Nos jornais, felizmente, repercute o que surgiu na blogosfera há dois dias.
As opiniões do Sr. Yves Gandra Filho contrárias ao divórcio, favoráveis à submissão da mulher e ofensivas aos homossexuais ganharam as páginas da Folha e de O Globo e revelaram como pensa quem iria, como Ministro do STF, ser afinal um dos juizes supremos da sociedade brasileira.
São uma leitura congelada no tempo de São Tomás de Aquino que viveu no século 13 e que, portanto, tinham um sentido então que é inadmissível hoje, quase 800 anos depois.
O detalhe ridículo da porta aberta mostra bem uma cena que vivi, há 40 anos, quando um dos irmãos-figurantes de Roberto Marinho – isso é recorrente, parece – desceu à redação de O Globo e, espantado com a quantidade de mulheres jornalistas, perguntou: “mas elas se comportam direitinho”?
E um juiz, necessariamente, tem de ser um homem do seu tempo. sob pena de, em nome da técnica jurídica, reproduzir o que ficou também para muito atrás no tempo em outro tipo de relações humanas: as do trabalho.
A indicação de Gandra ao Supremo Tribunal, ao que parece abortada – confie nisso, desconfiando – pela revelação de seu anacronismo moral, visa(va) outro objetivo.
Garantir, na Suprema Corte, os retrocessos pretendidos por Michel Temer nas reformas trabalhista e previdenciária.
Não é preciso imaginar as consequências filosóficas na visão do trabalho de quem afirma desta forma crua o dever de submissão ao marido, afinal o “pai-patrão”.
É por isso que o importante – por mais que nos indignem as suas opiniões arcaicas e preconceituosas – sobre Gandra é dito, hoje, em sua coluna, por Bernardo de Mello Franco.
Os políticos fazem barulho, mas quem mais investe na campanha [pela indicação de Gandra]é o empresariado. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, lidera a mobilização. Ele me disse que Gandra “é um grande brasileiro e poderá ser um grande ministro do Supremo”. Citado nas delações da Odebrecht, o peemedebista afirma não ter “nenhuma preocupação” com a Lava Jato.
Para a associação dos juízes trabalhistas, Gandra virou o candidato da Fiesp porque defende os interesses dos patrões em prejuízo dos trabalhadores. “Ele é um aliado dos empresários na missão de desmontar a CLT. Nomeá-lo para o Supremo seria um erro histórico”
Pois, afinal, o gosto passadista de Gandra, como se vê, nos levaria para trás, para o tempo dos que suspiram de saudades da escravidão.
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Se por um lado devasta a CLT, por outro garante "estancar a sangria". Já deu 'n' declarações nesse sentido, emulando o próprio pai.
Quando recebe homens a porta é trancada...KKKKKKK! Como diria o macaco Simão: - Brasil, o país da piada pronta!
Quem mantém a porta aberta de seu gabinete quando recebe mulher é porque teme perder o controle e atacar a mulher. Ou, pior ainda, imaginar que está sendo seduzido por ela então precisa de socorro imediato. Olhando a cara deste doente mental as três coisas (a terceira é esta afirmação do Márcio aí encima, muito boa) são possíveis de ocorrer sempre.
Uma campanha contra seu nome é necessária e talvez a forma de evitar sua nomeação, já que o presidente golpista vem demonstrando que suas decisões funcionam como um ioiô, quando se trata de indicar alguém para algum lugar.
Alguém poderia me informar como ele foi indicado para o TST?
Com certeza pelo dedo podre de algum dos zumbis golpistas.
Oh! Eu pensava que esse tipo tinha sido extinto com a morte de Plínio Correia da TFP mas, ao que parece o senhor da Opus Dei está numa disputa ferrenha com a TFP pra ver que é mais retrógrada.
não se deve esquecer que é capacho dos empresários e inimigo dos trabalhadores
Deixa a porta aberta quando recebe mulheres...hum... Bueno, findi em ilha com massagistas, então, nem pensar, né?! Ou será que...
A ver...
Podre
Qual a diferença desse infeliz para o "pastor" Feliciano??? nenhuma. A sutileza está no fato de que Feliciano ataca à luz do dia e Gandra, parece atacar no oculto da noite. São todos farinha do mesmo saco. Fundamentalistas religiosos. Religião e política não se misturam. A história já mostrou isso. Porém, o que esperar de um defunto vivo chamado "MT"?? nada. Tudo que rodeia esse ser nojento e abjeto se parecer com ele próprio: podre, atrasado e mal explicado. CHEGA BRASIL. SÓ AS RUAS NOS SALVAM.
A nomeação desse monstro moral "qualificaria" de vez o pior STF da história!