Se estiverem corretos os dados da pesquisa Ipespe divulgada hoje pelo Valor Econômico, que aponta 48% dos votos para Bruno Covas e 41% para Guilherme Boulos, é possível que os dois já estejam em empate numérico e não apenas estatístico se fossem hoje as eleições de domingo.
Covas, no primeiro turno, ficou com 32,85% dos votos válidos, quatro pontos abaixo dos 37% dos votos válidos que lhe atribuíam as pesquisas e isso, provavelmente, foi provocado pelo absenteísmo da população mais velha, onde está sua força eleitoral.
Boulos, em movimento inverso, ficou com 20,25, mais de três pontos acima nos válidos que o indicado no Ibope da véspera, possivelmente porque, em razão do menor comparecimento de idosos, o peso do voto mais jovem, onde lidera com folga, tenha aumentado.
Um cenário igual anularia a diferença de sete pontos apontada pela pesquisa, nove a menos que nove dias antes.
Mas isso não basta e as últimas 72 horas de campanha de Boulos deve ser focada no voto não-Doria e não-Bolsonaro. Basta olhar a rejeição que os dois partilham.
Bruno não é Covas, o avô, um homem de inegável liderança.
Ele é Bruno Doria, servo daquele a quem deve estar onde está e a quem seguirá servindo. E o voto nele, queira o atual prefeito ou não, serve a Jair Bolsonaro.
É o Bolsocovas, como antes houve o Bolsodoria, porque é ao presidente que interessa ter São Paulo na mão de gente inexpressiva.