-se que a força-tarefa já teria “provas para levar o petista a banco dos réus por envolvimento no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras”. Nesse sentido, o jornal pulou três outras etapas do processo: inquérito, denúncia e, somente se aceita pela Justiça, a ação com réu.
 
Por último, o erro da equipe da Lava Jato – mais especificamente, ao que tudo indica pelo teor dos documentos, o vazamento partiu de integrantes da Polícia Federal – foi de, realmente, afrontar decisão do STF. O vazamento, em si, não pode ser considerado, uma vez que os autores do vazamento estão protegidos pelo anonimato garantido pelo jornal. 
 
Entretanto, o erro foi de, com o vazamento, comprovar que a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba deu sequência às investigações, tendo possivelmente finalizado um inquérito a ser apresentado ao MPF. Erraram, ainda, ao anteciparem que “já teriam provas suficientes”, sem respeitar o devido processo legal na decisão que compete ao Supremo de averiguar quem julgará o caso e, consecutivamente, quais procuradores (MPF ou PGR) ficariam responsáveis pelo prosseguimento, ou não, do inquérito, transformando-a, ou não, em uma denúncia.
 
Em resposta ao GGN, a equipe do ministro Teori Zavascki encaminhou a decisão sobre a liminar, despachada em 22 de março, que foi utilizada acima para narrar o histórico dos despachos do STF. Sobre a solicitação de um posicionamento do ministro diante das ações da equipe da força-tarefa, o coordenador de imprensa do gabinete, Luiz Felipe Neves, respondeu:
 
“Em observância ao inciso III do artigo 36 da Lei Orgânica da Magistratura, o Ministro Teori Zavascki fica impossibilitado de responder a sua pergunta.
 
Lei Complementar 35/1979 (Loman)
Art. 36 – É vedado ao magistrado:
      (…)
        III – manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério”.
 
Apesar da justificativa para o não fornecimento de um posicionamento, a publicação do gabinete do ministro traz respostas para o que a Legislação decreta como modo de conduta por todos os juízes no Brasil. Reiterando, “é vedado ao magistrado” manifestar, por qualquer meio de comunicação, “opinião” ou “juízo” sobre processos e despachos em andamento.
Fernando Brito:

View Comments (18)

  • Moro tem que estar pronto para assim que o STF lhe devolver o meliante, efetuar a prisão.

    • E o Cunha, Temer, Jucá? o que você acha deles?
      Ah sim, esqueci que para vocês coxinhas os outros podem, afinal, a corrupção começou em 2002, antes eramos num país rico e igualitário.
      Desculpa ai

    • Se e' Lula a quem voce se refere, Ernesto, nao ha' provas contra ele. Como moro podera' prende-lo!?

        • Mas Bronco capiau, para ter prova e' preciso haver o ilicito e Lula nao o cometeu. A nao ser o de redistribuir a renda gigante desta nacao(meus impostos pagos incluso e com prazer), para favorecer os brasilieors verdadeiramente mais pobres.

        • Aguarde e confie? Hahahahahahahahahahahahahaha!

          Hahahahahahahahahahaha!

          Hahahahahahahahahahahahahahahaha!

    • Mexe com LULA.
      MEXE..
      É só o que queremos..
      Não vai haver espaço nas prisões
      deste país..
      Não haverá nem um presidio tranquilo neste dia.
      Os mais de 200 mil ainda não julgados e presos
      se rebelarão..
      Até quem tem embrolho no PROCON se revoltará.
      E dai voces vão ver de que lado esta a DEMOCRACIA..
      Vão ver ternos feitos em MIAME voarem, capa preta
      vai atrapalhar na corrida..
      Martelinho e premios da Rede GLOBO voarão..
      E os Defensores da DEMOCRACIA, estão de plantão..
      nãos se enganem....
      Vocês sabem quem são eles....

  • A propósito, a quantas anda o processo que o ministério da Justiça deve ter encaminhado no sentido da execução da pena pelo "juiz" DEMoTucano militante sérgio 'mor(T)o' pela prática de crimes hediondos?
    Mesmo porque se o (ir)responsável pelas Ilegalidades surreais procedentes das masmorras da 'Guantánamo do Paraná' tivesse delinquido, por exemplo, no [suposto] país mais democrático do mundo, os EUA, estaria o fascigolpista curtindo uma solitária na Antártida!
    Ou na Sibéria!

