Do alto de sua empáfia, o general Eduardo Pazuello disse à Comissão Parlamentar de Inquérito que não discutira a compra da vacina da Pfizer diretamente porque , como “decisor” sobre o fechamento de contratos, não lhe parecia correto reunir-se com quem estava vendendo vacina.
Mas hoje, a Folha mostra um Pazuello que fazia, no dia 11 de março, exatamente o inverso e não com representantes oficiais de laboratórios, mas com atravessadores que se ofereciam para vender ao Governo Federal as vacinas Coronavac, justo as que Pazuello, por ordem de Bolsonaro, antes não queria comprar.
Tão célere que fala da assinatura de um “memorando de entendimento”, uma semana antes de ter, finalmente, o contrato com a PFizer que se arrastava desde junho de 2021
Pequeno detalhe: 30 milhões de doses, por um preço quase três vezes maior do que aquele que o Butantan as oferecia ao Governo Federal, com seu acordo com o fabricante, o laboratório Sinovac.
Pazuello chega a agradecer ao um certo “John”, sem sobrenome, que é parceiro da empresa que se oferece como atravessadora, uma certa World Brands, criada em junho do ano passado e focada em despachos aduaneiros e marítimos.
Nem precisava, porque o “John” diz, no vídeo, que as portas do ministério “estavam abertas” para missões de atravessadores.
“John” é descrito apenas como “parceiro” da World Brands, que não quer dar detalhes sobre a oferta, sob o argumento de que ela não prosperou.
Tudo se passou dentro da sala do coronel Élcio Franco, escudeiro do ministro e chefe da “coronelada” que andava negociando a venda de vacinas no Ministério.
Todos os casos – Covaxin, Davati e , agora, “a vacina do John” aconteciam enquanto os contratos com os laboratórios oficiais eram negligenciados e obstaculizados.
Para quê? Adivinhe, caro leitor.