O senador Marcos Rogério, granadeiro de Jair Bolsonaro na CPI da Covid teve seu momento no início do segundo dia a CPI, aproveitando-se muito bem na idiotia de gente que tem medo de parecer “politicamente incorreta”.
Disse -vejam que bonito! – que o presidente teve “visão holística” ao se opor a medidas restritivas para reduzir a transmissão da Covid-19, e não a visão “reducionista” do isolamento, segundo ele, o “negacionismo” do trabalho, de cultos, do enredo.
Mas, afora a confusão causada com a exibição de vídeos de março de 2020, quando havia alguns prontos a, por medo da opinião pública atribuir-lhes a sonegação de medicamentos desconhecidos como salvação para o contágio pelo vírus, o o resto do depoimento do ex-general, hoje, é a continuação do cinismo de ontem.
Pazuello é vela gasta, que não mais tem o condão de proteger Jair Bolsonaro.
O discurso de que jamais recebeu diretrizes do Presidente quando à pandemia é daquelas mentiras às quais o excesso evidencia a falsidade. Um ano do país em crise, 300 mil mortos, hospitais em colapso, ninguém pode acreditar que seu presidente não tenha nada a dizer ao seu Ministro da Saúde.
A farta relação de incongruências e mentiras ditas pelo general, embora sejam capazes de preparar-lhe um futuro sombrio (e não apenas no julgamento político), não evita a responsabilização direta de Bolsonaro.
Os elementos do crime presidencial, embora sejam fartos para a ação, são cabais, já, para a omissão.