    • ajuste para cabal esclarecimento:

      A propósito, a quantas anda o processo que o ministério da Justiça deve ter encaminhado no sentido de que o “juiz” DEMoTucano militante sérgio ‘mor(T)o’ cumpra a pena pela prática de crimes hediondos?

      • #Nãovaitergolpe, o STF será obrigado constitucionalmente a dizê-lo!

        ***

        A FONTE É LÍMPIDA!

        http://emporiododireito.com.br…

        O julgamento dos votos do impeachment – Por *Marta de Oliveira Torres – 27/04/2016

        Considerando que cabe ao Supremo Tribunal Federal, segundo a suprema Constituição Federal, a guarda do ordenamento jurídico brasileiro positivado em um texto escrito, acreditamos que será avaliada a validade do ato administrativo do voto proferido pelos Deputados Federais na sessão de impeachment de Dilma Roussef em 17 de abril de 2016. Entendemos que a motivação, quando explicitada, passa a fazer parte do ato jurídico “voto”. Porque a vontade é o cerne jurídico do voto, se esta for contrária à Constituição Federal, seja em voto de ‘sim’ como de ‘não’, até mesmo ‘abstenção’, o voto deve ser tido por nulo, inválido.
        (…)

        *Marta de Oliveira Torres é Defensora Pública do Estado da Bahia, atriz no Teatro Fórum Rui Barbosa, fotógrafa, poetiza, mestra em Relações Sociais e Novos Direitos pela UFBA

      • Morreu no limbo.

        A quantas andam os processos de corrupção nas Secretarias de Fazenda do Paraná e São Paulo?

  • Juizo de valores para o Deus Moro?Tolinhos ... Quem manda afrontá-lo com pesquisas indicando Lula nas pontas? Estava quieto demais. Juiz justiceiro tem senso de moral e justiça para que ELE nunca , nunca mira para ele mesmo. PIOR que ele é este STJ "vendido" ao Cunha e ao Sistema em troca dos 78% de aumento. Cada corrupto com seu preço nesta Republiqueta de Bananas. QUE PAIS DA VERGONHA, DO CINISMO, DO DEBOCHE é este?

  • Especulação, especulação, especulação. E tortura psicológica a Lula por um jornal em falência. E faz tempo, não é?

    Público pagante quer o quê?

    Quer funcionários públicos trabalhando concentrados e calados. Quer que a investigação seja confiável. Quer que os funcionários sejam justos e verdadeiros, e diligentes. Que o resultado só tramite através dos caminhos próprios. Sem novela.

    Não é Benvindo Cerqueira?

  • Fernando peço minhas desculpas todavia isto é bom bom para os brasileiros lembrarem de como os tucnos governavam o Brasil.
    "Conta tucano
    Investigações revelam que o ex-caixa de campanha do PSDB movimentou US$ 56 milhões por intermédio de contas no Banestado dos EUA
    Amaury Ribeiro Jr. ? Foz do Iguaçu, Sônia Filgueiras e Weiller Diniz

    Documentos a que ISTOÉ teve acesso começam a esclarecer por que o laudo de exame financeiro nº 675/2002, elaborado pelos peritos criminais da PF Renato Rodrigues Barbosa, Eurico Montenegro e Emanuel Coelho, ficou engavetado nos últimos seis meses do governo FHC, quando a instituição era comandada por Agílio Monteiro e Itanor Carneiro. Nas 1.057 páginas que detalham todas as remessas feitas por doleiros por intermédio da agência do banco Banestado em Nova York está documentado o caminho que o caixa de campanha de FHC e do então candidato José Serra, Ricardo Sérgio Oliveira, usou
    para enviar US$ 56 milhões ao Exterior entre 1996 e 1997. O laudo
    dos peritos mostra que, nas suas operações, o tesoureiro utilizava
    o doleiro Alberto Youssef, também contratado por Fernandinho Beira-
    Mar para remeter dinheiro sujo do narcotráfico para o Exterior. Os peritos descobriram que todo o dinheiro enviado por Ricardo Sérgio ia parar na camuflada conta número 310035, no banco Chase Manhattan também em Nova York (hoje JP Morgan Chase), batizada com o intrigante nome “Tucano”. De acordo com documentos obtidos por ISTOÉ, em apenas dois dias – 15 e 16 de outubro de 1996 – a Tucano recebeu
    US$ 1,5 milhão. A papelada reunida pelos peritos indica que o nome
    dado à conta não é uma casualidade.

    Os dois responsáveis pela administração da dinheirama, segundo a perícia, são figurinhas carimbadas nos principais escândalos envolvendo o processo de privatização das teles e auxiliares diretos de Ricardo Sérgio: João Bosco Madeiro da Costa, ex-diretor da Previ (o fundo de pensão do Banco do Brasil) e ex-assessor do caixa tucano na diretoria internacional do BB, e o advogado americano David Spencer. A perícia revela ainda que Spencer é procurador de Ricardo Sérgio em vários paraísos fiscais. Ao perseguir a trilha do dinheiro, os peritos descobriram que os milhões de Ricardo Sérgio deixavam o País por intermédio de uma rede de laranjas paraguaios e uruguaios contratados por Youssef e eram depositados na conta 1461-9, na agência do Banestado em Nova York antes de pousar na emplumada Tucano, que contava com uma proteção especial para dificultar sua localização. Ela estava registrada dentro de outra conta no Chase em nome da empresa Beacon Hill Service Corporation. De lá, o dinheiro era distribuído para contas de Ricardo Sérgio e de João Bosco em paraísos fiscais no Caribe.

    A perícia traz outras provas contundentes. A PF conseguiu comprovar que parte do dinheiro enviado por intermédio do Banestado retornou ao Brasil para concretizar negócios desse mesmo grupo. Segundo o laudo, o dinheiro voltava embarcado em uma conta-ônibus junto com recursos de várias offshores (empresas em paraísos fiscais com proprietários sigilosos) operada pelo próprio João Bosco. Os peritos conseguiram, por exemplo, identificar o retorno de US$ 2 milhões utilizados para comprar um apartamento de luxo no Rio de Janeiro em nome da Rio Trading, uma empresa instalada nas Ilhas Virgens Britânicas. Foram rastreados também imóveis em nome da Antar, sediada no mesmo paraíso, em nome de Ronaldo de Souza, que, segundo a PF, é sócio, procurador e testa-de-ferro de Ricardo Sérgio. Pelas características dos depósitos, que eram frequentes, suspeita-se que, por esse mesmo duto de lavagem, também passaram contribuições de campanha. Além disso, Youssef tinha em sua carteira principalmente dois tipos de clientes: narcotraficantes e políticos. O laudo concluiu ainda que Ricardo Sérgio, enquanto ocupava o cargo de diretor internacional do BB, ajudou a montar o esquema bancário que operava com dinheiro de doleiros na fronteira, depois transferido para a agência nova-iorquina do Banestado.

    Os documentos anexados ao laudo provam o envolvimento do advogado e procurador de Ricardo Sérgio, David Spencer, na abertura
    e movimentação da conta 1461-9, em nome da empresa June International Corporation. Um ofício do gerente do Banestado, Ercio Santos, encaminhado ao doleiro Youssef em 20 de agosto de 1996, atribui a Spencer a responsabilidade pela abertura da conta. “Segue
    cópia dos documentos referentes à abertura da June, em 8 de agosto
    de 1996. Recebemos hoje do David Spencer”, diz a primeira linha da correspondência na qual Ercio informa Youssef a respeito dos procedimentos para movimentação da conta. Na carta, Youssef é
    tratado intimamente por “Beto” e, ao se despedir, o gerente manda
    “um grande abraço”. Ercio Santos sabia que mexia com dinheiro sujo. Informa, no documento, que preferiu não enviar selo da June por malote para não chamar a atenção. O selo, uma espécie de carimbo metálico, traz a identificação da empresa no paraíso fiscal onde foi instalada. A perícia comprovou também que, além do dinheiro do tucanato, Spencer ajudou a lavar recursos desviados do Banco Noroeste e do Nacional. Casado com uma brasileira, o americano conheceu Ricardo Sérgio no Brasil quando o ex-diretor do BB ocupava um cargo de direção no Citibank. Por falar português fluentemente, tornou-se advogado
    de banqueiros brasileiros no Exterior.

    Como procurador de Ricardo Sérgio, conforme o relatório, Spencer abriu em 1989 a empresa Andover International Corporation nas Ilhas Virgens Britânicas. Spencer – que era também tabelião em Nova York – tinha respaldo legal para fechar as compras de imóveis no Brasil em nome das empresas offshore de Ricardo Sérgio e sua turma, mantendo os nomes dos verdadeiros donos em sigilo. Em uma dessas operações em 1989, por exemplo, Spencer lavrou uma procuração em nome do engenheiro Roberto Visneviski, outro sócio do tesoureiro tucano, para representar a empresa Andover na compra de um conjunto de salas na avenida Paulista, avaliado em R$ 1 milhão. Para especialistas em lavagem de dinheiro, a operação é suspeita porque Visneviski assina duas vezes a transação: como vendedor e como comprador. “Obviamente, a Andover é do próprio Ricardo Sérgio. Foi uma operação clássica de internação de dinheiro”, avalia o jurista Heleno Torres, um especialista na investigação de operações de lavagem. Essa é apenas uma das 137 contas que já estão periciadas nos inquéritos. Por elas trafegaram US$ 30 bilhões. A polícia calcula que mais de 90% dessa montanha de dinheiro é ilegal, mais da metade resultado de sonegação de impostos através de caixa 2.

    Reação – As denúncias publicadas na última edição de ISTOÉ que revelaram a sangria via Banestado caíram como uma bomba dentro do governo. Já no sábado 1º, um assessor direto do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, procurou o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, pedindo informações sobre o laudo. Depois de conversar com o delegado Antônio Carlos Carvalho de Souza, atual responsável pelo caso, e com os peritos que trabalharam no escândalo, Lacerda comandou o reagrupamento de todos os policiais que já participaram da operação. Na quinta-feira 6, o chefe da PF reuniu a equipe e determinou a criação de uma força-tarefa da PF em parceria com o Ministério Público e com a Justiça. Além de Carvalho, o delegado José Francisco Castilho Neto e os peritos Eurico Montenegro e Renato Rodrigues, que buscaram junto ao FBI e organizaram toda a documentação existente hoje no Brasil, estão de volta às investigações. Os três haviam sido colocados na geladeira durante a administração tucana na PF. “É o maior caso de evasão de divisas que eu conheço”, admitiu Lacerda na quinta-feira 6. “Vamos investigar tudo e não cederemos a pressões de qualquer natureza”, adverte o ministro Márcio Thomaz Bastos, antecipando-se a eventuais novos nomes que o dossiê-bomba da PF venha a revelar.

    O grupo, reforçado por dois escrivãos, voltará aos EUA nas próximas semanas para buscar os documentos que trazem as movimentações bancárias no biênio 1998-1999. Até agora, o trabalho dos peritos foi um exercício de abnegação. “O número de peritos é pequeno para o volume de informações que está sendo investigado”, diz o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Roosevelt Júnior. A divulgação do laudo também provocou uma corrida de procuradores que investigam separadamente casos de lavagem em vários Estados. O procurador Guilherme Schelb, que apura outros casos de lavagem, pediu o bloqueio das três contas suíças do contrabandista e traficante foragido João Arcanjo Ribeiro. O procurador Luís Francisco de Souza, que rastreia os passos de Ricardo Sérgio, também quer ter acesso aos laudos produzidos pela PF. O cearense José Gerin não perdeu tempo. Desembarcou em Foz do Iguaçu esta semana para buscar detalhes sobre a quadrilha de doleiros que opera na região Nordeste, entre eles Wilson Roberto Landim, preso há duas semanas, que, pelos documentos, remeteu para o Exterior quase US$ 1 milhão em apenas seis meses.

    OS BONS COMPANHEIROS

    Principal articulador da formação dos consórcios que disputaram
    o leilão das empresas de telecomunicações, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, saiu
    das sombras do tucanato ao ser captado num grampo do BNDES
    em que dizia ao ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros que
    iria conceder uma carta de fiança ao consórcio coordenado pelo
    Banco Opportunity. “Estamos agindo no limite da irresponsabilidade”, disse Ricardo Sérgio no grampo.

    Depois da revelação, Ricardo Sérgio passou a sofrer uma série de investigações no MP e na PF. Acusado de receber propina de empresas que participaram da privatização, Ricardo Sérgio está sendo investigado também por enriquecimento ilícito.

    Ao assumir o cargo em 1994, convidou para chefe de gabinete o seu fiel escudeiro João Bosco Madeiro da Costa. Por indicação do ex-diretor do BB, Madeiro foi posteriormente para o cargo de diretor de investimentos da Previ, o milionário fundo de pensão do BB que participa do controle acionário da maior parte das teles privatizadas. Relatórios da Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, revelaram que Madeiro centralizava todo o poder de negociação do fundo com grandes empresas. Segundo o Ministério Público, Madeiro também é suspeito de enriquecimento ilícito.

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    O fernandinho daí é o mesmo FHC Brasif de hoje. Cínico como sempre...

  • Aguentar coxinha elite não tem muito jeito. Agora, ter que escutar coxinha pobre e ingrato reclamando de Lula e Dilma é demais. Que gente mais desmemoriada. Esse país viveu uma era que nunca mais viverá. Bando de ignorantes, só contribuindo para a elite branca tomar conta de vez do país e a pobreza e violência aumentarem. Acordem enquanto é tempo, seus babacas burros.

  • STF????? Inspirava confiança. Mas, o Marco Aurélio Mello não mandou o Cunha prosseguir com a ação de impeachment do Temer? E daí? O Teori não avocou que todas as investigações sobre o Lula teriam que ser feitas pelo STF? E daí? O STF está sendo desrespeitado e não faz nada! O STF, prá "eles", não existe.

  • DILMA DO BRASIL PRIMEIRA MULHER PRESIDENTA DO NOSSO BRASIL VARONIL! OH! GLÓRIA!
    GENTE BOA,
    MEUS BROTHERS,
    Caia pra cima DILMA DO BRASIL! TENTE MAIS UMA VEZ E VENCEREMOS!
    NOCAUTE NESTA QUADRILHA QUE ENVERGONHA O PLANETA E JÁÁÁÁÁÁÁ...!!!
    PEDALAR É SAUDÁVEL!
    PEDALAR É LEGAL!
    PEDALAR É NOBREZA PURA!
    DILMA DO BRASIL, FICHA LIMPA!
    DILMA DO BRASIL, MÃOS LIMPAS!
    DILMA DO BRASIL, HEROÍNA VIVA DO NOSSO BRASIL VARONIL!
    OS SENADORES ESTÃO EM TORMENTOSA DÚVIDA! OS NÃO ALIADOS DA QUADRILHA ESTÃO ESPERANDO SÓ UM EMPURRÃOZINHO PARA ENTENDER DE VEZ O VERDADEIRO PAPEL DE UM SENADOR DA REPÚBLICA!
    ELES JÁ ESTÃO PREOCUPADOS! NÃO QUEREM EMBARCAR NESSA FRIA! NESSE VERGONHOSO GOLPE ENGENDRADO POR CUNHA, AÉCIO, FHC, TEMER, GILMAR MENDES E SEUS ASSECLAS! PARTE PRA CIMA DILMA DO BRASIL E O BRASIL DA VERDADE VENCERÁ!
    O GOLPE NÃO PASSARÁ!
    DILMA DO BRASIL FICA!
    CEM POR CENTO DEMOCRACIA JÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ...!!!
    Meus Brothers, Gente boa, Caro Darlan, o Dan Matias, o mal não se traduz em siglas partidárias, estas ou aquelas e sim nos facínoras oportunistas nelas infiltrados!
    São verdadeiras "superbactérias"! Agem livremente, escancaradamente, propiciando abalos perigosíssimos à nossa, ainda incipiente, DEMOCRACIA! Elementos perniciosos de altíssima periculosidade que estão sempre tramando, dia e noite, incessantemente, contra a Nação brasileira, contra as nossas liberdades democráticas conquistadas com suor, sangue e sacrifício de preciosíssimas vidas de jovens brasileirinhos e brasileirinhas! Entendeu meu brother Dan Matias!
    Vida que segue!
    SEM GOLPE! SEM TRAIÇÃO! SEM CONSPIRAÇÃO! SEM CORRUPÇÃO!
    Não podemos nos acovardar! Acovardados? Nunquinha!
    É preciso estar atento e forte!
    Viva o nosso heróico Nordeste, viva o nosso Brasil varonil!
    Viva o nosso amado povão!
    Ao trabalho!
    SEM GOLPE! SEM TRAIÇÃO! SEM CONSPIRAÇÃO! SEM CORRUPÇÃO!
    CEM POR CENTO DEMOCRACIA JÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ...!!!
    JUÍZO GENTE! JUÍZO MESMO! JUÍZO JÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ...!!!
    AMANHÃ PODERÁ SER TARDE DEMAIS!

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